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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

29.12.09

Brasil 2009-2010



18/12/2009

Brasil 2009-2010

O ano, no Brasil, foi marcado pelas conseqüências da crise que chegou até nós na segunda metade do ano passado, e pela recuperação da economia, diante da forte ação do Estado, que induziu o consumo interno, dando continuidade às políticas de redistribuição de renda, com fortes efeitos sobre a demanda interna, e pela continuidade da demanda de importações chinesa.

Duas grandes novidades foram trazidas pela crise e a forma de sua superação: pela primeira vez nossa economia supera uma crise internacional, sem que a economia do centro do capitalismo – EUA, UE, Japão – tenha se recuperado, revelando a força dos intercâmbios do sul do mundo e o grau de diversificação do comércio exterior brasileiro. Em segundo, pela primeira vez, também, os pobres não arcaram com o ônus mais duro da crise: houve manutenção das políticas redistributivas, elevação real dos salários, continuidade da expansão do emprego formal, das políticas sociais.

Isso fez com que a popularidade do governo Lula tivesse uma pequena oscilação no transcurso da crise, mas se recuperasse espetacularmente de forma muito rápida depois e se consolidasse. É uma das referências políticas centrais, dado que logo depois das eleições municipais de fim de 2008, praticamente se abriu a conjuntura política das eleições gerais de 2010.

Praticamente tudo o que aconteceu no país foi sobredeterminado pela polarização governo-oposição, com as respectivas candidaturas ou pré-candidaturas. A oposição passa apenas com a candidatura do Serra, com continuidade de apoio nas pesquisas – mas já agora abaixo dos 40% -, um índice alto, embora com tendência declinante.

A desistência de Aécio e o programa do PT fizeram com que a campanha, já no fim de 2009, se anuncie como uma campanha plebiscitária em torno do governo Lula. Aécio é quem dizia que "não seria o candidato anti-Lula, mas pós-Lula", indicando o incômodo de se enfrentar ao governo. Serra diz que vai enfrentar a Dilma e não a Lula – considerando que fosse possível fazer essa dissociação -, com quem trataria de se medir como trajetória política – considerando que a sua poderia aparecer como melhor do que a de Dilma.

A saída de Aécio confirma também a polarização partidária, que anunciava que poderia romper, ganhando a setores a base governista. O jogo do PMDB foi e continua sendo o de valorizar seu passe, tentar sentir se Dilma aponta para ultrapasar a Serra, mas confiante que a indicação do vice lhe garante o lugar de sempre na base governista.

O resto do campo eleitoral não deve ganhar relevância a ponto de evitar a bipolaridade. Se esgotou o impulso de crítica ao PT que a candidatura de HH explorou, a falta de entendimento com Marina impede somar forças, fazendo com esta e Plínio provavelmente sejam candidatos, tirando força de ambos. Marina já mostrou os limites do seu impulso, aceitando um lugar intranscendente e confirmando os limites do discurso verde, seja para polarizar apoios, seja para constituir, a partir dele, um discurso que seja suficientemente abrangente para disputar apoio mais alem de camadas médias urbanas, mostrando-se impotente diante do extenso voto popular que sustenta o apoio a Lula.

A oposição conta com campanha despolitizada, de marketing, em que as imagens dos candidatos predominem. O governo, com a retomada da polarização do segundo turno de 2006. 2010 será assim não apenas uma disputa eleitoral, mas de dois projetos de país: o de que Serra tenta esconder – sem revelar, por exemplo, sua equipe econômica, de política exterior e de políticas sociais, três temas de ruptura do governo Lula em relação ao de FHC -, e o de aprofundamento das transformações em curso, que Dilma deve encarar. Quem considera que o governo FHC e Lula foram iguais, não entende nada do quadro político atual do país, preferindo olhar da janela a banda passar, quando a fisionomia do Brasil na primeira metade do século estará em jogo em 2010.

Postado por Emir Sader às 04:39


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz