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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

14.7.11

A criatividade sem limites - Comentário para o programa radiofônico do OI, 14/7/2011 | Observatório da Imprensa | Observatório da Imprensa - Você nunca mais vai ler jornal do mesmo jeito

Imprensa em Questão

JORNALISMO E PUBLICIDADE

A criatividade sem limites

Por Luciano Martins Costa em 14/07/2011 na edição 650

Comentário para o programa radiofônico do OI, 14/7/2011

 

Os assinantes do Estado de S.Paulo e da Folha de S.Paulo que moram na região metropolitana da capital paulista foram surpreendidos, nesta quinta-feira, dia 14, ao receberem seus jornais organizados de maneira diferente.

Em lugar do primeiro caderno, os jornais exibiam o caderno “Economia & Negócios” – no caso da Folha, “Mercado” – impresso em cor assemelhada à do logotipo de um banco.

Três anúncios davam conta do motivo: o anunciante estava celebrando o prêmio de “banco mais sustentável do mundo”, oferecido pelo jornal britânico Financial Times e o IFC, braço financeiro do Banco Mundial.

Na Folha de S.Paulo, um texto acima do primeiro anúncio explicava aos leitores: “Informe publicitário – os assinantes da Grande SP recebem hoje a Folha na ordem diferente da habitual, com o caderno Mercado abrindo o jornal e impresso em outra cor”.

Os editores do Estadão não tiveram o mesmo cuidado, e muitos leitores devem ter considerado que o conteúdo era um falso noticiário, como acontece eventualmente nas edições de domingo, com o primeiro caderno envolvido por uma folha de propaganda.

Esse tipo de iniciativa, fruto da criatividade de publicitários, tem se tornado muito comum com o aquecimento da economia e a necessidade de diferenciar as mensagens comerciais dos anunciantes.

No entanto, eventualmente falta algum cuidado em preservar o conteúdo jornalístico.

Credibilidade

A atenção da Folha, que o Estadão não teve, de alertar o leitor sobre a mudança já é alguma coisa, mas ainda convém refletir sobre os limites das intervenções da área comercial no território do jornalismo.

Um caderno de negócios é sempre vulnerável a interpretações sinuosas sobre a influência de bancos e grandes empresas, e a vinculação de todo o conteúdo às cores do anunciante pode afetar a credibilidade do noticiário.

Os jornais já sofrem, de vez em quando, acusações de engajamento incondicional a grupos políticos e se posicionam sem reservas em favor de um viés qualificado genericamente de “valores liberais”, fugindo de debates importantes para a sociedade.

Além disso, resistem a qualquer proposta de regulamentação e ignoram os desmandos do setor – como nos casos de falência de empresas jornalísticas que deixaram milhares de profissionais desprovidos de seus direitos trabalhistas nos últimos anos.

Pintar suas páginas de notícias com as cores do anunciante pode não ser uma idéia assim tão criativa.

 

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/a-criatividade-sem-limites

 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz