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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

19.5.17

O triste fim de um bando de canalhas. Por Carlos Fernandes

O triste fim de um bando de canalhas. Por Carlos Fernandes

 
Canalhas

Francis Bacon é autor de uma frase que costumo usar em momentos históricos como o de hoje, 17 de maio de 2017. Dizia ele que a verdade é filha do tempo e não da imposição.

Nada mais apropriado para o dia em que caiu por terra, definitivamente, a máscara de soberba e hipocrisia que encobria a decrepitude de um sistema político dominado por uma escória que foi capaz de arruinar uma democracia inteira em defesa dos mais inconfessáveis interesses.

Ironia das ironias, foi por medo do mais atual instrumento de tortura da idade moderna, a prisão preventiva indefinida, que os donos da JBS, Joesley e Wesley Batista, proporcionaram a mais avassaladora delação premiada de toda a operação Lava Jato.

Não deixa de haver nesse episódio uma espécie de justiça providencial.

Utilizados como ferramentas medievais na insana busca de argumentos minimamente aceitáveis para incriminar Lula, Dilma e o PT, prisão preventiva e delações foram exatamente os recursos que acabaram por provar a escandalosa conspiração que depôs uma presidenta honesta e perpetuou uma caçada jurídica e midiática de décadas ao maior líder popular desse país. 

Iniciada desde os primeiros minutos em que Dilma Rousseff foi reeleita em outubro de 2014, o conluio capitaneado pelo projeto de poder derrotado nas urnas utilizou-se de todos os meios, instituições inclusive, para minar e inviabilizar o governo reconduzido pelo povo ao poder.

Munidos com o capital do alto empresariado, do jornalismo de guerra da mídia familiar e da justiça cooptada da primeira instância até a mais alta corte, a nata da corrupção política brasileira enganou descaradamente uma parcela significativa da população buscando a desestabilização do governo.

Nada representa melhor o que significou o golpe de Estado sofrido pelo país do que a aceitação do processo de impeachment ter sido feita por um criminoso como Eduardo Cunha. O mesmo que, agora está provado, confabulava com o vice decorativo e sua quadrilha, a tomada violenta do poder.

Poucos messes após uma das mais vergonhosas sessões já vistas na Câmara dos Deputados, o Senado dava cabo de um projeto vitorioso de inclusão social e redução da desigualdade que perdurou por mais de uma década.

Entrou em cena a mais pavorosa malta já reunida no Palácio do Planalto. A truculência, o machismo, a misoginia, a incompetência e a falta de diálogo foram postos em ação para ruir a soberania brasileira em pagamento dos relevantes serviços prestados pelos grandes interesses internacionais.

Em apenas um ano de governo, o Brasil retrocedeu décadas. Ficamos mais pobres, mais desiguais, mais desempregados. Fatiamos e doamos a Petrobrás a empresas internacionais. Condenamos a educação e a saúde a décadas sem investimentos. Perdemos todo o prestígio internacional que conseguimos a duras penas.

Em resumo, um escândalo num dia, um desastre no outro. Quando não os dois. 

A delação dos donos da JBS vem pôr fim a um dos mais obscuros momentos políticos de nossa história. Restou desmoralizado todo o governo Temer, o Supremo Tribunal Federal que foi incapaz de impedir os atos de Eduardo Cunha e a operação Lava Jato que terá agora que lidar, fatalmente, com aqueles a quem tanto tentou proteger. 

Escrevi em 7 de julho de 2016, pouco antes da votação do impeachment no Senado Federal, um artigo intitulado "O desfecho de Temer será ainda pior do que o de Cunha". 

Não resta dúvidas que esse medíocre que ora rasteja no lamaçal de imundície que ele próprio criou, entrará para a história do Brasil como o político mais odiado de todos os tempos. 

Que a profecia seja cumprida e que este seja o triste fim de uma canalha.


http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-triste-fim-de-um-bando-de-canalhas-por-carlos-fernandes/



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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz