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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

4.8.17

Bora junto?

Bora junto?, por Mariana Moreira

Foto O Globo

Bora junto?

por Mariana Moreira

Ontem fui roubada no Centro do Rio. Levaram tudo: cartão de débito e crédito, documentos, bilhete único, meu amado alelo refeição, Iphone, maquiagem, caderno com meus textos... tudo. Só me sobrou a alça da bolsa.

Quatro homens e uma mulher, aparentemente sob efeito de drogas e em situação de rua, abordaram minha amiga e eu, quando voltávamos de um curso de Hacking Cívico.

Sim, a gente estava discutindo política e democracia antes de sermos roubadas.

Não vou dizer que o coração não doeu, que as lágrimas não desceram e que meu corpo todo não ficou anestesiado. Mas depois de abraçar meus pais e agradecer por estar bem, percebi que a militância é cada vez mais necessária.

A situação que vivi é o desenho do desarranjo social. Resolvi, durante a madrugada, rascunhar uma análise bem rasa: As pessoas que me assaltaram refletem como a sociedade fecha os olhos para o problema de saúde pública que são as drogas e prefere ignorar os marginalizados que perambulam, dormem pelas calçadas e utilizam entorpecentes.

Nós não queremos vê- los. Preferimos negar a existência à buscar uma solução humana e eficiente.

Dá no que dá.

A delegacia onde fui prestar queixa estava lotada de pessoas que haviam sido pegas em flagrante. Todos homens negros.

Sintomático quando analisamos o racismo estrutural e institucional no país, que insiste em negar direitos básicos como educação e empurra a população preta para a invisibilidade. Mas alguns dizem que somos vitimistas, quando não apontam o racismo reverso. (haha)

Os Policiais Militares, que foram muito respeitosos e atenciosos comigo, estavam nitidamente cansados. Tive uma breve conversa com eles e percebi o quanto a rotina é maçante, doída e sem condições. Não é de graça que exigimos uma polícia que não só mate menos, como também morra menos. Eles morrem aos montes.

O Estado financia não só o extermínio da população negra e pobre, como também empurra seus funcionários na direção da bala.

Nessa madrugada, tentei provocar um revirão e entender essa bosta de acontecimento como uma reafirmação das minha idéias. Interpretei o assalto como uma mensagem do além: "Coé, Mari, ta lutando pelas causas certinhas. Continua, garota. Vamo tentar mudar isso aí.".

Não sou ingênua em acreditar que vou mudar o mundo, mas faço o que posso pra defender a democratização de oportunidades, a humanização do olhar sobre os excluídos, uma política honesta e voltada para os mais pobres e um sistema educacional de qualidade e universal.

É isso, Freud pode achar que criei essa narrativa para aliviar minha dor, mas acho que faz sentido e alimentou minha vontade de viver um país menos doente. Sei que tem MUITA gente nessa missão. Bora junto."

http://jornalggn.com.br/noticia/bora-junto-por-mariana-moreira

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz