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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

3.9.13

‘Mea culpa’ da Globo não muda seu jornalismo (por Paulo Vannuchi) « Sul 21

Data:3/set/2013, 10h50min

'Mea culpa' da Globo não muda seu jornalismo (por Paulo Vannuchi

Colunista da RBA afirma que admitir ser uma "verdade dura" o apoio ao golpe de 1964 não basta e que democracia brasileira ainda espera o fim do monopólio das comunicações

Da RBA

O fato de as Organizações Globo assumirem que apoiaram o regime militar, em editorial de O Globo na edição de sábado (31), não significa um reparo de conduta do maior grupo de mídia do país. Para o cientista político Paulo Vannuchi, comentarista da Rádio Brasil Atual, o importante será verificar o que será a Globo a partir dele. "Ela faz o mea culpa e vai mudar? Ou faz o mea culpa para fortalecer a sua posição de combate?", indaga.

A decisão da Globo se deu depois de uma série de mobilizações no país, na sexta-feira (30), a favor da democratização dos meios de comunicação. No Rio de Janeiro e em São Paulo, elas ocorreram em frente à sede da organização, e os manifestantes entoavam palavras de ordem como "A verdade é dura, a Globo apoiou a ditadura".

O texto de sábado – comumente um dia de baixo consumo de jornais impressos – é aberto com menção ao grito popular e reconhece que "trata-se de uma verdade", e, de fato, "uma verdade dura". "Já há muitos anos, em discussões internas, as Organizações Globo reconhecem que, à luz da História, esse apoio foi um erro."

"A lembrança é sempre um incômodo para o jornal, mas não há como refutá-la. É história. O Globo, de fato, concordou com a intervenção dos militares, ao lado de outros grandes jornais, como O Estado de S. Paulo,Folha de S. PauloJornal do Brasil e o Correio da Manhã, para citar apenas alguns", aponta o editorial.

Na mesma manifestação do dia 30, os membros do Levante Popular da Juventude, grupo que tem chamado atenção por seus protestos de escracho a torturadores, renomearam a ponte Otávio Frias Filho – dono da Empresa Folha da Manhã no período da ditadura – para Vladmir Herzog, jornalista assassinado pelo DOI-Codi.

Vannuchi lembra que a própria empresa que edita a Folha foi por responsável por emprestar carros do jornal para que o DOI-Codi promovesse operações e emboscadas e executasse militantes da resistência clandestina. "Eu pergunto se a Folha, o Estadão, o Grupo Abril vão realizar um mea culpa semelhante", diz.

Apesar do aparente reconhecimento do erro, no mesmo texto, O Globo menciona que apoiou o regime militar, devido ao perigo do comunismo e de um "provável golpe, a ser desfechado pelo presidente João Goulart, com amplo apoio de sindicatos".

Para Vannuchi, a Rede Globo se isenta do principal problema que é 'ter convocado os militares para darem um golpe de Estado, reprimirem, sufocarem sindicatos, prenderem, torturarem e desaparecerem com os corpos de opositores políticos".

A importância das manifestações a favor da democratização da mídia foi reforçada com a atitude tomada pela corporação. O fato sinaliza a necessidade de continuar a colocar em questão o debate sobre a democracia no campo dos meios de comunicação.

"Se as mobilizações prosseguirem, se reforçarem, é possível avançar. O que pode parecer hoje um objetivo distante, inatingível, pode ser alcançado, que é a democracia que falta no Brasil. Pelo menos um terço dos canais de rádio e televisão estarem nas mãos dos movimentos populares, sociais, comunidades, ONGs, entidades de representação popular, para que todos falem, porque na democracia é preciso assegurar a pluralidade de opiniões", afirma Vannuchi. "Trata-se de constituir uma ampla distribuição de recursos, de ondas de TV e de rádio, e a possibilidade de uma imprensa também para o povo, para a classe trabalhadora, para os mais pobres."



http://www.sul21.com.br/jornal/opiniaopublica/mea-culpa-da-globo-nao-muda-seu-jornalismo-por-paulo-vannuchi/


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz