SENHOR ETERNIDADE
Ao Antônio Cândido
Por Ademar Bogo
Antonio, um vôo continuado
Por ter nas costas as asas do passado.
Elas sustentam a velha tradição
Das longas viagens da literatura
Sem ela não poderia haver cultura
E nem tampouco, civilização.
Antonio não é um escritor
Um crítico, poeta ou trovador.
É um recipiente guardador
Da memória literária nacional.
Se outro deve há com tal imensidade
Empata em grandeza e brilhantismo
Pois, não há luz com maior iluminismo
Que aquela elevada ao grau da universalidade.
Antonio é início e conclusão:
Dois pólos unidos em uma só vida
Em si a literatura é reunida
Como uma história de múltiplos autores.
Se a literatura hoje brilha com suas cores
Deve este feito à navalha de sua crítica
Que corta, mas não mata, fortifica
Gerando frutos com novos sabores.
Antônio é uma flor de nome masculino;
Florida nas margens do destino
Da literatura brasileira.
Mas a flor morre para virar semente
Para marcar o tempo no presente
E germinar pela vida inteira.
Por isso, Antonio, um nome universal
Deixa de ser individual
Para tornar-se consciência coletiva.
As gerações vindouras serão as comitivas
Que marcharão com literalidade.
Assim, Antônio, sempre será Antônio
Ou simplesmente, Senhor Eternidade.
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