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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

11.10.07

Ainda a ignorância

CORREIO DA CIDADANIA Escrito por Wladimir Pomar 10-Out-2007
Na luta contra o marxismo, alguns cronistas deveriam cuidar para não demonstrar ignorância. Evitar, por exemplo, dizer que o marxismo tem o socialismo como o fim da História, por ser o momento em que o regime do proletariado controlaria os meios de produção e o sistema político. Todo mundo sabe que esse negócio de "fim da história" é um slogan neoliberal. E, para o marxismo, a história é infinita. Também não dá para dizer que o marxismo considera o socialismo o regime definitivo do proletariado. Para ele, nenhum regime social é definitivo. O socialismo seria apenas um regime em que os trabalhadores assumiriam o poder de Estado, para completar aquilo que o capitalismo não fora capaz de fazer com suas próprias forças, preparando as condições para passar a uma fase superior, o comunismo. Portanto, para o marxismo, o socialismo seria apenas uma fase de transição, que deve incluir a sobrevivência da propriedade capitalista, pelo tempo que for necessário para completar o desenvolvimento das forças produtivas. E o comunismo, durante o qual não mais seria necessária a existência do Estado, pela inexistência da divisão social em classes, também deverá ser substituído por algum outro tipo de formação social, em algum momento da história. Assim, para combater o marxismo, é preciso não apenas ler com atenção os textos marxistas, como também fazer uma leitura correta da realidade. Por exemplo, é ignorância crassa afirmar que o pensamento que toma o capitalismo como um regime que gera miséria e desigualdade, representaria uma séria contradição com o mundo real, no qual um capitalismo globalizado e pujante estaria levando quase todos os países a uma fase de prosperidade sem precedentes, o que demonstraria não o colapso do capitalismo e o futuro inevitável do socialismo, mas o contrário. Não há dúvida que o capitalismo globalizado apresenta pujança e prosperidade sem precedentes. O capitalismo também não parece estar em colapso, embora os Estados e bancos centrais precisem realizar esforços cada vez maiores para que suas crises não se tornem furacões catastróficos. E a história mostrou que o socialismo sofreu um colapso desastroso no leste europeu, e está sendo obrigado a realizar recuos estratégicos nos poucos países em que permaneceu. Porém, por que há tanta gente anticapitalista? Por que teria lido Leo Huberman, e não Adam Smith? Ou por que enxerga, além da face pujante, a face sombria da miséria e das desigualdades do capitalismo? O mundo real capitalista é o mundo da dualidade pujança e da miséria, prosperidade e da desigualdade, descrita em cores vivas pelo marxismo. É o mundo real, em que vive a maioria do povo. Assim, não é preciso ter lido Leo Huberman, ou Marx, para ser anticapitalista. Basta olhar em volta com atenção, e não ser totalmente ignorante.
Wladimir Pomar é escritor e analista político.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz