A CPI da Corrupção apresentou hoje (1°) um trecho em vídeo do depoimento que o vice-governador do Rio Grande do Sul, Paulo Feijó (DEM), prestou ao Ministério Público Federal em abril deste ano. No depoimento, Feijó relata episódios envolvendo a arrecadação de dinheiro para a campanha de Yeda Crusius (PSDB) em 2006 e diz que o movimento para afastá-lo da candidatura de vice deveu-se ao fato de que ele estaria "atrapalhando o processo".
O vice-governador relata vários episódios sobre a doação de dinheiro que acabou não aparecendo na campanha, envolvendo figuras como Carlos Crusius, Chico Fraga, Lair Ferst, Rubens Bordini (tesoureiro da campanha, hoje na diretoria do Banrisul) e a própria Yeda Crusius. Feijó disse ao MP Federal:
"Esse foi o grande desentendimento que tive. Eu não ficava confortável com essa situação. Estava vendo o interesse muito claro de algumas pessoas de estar enriquecendo. Algumas me colocaram isso de forma muito clara: Campanha é um momento de poupança. Tu não é deste ramo e está atrapalhando o processo. Esse foi o motivo de tentarem me afastar no segundo turno".
Indagado sobre quem teria dito que "campanha é um momento de poupança", Feijó respondeu: a própria candidata.
A testemunha que deveria prestar depoimento hoje na CPI acabou não aparecendo. O advogado do secretário adjunto de Administração, Genilton Ribeiro, apresentou um atestado médico afirmando que se cliente está com uma "patologia incapacitante". Genilton Ribeiro foi citado pelo ex-presidente do Detran, Sérgio Buchmann, em depoimento à Polícia Federal, como o autor de um relato com detalhes sobre a divisão da propina gerada pela fraude no Detran.
Após ver e ouvir o depoimento em vídeo de Paulo Feijó, um deputado da base do governo fez o seguinte comentário a propósito do atestado médico apresentado por Genilton Ribeiro (válido por quatro dias): "depois dessa eu ficava em casa".
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