sexta-feira, 22 de junho de 2012
Dilma deve romper com os golpistas
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A presidenta Dilma Rousseff, que foi presa e barbaramente torturada, parece indignada com a arbitrária destituição do presidente Fernando Lugo. No encerramento da Rio+20, na tarde de hoje (22), ela deixou explicito a sua revolta. Numa rápida entrevista, Dilma sinalizou que os golpistas do Paraguai poderão sofrer sanções das nações sul-americanas. "Disso [o golpe] sai uma consequência".
"Nós passamos por um processo muito doloroso de golpe e passamos por um processo de retomada da democracia. Dar valor a ela [a democracia] é algo muito importante", disse a presidenta. Questionada sobre a possibilidade do Brasil, junto com os demais países membros da Unasul e do Mercosul, romper relações com o governo golpista do país vizinho, ela não descartou a hipótese: "Posso dizer o que está previsto no protocolo, que é a não participação nos órgãos multilaterais".
Excitação da direita sul-americana
Há consenso no Itamaraty que o Paraguai foi vítima de um golpe. A diplomacia brasileira critica o processo de condenação sumária, em poucas horas e sem o legítimo direito de defesa, de Fernando Lugo. A mesma opinião é compartilhada pela maioria dos governantes da América do Sul – com exceção do neofascista Sebastián Piñera, do Chile. A Unasul inclusive divulgou uma nota oficial condenando o golpe e prevendo possíveis retaliações aos golpistas.
O golpe no Paraguai abre um perigoso precedente na América do Sul, como já alertou o presidente Rafael Correa, do Equador. A direita sul-americana – que expressa os interesses dos ricaços do campo e da cidade e também do império estadunidense, e utiliza a mídia corporativa para difundir suas mentiras – está excitada com o aparente êxito dos golpistas.
É preciso dar um breque nesta perigosa iniciativa. A presidente Dilma Rousseff, pelo papel estratégico que o Brasil desempenha na região, deve mesmo "tirar as consequências" deste repugnante golpe. Com base nos protocolos da Unasul e do Mercosul, tendo como objetivo a defesa da democracia e da integração regional, o governo brasileiro deveria, de fato, propor o rompimento com os golpistas do Paraguai. Esta é a única linguagem que as elites reacionárias entendem!
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