Informação do governo Sartori sobre a dívida é 'falsa e manipulatória', diz Tarso
Tarso Genro: "Afirmo que é totalmente falsa e manipulatória a informação de que, nos últimos quatro anos, a situação foi agravada pelo nosso governo".
(Foto: Guilherme Santos/Sul21)
Marco Weissheimer
O ex-governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro (PT), contestou na tarde desta segunda-feira (31), a afirmação feita pelo governador José Ivo Sartori (PMDB) pela manhã, sustentando que a crise financeira do Estado teria se agravado nos últimos quatro anos. Durante a entrevista coletiva em que confirmou um novo parcelamento de salários do funcionalismo público, Sartori afirmou que a dívida é resultado de "um longo processo histórico" e que "nos últimos quatro anos o quadro se agravou bastante".
"Estava em silêncio, observando as soluções 'simples' do Governo atual, mas sou obrigado a me manifestar pontualmente sobre a informação que o Governo Estadual fez circular, sustentando que a situação financeira do Estado se agravou nos últimos 4 anos. A informação não é verdadeira", disse Tarso Genro, em nota. Segundo o ex-governador, todos os problemas de caixa enfrentados pelo governo anterior, e que seguiram impactando o atual governo, derivam de duas fontes principais.
"Em primeiro lugar", assinalou, resultaram "do escorchante acordo da dívida, feito sob o patrocínio do PMDB, durante o governo do período 95-98, que, ao invés de prever a liquidação da mesma, proporcionou seu aumento escandaloso nos últimos quinze anos". Em segundo, acrescentou, "derivaram também da pressão brutal das Requisições de Pequeno Valor (RPVs) e dos precatórios, pagos pelo nosso governo, em volume muitíssimo superior a todos os demais, valores oriundos de aumentos salariais aprovados pela Assembleia e que não foram honrados pelo governo do PMDB – as correções salariais da Lei Britto".
Assim, concluiu o ex-chefe do Executivo gaúcho, "afirmo que é totalmente falsa e manipulatória a informação de que, nos últimos quatro anos, a situação foi agravada pelo nosso governo". "O correto seria dizer que, no nosso governo, se fizeram se sentir os efeitos das desastradas administrações financeiras do PMDB, que nos precederam e que agora se repetem: não pagamento de direitos e tentativa de aumento de impostos".
"No nosso governo", finalizou, "depois de uma luta árdua, pela primeira vez diminuímos a dívida pública, abrindo novo espaço fiscal para que o Estado não paralisasse e passasse para uma nova etapa de negociação e pressão sobre o governo federal".
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