29/09/2009
A mídia mercantil  (melhor do que privada) tem um critério: o que for bom para o Lula, deve ser  propagado como ruim para o Brasil. A reunião de mandatários sulamericanos em  Bariloche  que o povo brasileiro não pôde ver, salvo pela Telesul, e teve que  aceitar as versões da mídia  foi julgada não na perspectiva de um acordo de paz  para a região, mas na ótica de se o Lula saiu fortalecido ou não.
O golpe  militar e a ditadura em Honduras (chamados de "governo de fato", expressão  similar à de "ditabranda") são julgados na ótica não de se ação brasileira  favorece o que a comunidade internacional unanimemente pede  o retorno do  presidente eleito, Mel Zelaya -, mas de saber se o governo brasileiro e Lula se  fortalecem ou não. Danem-se a democracia e o povo hondurenho.
A mesma  atitude têm essa mídia comercial e venal diante da possibilidade do Brasil  sediar as Olimpíadas. Primeiro, tentaram ridicularizar a proposta brasileira, a  audácia destes terceiromundistas de concorrer com Tóquio, com Madri, com Chicago  de Obama e Michelle. Depois passaram a centrar as matérias nas supostas  irregularidades que se cometeriam com os recursos, quando viram  mesmo sem  destacar nos seus noticiários  que o Rio tinha passado de azarão e um dos  favoritos, graças à excelente apresentação da proposta e ao apoio total do  governo. Agora se preparam para, caso o Rio de Janeiro não seja escolhido,  anunciar que se gastou muito dinheiro, se viajou muito, para nada. Torcem por  Chicago ou outra sede qualquer, que não o Rio, porque acreditam que seria uma  vitória de Lula, não do Brasil.
São pequenos, mesquinhos, só vêem pela  frente as eleições do ano que vem, quando tentarão ter de novo um governo com  que voltarão a ter as relações promíscuas que sempre tiveram com os governos,  especialmente com os 8 anos de FHC. Não existe o Brasil, só os interesses  menores, de que fazem parte as 4 famílias  Frias, Marinho, Civitas, Mesquita   que pretendem falar em nome do povo brasileiro.
O povo brasileiro vive  melhor com as políticas sociais do governo Lula? Danem-se as condições de vida  do povo. Interessa a popularidade que isso dá ao governo Lula e as dificuldades  que representa para uma eventual vitória da oposição. A imagem do Brasil no  exterior nunca foi melhor? A mídia ranzinza e agourenta não reflete isso, porque  representa também a extraordinária imagem de Lula pelo mundo afora, em  contraposição à de FHC, e isto é bom para o Brasil, mas ruim para a  oposição.
O que querem para o Brasil? Um Estado fraco, frágil diante das  investidas do capital especulativo internacional, que provocou três crises no  governo FHC? Um país sem defesa ou dependente do armamento norteamericano, como  ocorreu sempre? Menos gastos sociais e menos impostos para ter menos políticas  sociais e menos direitos do povo atendidos? Um povo sem auto estima,  envergonhado de viver em um país que eles pintam como um país fracassado, com  complexo de inferioridade diante das "potências", que provocaram a maior crise  econômica mundial em 80 anos, que é superada pelos países emergentes, enquanto  eles seguem na recessão?
São expressões das elites brancas, ricas, de  setores da classe média alta egoísta, que odeia o povo e o Brasil e odeia Lula  por isso. Adoram quem se opõem a Lula  Heloísa Helena, Marina, Micheletti -,  não importa o que digam e representem. Sua obsessão é derrotar Lula nas eleições  de 2010. O resto, que se dane: o povo brasileiro, o país, a situação de vida da  população pobre, da imagem do país no mundo, da economia e do desenvolvimento  econômico do Brasil.
O que é bom para o Lula é ruim para eles e tentam  fazer passar que é ruim para o Brasil. É ruim para eles, as minorias, os 5% de  rejeição do governo, mas é muito bom para os 82% de apoio ao Lula. 
Postado por Emir Sader às 05:42
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