Aécio: o Brasil escapou das mãos de um jagunço de terno. Por Kiko Nogueira
Um jagunço.
O Brasil escapou de ser governado por um jagunço em 2014.
O mesmo jagunço que arquitetou um golpe, se aliou a uma corja e que agora conta os dias para ir para a cadeia.
A cena descrita na gravação de meia hora, feita no dia 24 de março no Hotel Unique, em São Paulo, quando Aécio Neves pediu 2 milhões de reais ao dono da JBS, é a seguinte, segundo o Globo:
O empresário quis saber, então, quem seria o responsável por pegar as malas. Deu-se, então, o seguinte diálogo, chocante pela desfaçatez com que Aécio trata o tema:
— Se for você a pegar em mãos, vou eu mesmo entregar. Mas, se você mandar alguém de sua confiança, mando alguém da minha confiança — propôs Joesley.
— Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação. Vai ser o Fred com um cara seu. Vamos combinar o Fred com um cara seu porque ele sai de lá e vai no cara. E você vai me dar uma ajuda do caralho — respondeu Aécio.
Frederico Pacheco de Medeiros, o Fred, foi diretor da Cemig, nomeado por Aécio, e um dos coordenadores de sua campanha a presidente em 2014, na área de "logística".
Tem que ser um que a gente mata ele antes de fazer delação.
Isso em março. Aécio Neves já estava enrolado até o pescoço em delações.
E mesmo assim, mesmo assim, ele delinquiu — com a cumplicidade da eterna primeira irmã Andrea Neves.
Por quê?
Porque é assim que ele opera, sempre operou e sempre vai operar. É de sua natureza.
É esse o homem que não aceitou o resultado das urnas, atirou o Brasil no caos e foi engolido por ele.
É esse o homem que insuflou os fascistas de uma extrema direita indigente, cujos dejetos ainda vão nos assombrar por muito tempo.
É esse o homem que, blindado por uma mídia tão corrupta quanto ele, chegou tão longe. A mesma mídia que, agora, o entrega aos cães porque a fila anda.
A PF cumpriu mandados de busca e apreensão em sua casa no Rio e no Senado. O comparsa Zezé Perrella, do Helicoca, também foi alvo da operação.
Andrea Neves foi presa em sua casa em Belo Horizonte.
Um jagunço. Que tenha o fim reservado aos jagunços.
Antes que fuja.
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