Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

25.10.15

Não impor, mas servir


Não impor, mas servir

José Antonio Pagola


Há alguns anos, Marcel Légaut publicava um penetrante estudo no qual, depois de analisar e diferenciar o que ele chama de "religião de autoridade" e "religião de chamado": sugeria caminhos e pistas de futuro para uma Igreja que queira ser fiel a Jesus na sociedade moderna.


As "religiões de autoridade" oferecem, de acordo com o pensador francês, certezas absolutas e estruturas seguras. Ao mesmo tempo exigem de seus membros obediência e submissão a prescrições às vezes minuciosas. Além disso, quando uma "religião de autoridade" se instala majoritariamente numa sociedade, trata de influir e dominar para impedir que se tome uma orientação oposta ou alheia a seus dogmas religiosos.


Esta religião, endurecida em torno do princípio de autoridade, não ajuda a maturação pessoal de seus fiéis. Pelo contrário, corre o risco de aprisioná-los em doutrinas e práticas que só são vividas pela metade, inclusive quando a adesão à doutrina parece fervorosa e a observância da lei rigorosa.


A "religião de chamado" é diferente. Não impõe uma doutrina, mas propõe um caminho de salvação. Não emite pareceres, só chama e convida. Não entende sua atuação como um exercício de poder, mas como um serviço. Não pretende submeter ninguém com coações. Coloca-se, antes, ao serviço do ser humano para convidá-lo a buscar em Deus sua vida plena.


Jesus entende toda a sua atuação como um serviço. Seus seguidores não devem dominar nem oprimir. Devem servir como ele próprio, que "não veio para ser servido, mas para servir": Cristo é chamado, oferta, semente, fermento, mas nunca imposição. Na Igreja precisamos corrigir o que há de imposição não evangélica, para adotar uma atitude total de serviço.


Um cristianismo autoritário tem pouco futuro. Numa sociedade plural já não disporá do poder político nem da organização social que possuía antes. Sua influência na cultura e na educação será cada vez menor. Ser-lhe-á difícil viver na defensiva, em luta desigual com as correntes modernas. O passar do tempo trabalha contra o autoritarismo religioso, mas pode oferecer possibilidades insuspeitadas ao seguimento de Jesus, entendido como serviço humanizador ao homem desvalido de todos os tempos.


Trecho do livro "O Caminho Aberto por Jesus", de José Antonio Pagola, Editora Vozes.


http://www.franciscanos.org.br/?p=96740#sthash.7LZIrPIq.dpuf



Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz