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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

26.4.17

Cem anos depois, o Brasil pode viver a maior greve geral da sua história


Cem anos depois, o Brasil pode viver a maior greve geral da sua história

Antes de escrever este post, para não confiar apenas na minha bolha visível das redes sociais, conversei com alguns dirigentes sindicais e partidários, falei com profissionais que monitoram redes e pedi para os meus amigos do Facebook e do Twitter enviarem suas avaliações. Depois disso tudo, estou cravando que falta muito pouco para que o Brasil viva na sexta-feira uma greve geral histórica. Uma greve com o simbolismo da de 1917, há exatos 100 anos, e que paralisou toda a indústria e o comércio.

A greve de 1917 foi resultado de uma aliança das organizações operárias, que naquele tempo tinham inspiração anarquista, aliada à imprensa mais alternativa. E de certa forma mostrou a força do novo segmento que nascia no Brasil, o operariado.

Pode-se dizer que aquela greve foi filha direta da primeira industrialização brasileira, provocada entre outros fatores pela I Guerra Mundial (14 a 18). E ao mesmo tempo pela elevação dos preços de alimentos causados pelo aumento da exportação agrícola para os países da chama Tríplice Entente (França, Inglaterra e Rússia).

A questão é como este movimento cresceu tão rápido e se fortaleceu tanto apesar de uma industrialização ainda imberbe e de um nível baixo de conexão entre os trabalhadores. A resposta que muitos historiadores arriscam é que as condições de trabalho impostas aos operários daquela época foram o combustível da reação.

Cem anos depois, o governo Temer, seus aliados do mercado e a Rede Globo parecem ter desconsiderado este princípio básico. O marketing não se sobrepõe à experiência de vida. Principalmente quando se percebe que sua vida vai piorar e que seus parcos direitos serão retirados se nada for feito.

O governo Temer, ilegítimo, buscou sua validação a partir de reformas absolutamente impopulares, mas que poderiam lhe garantir a confiança dos seus fiadores golpistas internos e externos. Imaginou que os trabalhadores só iriam se revoltar contra isso lá na frente, quando não haveria mais com o que se preocupar. Enganou-se.

Pelos depoimentos que colhi, a greve já está na boca do povo. Literalmente. Nos bares, cabeleireiros, pontos de ônibus e escolas, as pessoas estão discutindo o que vai acontecer na sexta-feira.

Aliás, das escolas particulares (pasmem!) chegam as notícias mais surpreendentes. Colégios de classe média alta já avisaram pais e alunos que seus professores decidiram parar. E que o fazem para defender (pasmem, again) seus direitos.

Os aeroviários também estão falando em parar. Metroviários e motoristas de ônibus das principais capitais, idem.

Prefeitos progressistas já estão abonando o dia dos funcionários públicos que decidirem parar.
Quem conhece processo de mobilização em redes sabe no que isso pode vir a dar. A bola que desce da avalanche costuma crescer de maneira exponencial no processo final. Nos últimos dias do acontecimento alvo.

A greve geral desta sexta de 2017 pode repetir uma história de 100 anos e vir a recolocar o Brasil nos trilhos. Porque ao fim e ao cabo, o capitalismo só entende uma mensagem. A que lhe toca no bolso. E se os trabalhadores brasileiros não quiserem vir a ter uma qualidade de vida próxima aos de 1916, a hora de ir à luta é agora. E pelo jeito, boa parte já percebeu isso.


http://blogdorovai.revistaforum.com.br/2017/04/26/cem-anos-depois-o-brasil-pode-viver-a-maior-greve-geral-da-sua-historia/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz