O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, ganharia as eleições com 57,8% dos votos se o pleito se realizasse nesta semana, dizem os resultados de uma pesquisa feita pelo instituto Consultores 30.11 divulgados neste sábado (16). Em contraste, o candidato da oposição de direita, Henrique Capriles Radonski, obteria 29,7% dos votos, informou o diretor do instituto em entrevista à imprensa, Germán Campos. A pesquisa feita entre os dias 12 e 14 de junho entrevistou 1.850 pessoas em 16 estados. O instituto perguntou também sobre a avaliação da gestão do governo de Chávez: 68,3% a consideram excelente, boa ou de regular a boa, e apenas 29,8% acham que o governo é de regular a mau, mau ou péssimo. Igualmente, 47,2% se declarou muito de acordo ou de acordo com a construção de um sistema socialista na Venezuela, e 20,8% em desacordo. Na opinião de Campos, esse dado se diferencia amplamente dos 15% que em finais da década de 1980 se inclinava para essa alternativa, que depois subiu a 44% em 2006, quando Chávez propôs desenvolver o socialismo do século 21. A pesquisa também mostrou que 49,5% dos entrevistados considera que a situação da Venezuela evolui bem e 87,3% considera como muito positivo ou positivo o desempenho do esporte no país. Um dos resultados mais interessantes da pesquisa, na opinião de Campos, foi a semelhança de percentuais de entrevistados que tem melhores expectativas pessoais para os próximos dois ou três anos (62,2%), e as da situação do país nesse período (61,1%). Nas décadas de 1980 e 1990 havia uma una dissociação entre as expectativas pessoais dos cidadãos e as do país, entre as quais havia uma diferença ampla, etapa em que se dizia na Venezuela “salve-se quem puder e como puder”, assinalou Campos. Hoje isso mudou, acrescentou o especialista, e muitos venezuelanos pensam que se o país vai bem, eles também irão bem. Em declarações à Prensa Latina, Campos sublinhou que o que está hoje em jogo não é escolher entre dois candidatos à presidência, mas entre dois modelos de sociedade que se contrapõem em muitas de suas facetas, com visões diferentes sobre a situação do mundo, a questão social e política, assim como sobre a integração da América Latina. Esta foi a quarta pesquisa realizada em 2012 pelo instituto Consultores 30.11, precedida pelas realizadas em 9 e 29 de março, e em 13 de maio. Nessa última, 56,8% dos entrevistados declarou sua intenção de votar no atual presidente, enquanto 27,1% votaria no candidato da oposição. Presidente Chávez lança Missão A toda Vida Venezuela | CARACAS,.— O presidente Hugo Chávez lançou, quarta-feira, 20 de junho, a Missão A Toda Vida Venezuela, um projeto que lutará contra a violência no país, através da prevenção e com o fortalecimento dos corpos policiais. Entre seus objetivos se encontra a expansão do campo de ação da Polícia Nacional Bolivariana (PNB) em vários estados, entre eles: Lara, Miranda, Carabobo, Táchira, Zulia e Aragua, informou a RNV. O líder da Revolução Bolivariana assegurou que outro dos grandes propósitos é iniciar o processo de municipalização da justiça. Este será iniciado com uma prova piloto, em 79 jurisdições, onde a incidência criminosa tem-se estado incrementando. Chávez indicou que a violência na Venezuela é devida "à aceleração das políticas neoliberais e o esbanjamento da burguesia, durante a década de 1980, onde se duplicou a violência, e a década de 1990, quando se triplicou e até se quadruplicou" o problema, informam meios locais. O chefe de Estado também considerou que a oposição pretende fazer dano ao governo com o manejo irresponsável acerca desta situação e "relacioná-lo com Chávez", mas assegurou que se trata dum esforço inútil. Por seu lado, o ministro da Comunicação e Informação, Andrés Izarra, explicou que a missão "busca reforçar fatores estruturais e criar espaços de convívio solidário e cidadão". Além da prevenção integral e convívio, o programa inclui o fortalecimento dos órgãos de segurança cidadã, transformação do sistema de justiça penal e mecanismos de resolução de conflitos, do sistema penitenciário e do sistema nacional de atendimento às vítimas. Neste sentido, o Executivo aprovou, por via Habilitante, a Lei Orgânica do Serviço de Polícia de Investigação e a Lei do Estatuto da Função Policial, que vinham trabalhando-se desde agosto de 2011 e que alicerçam um novo sistema policial, informou a AVN. | Prensa Latina A batalha venezuelana também é brasileira! | Por José Reinaldo Carvalho, no sítio Vermelho Com Rio+20, quebras de sigilos de governadores enrolados, vitória do Corinthians na aldeia (digo, Vila) Belmiro e tudo o mais, o fato mais importante da semana foi o registro oficial da candidatura do presidente da Venezuela Hugo Chávez à reeleição, na última segunda-feira (11). As cassandras de lá e de cá vaticinavam que o líder não iria pessoalmente ao Conselho Nacional Eleitoral para formalizar sua inscrição porque estaria extremamente debilitado e consequentemente impedido de fazê-lo. Supostas ordens medicas teriam determinado que se ausentasse. Outros venenos destilados em blogs e coluninhas desinformavam, “noticiando” que Chávez se inscreveria por procuração ou se fosse ao Conselho Nacional Eleitoral caminharia com dificuldade de bengala ou mesmo se locomoveria em cadeira de rodas. Não temos informações atualizadas sobre o estado de saúde do presidente nem sobre a marcha do seu tratamento. É algo que só cabe a ele e às instâncias de poder do Estado venezuelano revelar, um direito inquestionável que não pode ser violado pelas futricas de blogueiros e jornalistas venais. Mas o líder revolucionário bolivariano demonstrou uma invejável energia. Saiu em passeata, depois em carro aberto, confraternizou com a multidão e discursou durante três horas, com impressionante vigor. Cantou, falou torrencialmente, gritou palavras de ordem e gesticulou. Mostrou estar em forma, pronto para mais uma batalha, às ordens do Comando Carabobo. Mas a razão principal a dar magnitude ao registro da candidatura do presidente Chávez é política. Havia nas ruas e praças caraquenhas naquela segunda-feira um mar de povo, uma maré socialista, vibrante, vestida de vermelho, contagiada com a grande notícia e com a mensagem que ouvia. A multidão que acompanhou o presidente Chávez ao Conselho Nacional Eleitoral, onde inscreveu sua candidatura e depositou seu programa de governo – uma exigência da legislação do país – confirmou que a decisão de Chávez de ir à reeleição corresponde a uma expectativa e uma vontade popular e ratificou o favoritismo do presidente. Com justa razão Chávez se apresentou como o “candidato da pátria”, em contraste com seu adversário – Henrique Capriles, o candidato da decadente oligarquia e do imperialismo e de sua . Os eixos principais do plano de governo chavista para o período 2013-2019 e que servirá de base para o segundo Plano Socialista da Nação são reveladores do conteúdo da candidatura à reeleição e dão o rumo da luta política no país vizinho. Para as forças que apoiam Chávez – os revolucionários, socialistas, comunistas, patriotas, anti-imperialistas nacionalistas e movimentos populares, destacadamente o Partido Socialista Unificado (PSUV) e o Partido Comunista (PCV), reunidos no Grande Polo Patriótico, a luta eleitoral é um elo da luta política e revolucionária por transformações econômicas e sociais e pela edificação de uma nova sociedade. Essas forças revolucionárias têm clareza de que para continuar o processo de transformações em curso no país, é decisivo ganhar as eleições presidenciais de 7 outubro. Nos dias de hoje e nas condições políticas concretas da correlação de forças da sociedade venezuelana, é o caminho mais viável para continuar a desenvolver as mudanças políticas, econômicas e sociais iniciadas a partir de janeiro de 1999, quando o líder da Revolução bolivariana tomou posse pela primeira vez. O primeiro grande objetivo histórico contido no programa de governo que Chávez apresentou é "defender, expandir e consolidar o mais valioso bem que conseguimos agora quando começa o século 21. Esse bem mais precioso não é outra coisa que a independência nacional e a pátria". Chávez defendeu também que é necessário prosseguir a luta pelo socialismo, e reiterou o compromisso de construir no país o socialismo do século 21. É de ressaltar ainda o juramento de Chávez perante o Conselho Nacional Eleitoral de respeitar os resultados eleitorais de 7 de outubro, sejam quais forem. Isto faz toda a diferença no quadro político, pois demonstra confiança nas instituições nacionais e põe na defensiva a oposição e a mídia golpistas, sempre predispostas a secundar as aventuras intervencionistas e desestabilizadoras do imperialismo estadunidense. A campanha eleitoral na Venezuela começa a esquentar. Espera-se uma grande mobilização popular e uma luta renhida para reeleger o mais importante líder anti-imperialista da América do Sul. No Brasil não somos indiferentes a isso. É uma batalha que faz parte também de nossa própria agenda política. | |
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