2/7/2011
Opus Dei estará no centro de um processo inédito na França, no próximo mês de setembro. A poderosa organização católica, fundada na Espanha em 1928, e que conta com 80.000 membros em todo o mundo (dos quais 1.600 na França), será levada ao tribunal em Paris por um jovem francesa que acusa a obra de "manipulação mental".
A nota é de Giacomo Galeazzi, publicada em seu blog Oltretevere, 28-06-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Aos 29 anos, ela pesa apenas 39 quilos. Um calvário que durou 16 anos, quando, em 1985, sem o seu conhecimento, entrou no Opus Dei, unindo-se a uma escola de hotelaria na região francesa de Aisne. Em 2001, o seu advogado denunciou a organização reconhecida pela Igreja Católica, acusando-a de "manipulação mental" e "condições de trabalho mortificantes".
E, em setembro, vai começar a primeira audiência em Paris: depois de nove anos de investigação, dois membros de uma associação estreitamente ligada ao Opus Dei, a Association de Culture Universitaire et Technique (ACUT), serão julgados sob a acusação de "trabalho clandestino". Fontes judiciais fazem referência a isso.
É a história de Catherine T., que, primeiro, caiu nas mãos de um "preceptor, um diretor de consciência", explica a mulher, que, em 1987, a obrigou a contrair os votos de obediência, pobreza e castidade. Catherine tornou-se assim uma "numerária auxiliar", ou seja, uma responsável pelos trabalhos domésticos, obtendo contratos de trabalho por 13 anos com organizações ou associações que, de acordo com o seu advogado, Rudolf Bosselut, "dependem exclusivamente do Opus Dei".
A ACUT só reconhece um "laço espiritual" com o Opus Dei, mas nada além disso. Os advogados da associação negam as acusações feitas pela mulher. "Não há nada de verdade. Ela foi paga com base nos trabalhos desenvolvidos", afirmou Thierry Laugier.
http://www.ihu.unisinos.br/index.php?option=com_noticias&Itemid=18&task=detalhe&id=44920
Nenhum comentário:
Postar um comentário