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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.1.09

Presidentes latinoamericanos no Forum Social Mundial

 
Colunistas| 23/01/2009 | Copyleft
 

DEBATE ABERTO

Presidentes latinoamericanos no Forum Social Mundial

No dia 29, um ato reunirá Evo Morales, Fernando Lugo, Rafael Correa, Hugo Chavez e Lula, em Belém. O encontro expressa o estágio atual de luta antineoliberal e é um chamado ao FSM para que volte a articular forças de resistência social à esfera política, aquela da disputa hegemônica, que se torna central a partir da crise contemporânea.

O momento mais importante do FSM de Belém do Pará terminará sendo o ato do dia 29, no Hangar, que contará com a presença de Evo Morales, Fernando Lugo, Rafael Correa, Hugo Chavez e Lula – presidentes latinoamericanos que constroem, de distintas maneiras, modelos alternativos ao neoliberalismo. É uma presença inevitável, que marca como a América Latina se transformou, de "paraíso do neoliberalismo" a seu elo mais fraco, onde se começou a construir, efetivamente, o "outro mundo possível" pelo que luta o Forum Social Mundial.

No seu início, o FSM se delimitava expressamente em relação a governantes – assim como a partidos. A presença de presidentes como Lula e Hugo Chavez, por exemplo, era feita mediante atividades paralelas. Era ainda o momento de protagonismo dos movimentos sociais na luta de resistência ao neoliberalismo. O primeiro FSM se realizou em janeiro de 2001, em Porto Alegre. O primeiro governo progressista latinoamericano, o de Hugo Chavez, tinha sido eleito em 1998 e sobrevivia, solitariamente, sob forte ofensiva direitista. Foi ao longo desta década que foram eleitos Lula, Tabaré, Kirchner, Evo, Rafael Correa, Lugo – que representaram a passagem da luta antineoliberal a seu período atual, de luta por uma hegemonia alternativa, pela construção de modelos de superação do neoliberalismo.

A fundação do Movimento ao Socialismo (MAS) boliviano foi um momento determinante na luta por "um outro mundo possível", porque revelava, de forma explícita, a compreensão de que somente rearticulando a luta social com a luta política, seria possível dar inicio à construção de alternativas ao neoliberalismo. As forças sociais que tiveram essa compreensão, cada uma à sua maneira, puderam passar à fase atual, enquanto as outras perderam peso, se isolaram, ao permanecer numa atitude apenas de resistência.

Desde o último FSM realizado no Brasil, em 2005, os processos de integração regional avançaram, surgiram novos governos progressistas, enquanto o FSM foi ficando reduzido à realização dos foruns mundiais e regionais, sem propostas diante da crise neoliberal, diante das guerras imperiais, sem vincular-se aos processos – como os latinoamericanos – que efetivamente começaram a construção de alternativas ao neoliberalismo.

A presença dos cinco presidentes em Belém expressa o estágio atual de luta antineoliberal e é um chamado ao FSM para que volte a articular forças de resistência social à esfera política, aquela da disputa hegemônica, que se torna central a partir da crise contemporânea, do fim do governo Bush e dos avanços – concentrados hoje na América Latina – do pós-neoliberalismo.

O ato do dia 29 expressa a força atual da luta por "um outro mundo possível" no plano político, que junto à luta dos movimentos sociais e das outras forças políticas e culturais, são chamadas a desempenhar um papel permanente e decisivo na luta antineoliberal. Coloca-se para o FSM e as forças que o compõem um dilema essencial: permanecer na intranscendência do intercâmbio de experiências a cada ano ou dois anos ou avançar na construção de alternativas. A luta antineoliberal seguirá adiante e será tanto mais forte, quanto mais o FSM se acoplar às formas realmente existentes de construção do "outro mundo possível".


Secretario Executivo de Clacso, coordenador da Enciclopedia Contemporânea da América Latina e autor, entre outros, de "A nova toupeira" (sai na próxima semana).

http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=4094

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz