O saudoso Carlito Maia, com seu extraordinário senso de humor, já dizia que no futuro os estudiosos do atual período histórico vão perceber com clareza e afirmar com convicção que o século XXI, na história brasileira, vai ser o século da luta entre os sem terra e os sem vergonha.
Um abraço ao MST.
Leandro Konder, filosofo, PUC-RJ
AÇAO DA CIDADANIA DE BARBACENA- MG
companheiros ,
sao vocês os responsaveis pela esperança de tantos.
parabens e a luta continua.
tutuca (açao da cidadania de barbacena mg
AO MST
Nestes 25 anos, muros caíram e se ergueram. A expansão capitalista – e, com ela, a crise – ganhou o planeta. Mas resistências surgiram contra a exploração e a dominação de classe; a opressão de gênero; a degradação ambiental; a opressão nacional; em defesa da cultura; por novas formas de internacionalismo; por métodos de luta e organização que aprofundem a participação popular na política. Em tempos difíceis, o MST, atuando nestas múltiplas frentes, ousou, acertou muito e – o que é melhor – em boa companhia: com os que nada têm a perder a não ser os grilhões que os arrastam – e com eles a humanidade – para a barbárie. Mais do que parabéns, a solidariedade ativa.
Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida.
PUC-SP.
PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO
O MST é o mais profundo e, por isso, o mais importante movimento social brasileiro. Apoiá-lo em todas as suas frentes de luta é lutar pela transformação de nosso país em uma sociedade menos perversa e menos excludentes. Este é o dever de todo socialista e de todo democrata.
Roberto Amaral é escritor, vice-presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro e ex-Ministro da Ciência e Tecnologia
Caras companheiras e caros companheiros do MST,
Gostaria de agradecer profundamente o convite para participar das atividades em comemoração dos 25 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Não poderei estar presente, mas gostaria de transmitir este meu agradecimento e manifestar meu orgulho por ser considerado um amigo de vocês.
O MST mostrou, desde o seu nascimento, que é possível lutarmos e construirmos uma sociedade radicalmente humana e igualitária;que é possível atuarmos, em todos os âmbitos da vida em sociedade, pautados pelos melhores valores surgidos ao longo da história humana, constituídos por religiões, por correntes filosóficas e por povos lutadores em busca da dignidade; que é possível tornar a prática da solidariedade, desde a interpessoal até a internacional, a essência mesma das nossas relações humanas, sociais, econômicas e políticas; que é possível mantermos sempre no nosso horizonte a perspectiva de uma sociedade livre e socialista e atuarmos, a cada dia e a cada minuto, de maneira coerente na construção compartilhada deste sonho coletivo.
Posso afirmar que, desde antes de 1984, o MST mudou a minha vida, das gerações que vieram desde então e do próprio povo brasileiro.
Desde quando a quarta fralda foi colocada na cruz da Encruzilhada Natalino,em 1979, foi selada uma ampla aliança histórica pela transformação radical da sociedade brasileira, pelo fim definitivo dos sofrimentos de nosso povo, dos povos latino-americanos e do Terceiro Mundo.
O MST segue atuando como exemplo maior desta aliança estratégica.
Estamos e estaremos sempre juntos, cotidianamente, na busca determinada pela realização deste sonho de todos nós.
um forte, emocionado e fraterno abraço
Paulo Maldos
São 25 de luta, de vitórias, de derrotas.
É assim a vida!!!
O saldo é altamente positivo. É olhar e ver a organização da luta,
seus resultados, o aumento do nível de consciência ...
Cada nova ocupação é imediatamente acompanhada pela nova escola, tendo
na formação um de seus pontos principais.
Quem sabe disso, quem lê isso na grande imprensa?
E ainda assim o MST avança, a Reforma Agrária avança, a luta avança
para construir uma sociedade mais justa, fraterna, humana, onde o
homem/mulher seja irmão um do outro e não seu empregado.
Longa vida ao MST.
Raymundo de Oliveira
Sociedade de engenharia do Rio de Janeiro.
DE SUELI BELATO
Quantos momentos de educação e de cidadania eu poderia relembrar para
celebrarmos juntos os 25 anos do MST e agradecer suas lições .
Mas vou recordar alguns ensinamentos que recebi com o testemunho de
uma grande liderança do MST, Roseli de Oliveira. a Rose, da Fazenda
Anoni, a Rose do filme Terra para Rose.
A ocupação da Fazenda Anoni estava para acontecer. Também o filho de
Rose estava para nascer no final de outubro de 1985. Nas reuniões de
preparação, lá com as vizinhas e vizinhos do Município de Rondinha,
Rose confiava às amigas a pressão que estava sofrendo sobre os riscos
que poderia acontecer ao nenê - o que a deixava em dúvida de ir junto
ou logo depois do nascimento do nenê para ocupação. As vizinhas então
responderam a Rose: "Ah Rose se você não vai - nós também não vamos".
Rose, então, não vacilou e junto com o marido, filhos e suas vizinhas
partiu para Sarandi para transformar o latifúndio da Fazenda Anoni em
terra de produção de fartura e dignidade. Uma vez cortada a cerca da
propriedade improdutiva Rose entrou em trabalho de parto e lá no
Hospital de Passo Fundo com o nenê no colo decidiu que também filho
deveria ser tratado com responsabilidade comunitária e não como
propriedade particular. Então pediu que os 16 núcleos do Acampamento
da Fazenda Anoni opinassem o nome do seu filho. E assim o menino
recebeu o nome de Marco (o primeiro marco nascido no acampamento) Sepé
Tiaraju - em homenagem ao primeiro mártir da reforma agrária no Rio
Grande do Sul.
Em 1987 os agricultores de todo o país encontravam-se endivididados
com os Bancos. Muitas mobilizações se espalharam no país. Rose
colocou-se ao lado dos pequenos agricultores para que eles não viessem
a ser também trabalhadores sem terra. Foi numa mobilização de
agricultores que Rose e outros dois sindicalistas foram mortos no
Município de Sarandi.
A grandeza do Movimento está alicerçada em ações de brava gente como
foi Rose e como são os companheiros e companheiras do MST. Sou uma
aprendiz do projeto vivido nas várias Escolas de Vida do MST. Parabéns
Amigos e Amigas,
Sueli Bellato
Brasilia
Das cônegas de santo agostinho
NOTA PÚBLICA
25 anos do MST
A Coordenação Nacional da CPT vem a público para externar sua alegria pela comemoração dos 25 anos do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST, neste mês de janeiro.
São passados 25 anos que marcaram a História dos Movimentos Camponeses no Brasil. A organização e combatividade do MST, a clareza de suas estratégias de luta, as conquistas de novos espaços para o assentamento de famílias, e seu envolvimento com os grandes temas nacionais e internacionais lhe renderam o reconhecimento tanto nacional, quanto internacional. No Brasil não há quem não conheça o movimento. Pesquisa do IBOPE, em meados de 2008, sob encomenda da Vale, mostrou que 97% da população brasileira conhece o MST, o que levou o instituto a concluir, em suas considerações finais, que “o MST é um movimento já incorporado pela sociedade como uma das “instituições” brasileiras”.
Sua bandeira vermelha tremula de Norte a Sul do País. Seus bonés vermelhos circulam tanto nas grandes capitais, bem como nos mais distantes rincões do território nacional. E cobrem ou já cobriram a cabeça de milhares de pessoas simples, mas também de autoridades e de pessoas influentes em nossa Nação. Quando usado pelo Presidente da República provocou uma reação hipócrita daqueles que se consideram os portavozes da nacionalidade restrita a um pequeno grupo de privilegiados.
Seus acampamentos povoam as margens das rodovias, escancarando aos olhos de todos os que querem ver a escandalosa realidade agrária brasileira calcada sobre a histórica concentração de terras, deixando centenas de milhares de famílias sem a possibilidade de acesso à terra para viver e cultivar.
Se por um lado o movimento goza de imensa simpatia de diversos setores da sociedade brasileira, por outro é execrado e combatido com todas as armas possíveis - desde Decretos do poder Executivo que impedem a vistoria de áreas ocupadas, e criminalizavam lideranças, passando pelos inúmeros processos movidos contra elas no âmbito do poder judiciário, por CPIs no Legislativo nas quais se queria taxar de terroristas suas ações, chegando aos meandros do Ministério Publico, que no Rio Grande do Sul simplesmente propunha a extinção do Movimento e agora ao Tribunal de Contas da União, na tentativa de asfixiá-lo. Culmina na calúnia, perseguição, prisão e até mesmo na morte de muitas de suas lideranças. Destaque especial merece o massacre de Eldorado de Carajás quando 19 sem terra foram barbaramente assassinados, em 17 de abril de 1996.
Muitos temem o MST, e por isso deflagram campanhas para tentar isolá-lo e desmoralizá-lo.
Na realidade o MST deve ser temido por quem sempre apostou na preservação dos privilégios de uma pequena parcela da população brasileira que concentrou terras, renda e poder. Nestes 25 anos o movimento conquistou terra para mais de três centenas de milhares de famílias e inspirou o surgimento de novos movimentos de luta, não só no Brasil, como em outros países. Mas o que de melhor e de mais importante o MST conseguiu realizar foi ter aberto o caminho da cidadania e da dignidade para milhares e milhares de pessoas que nunca antes tiveram um lugar ao sol. No movimento elas encontraram espaço, começaram a ser reconhecidas, conseguiram levantar a cabeça e se fizeram respeitar. O movimento conseguiu dar a estes milhares de brasileiras e brasileiros, o que a sociedade nacional durante séculos lhes negou, o acesso à educação, à saúde, ao reconhecimento dos seus direitos. Desde o menor acampamento à beira da estrada, até o mais organizado assentamento acompanhado pelo MST, funcionam escolas para as crianças e adolescentes e uma equipe é encarregada pelos cuidados básicos de saúde. Adultos são alfabetizados. E hoje convênios com dezenas de Universidades abrem as portas do ensino superior a um grupo humano que antes não tinha nem condições de sonhar em chegar a este estágio. Centenas de processos de formação estão forjando novas lideranças que poderão ser sementes e fermento de uma profunda transformação da sociedade brasileira.
Mesmo reconhecendo as dificuldades e os conflitos que o movimento enfrenta, próprios a qualquer agremiação humana, a Coordenação Nacional da CPT não poderia deixar de reconhecer a grande riqueza que o MST trouxe à sociedade brasileira. Felicitando-o pelo transcurso desta data, a CPT deseja-lhe que continue firme ajudando a descortinar sempre novos horizontes para os homens e mulheres do campo e a plantar novas sementes de cidadania e dignidade.
A Coordenação Nacional da CPT
Goiânia, 19 de janeiro de 2009.
PARABENS
Parabéns. pela luta pela reforma agrária e pela luta contra o neoliberalismo, contra as privatizações, pela retomada da Vale do Rio Doce, por um novo modelo econômico no Brasil e por uma nova ordem mundial.
Clair da Flora Martins, advogada, ex deputada Federal presidente do Instituto Reage Brasil.
AO MST
O MST desempenhou um papel de grande relevância nesses 25 anos, ao chamar a atenção para a questão da reforma agrária e organizar a luta pelo acesso à terra. Com os movimentos populares em geral, participou ativamente da reconstrução da democracia brasileira, tarefa ainda em curso que exige sempre a unidade na diversidade daqueles que lutam por um país justo e democrático. Parabéns pelos 25 anos.
Ricardo Berzoini
Presidente nacional do PT- Partido dos Trabalhadores
O MST e a História.
Roberto Malvezzi (Gogó)
Membro da coordenação nacional da CPT
Das margens do rio são francisco, sertão da bahia.
Primeiro foram os índios. Resistiram à escravidão branca, ao trabalho forçado. Atravessaram a história do Brasil resistindo, buscando distâncias da civilização branca que os extinguia. Hoje continuam presentes na luta por seus territórios. Nos seus territórios está seu futuro.
Depois foram os negros. Resistiram. Aquilombaram-se. Atravessaram a história nos seus cultos secretos, nos territórios criados ao longo do território brasileiro. Hoje continuam presentes na luta por seus territórios. Nos seus territórios está o seu futuro.
Depois, por volta de 1.800, foram os mestiçados do Nordeste. Um padre chamado Ibiapina propôs aos deserdados da região a vida conforme as comunidades cristãs primitivas. O cristianismo primitivo era sua ideologia. Ele era cearense e se chamava Ibiapina. De suas propostas surgiu Canudos, Caldeirão, Pau-de-Colher, seja por sua influência direta, seja pela influência de seus discípulos, como Conselheiro, Pe. Cícero, Beato Severino, Zé Lourenço, Quinzeiro e muitos outros. Foram esmagados, mas continuam vivos e o Nordeste continua a região mais rural brasileira.
Por volta de 1930 surgiram as Ligas Camponesas, agora por influência da ideologia do Partido Comunista Brasileiro. Uma vez eliminadas, voltaram na década de 50 pela influência de Francisco Julião e se espalharam por todo o Nordeste. Esmagadas pelo regime militar, em seu lugar veio o sindicalismo rural brasileiro.
Na década de 80 surge o MST. Ideologia laica, mas que soube compreender e acolher os que vinham de matriz religiosa. O MST, nesse sentido, é uma síntese da história da luta camponesa no Brasil. Influenciou a formação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), Movimento das Mulheres Camponesas (MMC) e outros.
A chave histórica do MST é a “ocupação de terras”. As 370 mil famílias assentadas em 7,5 milhões de hectares é uma conquista gigantesca em qualquer país do mundo. Cada ocupação vale mais que marchas, manifestações, discursos e outras formas de marcar presença na sociedade. Só ela mexe com o coração do capital. Todas as outras ganham sentido quando essa existe.
O futuro do MST depende também da sabedoria de seus dirigentes. A luta pela terra não morreu. Basta olhar para índios, quilombolas e comunidades tradicionais. É no campo que está o confronto com o grande capital em todo o mundo: alimentos, energia, biodiversidade, água, solos, territórios, enfim, todos os bens naturais estão em seu último estágio de apropriação privada. Essas vítimas históricas dos saqueadores de riquezas, territórios e do capital moderno dizem que a história continua. Na luta pela terra está o futuro do MST.
Vida longa a esses lutadores brasileiros.
Deixo meu abraço aos companheiros do MST pelos 25 anos de Luta.
O Brasil deve a vocês a participação decisiva no processo de construção da democracia, seja pelo movimento se constituir em canal de organização social e política dos camponeses e dos pobres do país, seja pelos avanços na democratização da terra ou pela conquista da cidadania de milhões de brasileiros.
Aprendi com o Movimento que nada se conquista sem luta e que para lutar é preciso ter sonhos, senso de justiça, valores solidários e humanistas, além de muita determinação. E que a vitória está nas pequenas-grandes conquistas, que se expressam na construção da consciência em sua militância, mas também no despertar para a solidariedade na sociedade brasileira como um todo; nos gestos simbólicos, como o ostentar da bandeira do movimento por um militante, mas também nas grandes caminhadas com as quais se busca mobilizar o país para suas causas. Aprendi, enfim, que a vitória está nessa caminhada, pois mesmo se um dia tivermos alcançado progressos satisfatórios com relação à democratização da terra, ainda assim a mobilização será necessária para lutarmos contra outras injustiças que caracterizam nossa sociedade.
Sinto-me parte constitutiva da história do Movimento. Sentimento que me faz ter orgulho da nossa história.
Ao MST deixo o meu agradecimento por tudo que fizeram e por tudo que ainda irão fazer por nosso país.
Rogério Sottili Secretário Adjunto Secretaria Especial dos Direitos Humanos MENSAGEM AO MST Tenho com o MST, e com os primórdios do MST, há mais de 25 anos, uma relação de admiração e compromisso, que continua até hoje. Transmitam aos companheiros e companheiras do MST, que ao longo deste quarto de século, com sacrifícios pessoais e coletivos dificilmente quantificáveis, mantiveram alta a bandeira da luta pela terra, associada à luta pelo socialismo, à luta pela libertação de toda a classe trabalhadora, à luta pela soberania do nosso país, os meus parabéns por esta epopéia que é a história do MST até os dias de hoje. E acrescento os votos de que a luta do MST continui com o mesmo vigor e a mesma determinação, fortalecendo cada vez mais, ideologica e organizativamente, a luta dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil pela liberdade, pelo socialismo. um grande abraço, Curitiba, 19 de janeiro 2009, Claus Germer Prof. da UFPR |