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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

8.9.09

Informar ou editorializar?



06/09/2009

Informar ou editorializar?

Uma pena que a falta de prioridade ou a disposição de vetar aos brasileiros a possibilidade de assistir, diretamente, fazendo seus próprios juízos políticos, sem depender das versões que os órgãos da mídia dariam do importante evento, fez com que os brasileiros – em sua grande maioria – não pudessem assistir em direto os debates da reunião da Unasul, realizados em Bariloche na semana passada.

Talvez essa atitude dos canais de televisão deva-se a que as intervenções diretas e integrais dos mandatários latinoamericanos tenham sido, por si mesmas, denúncias das versões que grande parte da mídia insiste em passar aos leitores, ouvintes e telespectadores, com a forte dose de ideologização e de preconceito que carregam.

Em primeiro lugar, teriam se dado conta, a partir da intervenção de Hugo Chavez, que expôs um resumo detalhado de documento do governo norteamericano – atualizado este ano, já no governo Obama – da função bélica das bases militares dos EUA no mundo, incluindo a América do Sul. Havia menção explícita a uma das bases que a Colômbia menciona na lista de bases militares do convênio que têm com os EUA.

Os brasileiros teriam sabido, por exemplo, que Carmona, o efêmero presidente colocado no cargo pelo golpe militar venezuelano de 2002, rapidamente expulso pela reação popular de apoio a Hugo Chavez, está asilado na Colômbia, confirmando os vínculos entre a direita golpista daquele país com o presidente colombiano Uribe. Um detalhe significativo.

Teriam todos podido saber, pelas exposições, mapas e gráficos exibidos pelo presidente do Equador Rafael Correa, que a produção de coca na região tem na Colômbia seu inquestionável líder, com mais de metade, uma produção que segue em aumento, seguida do Peru e da Bolívia, tento a Venezuela e o Equador erradicado completamente sua produção. Os EUA seguem sendo, de longe, a principal destinação do tráfico.

Os mapas demonstram como a Colômbia não tem capacidade de controle das fronteiras com o Equador, dominada por grupos paramilitares e guerrilheiros. Revelam que, pela concentração da produção de cocaína e pela falta de controle de seu território, o problema da região é Colômbia, de que os outros países são vitimas.

Lula assinalou para Uribe, depois que este mencionou um sem número de convênios assinados pelo seu país, que se os acordos com os EUA – que incluem tropas norteamericanas, na Operação Colômbia – não resolveram o problema do tráfico de drogas, não vale a pena estender os acordos com esse país, convidando-o a integrar um plano dos governos da região para renovar os métodos de luta contra o narcotráfico.

Teriam podido ver que quem saiu melhor da reunião foi Lula, que tinha o objetivo de impedir que a Unasul fosse rompida, pelas evidentes contradições entre a grande maioria dos governos e o colombiano. Quem pôde assistir toda a reunião, se deu conta do imenso isolamento em que está a Colômbia, ao mesmo tempo que Uribe chegou à reunião com acordos já assinados com os EUA e afirmando que nada o faria voltar atrás. Os riscos de ruptura eram enormes portanto e o logro foi conseguir uma resolução comum de todos os governos.

À imprensa opositora só interessava saber se Lula saiu ainda mais fortalecido ou não. Errou ao dizer que não, mas também errou ao não se dar conta da importância da reunião e do isolamento do governo colombiano. Triste papel da imprensa que se faz, não instrumento de informação, mas de filtro pelo qual só passa o que lhe interessa, da maneira que lhe interessa. Pobres leitores, ouvintes e telespectadores, vítimas dessa imprensa mercantil e ideologizada, que confunde editorial com informação, editorializa tudo e se transforma em panfletos ideologizados no lugar de instrumentos para uma cidadania informada e capaz de construir democraticamente a opinião pública que o Brasil requer.

Postado por Emir Sader às 12:32

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz