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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

10.9.13

À busca de sentido — CartaCapital


Resenha

À busca de sentido

Em "O Capital e Suas Metamorfoses", Belluzzo expõe as inúmeras faces do capitalismo
por Luiz Carlos Bresser Pereira — publicado 09/09/2013 08:48, última modificação 09/09/2013 09:51

E economista recorre a Marx, Keynes, Lukács, Berman, Marcuse, Manhein, etc.

Quem é o Luiz Gonzaga Belluzzo autor de O Capital e Suas Metamorfoses? É o economista marxista que discute o movimento do capital-dinheiro se transformando em capital financeiro e em capital fictício? Que explica a crise financeira global de 2008 como inevitável porque inscrita na lógica especulativa do capitalista? Ou é o economista keynesiano que assinala a contradição dos anos pós-crise, porque todos procuram cortar gastos e reduzir dívidas? Ou mesmo o filósofo que assinala a paradoxal perda de autonomia do indivíduo em uma sociedade na qual o neoliberalismo transformou a competição em único valor e erigiu o indivíduo em supremo árbitro de tudo?

Belluzzo é um pouco de tudo isso, pois sua forma de ver o mundo está associada a Marx. Porque aprendeu com Marx a pensar histórica e dialeticamente. Por isso sua análise da modernidade neoliberal e de sua crise é tão rica neste livro. E por isso, também, ela não é linear; não pode ser resumida com um silogismo ou uma taxionomia.

Sou amigo de Belluzzo há uma eternidade. Nossa origem comum está no estruturalismo desenvolvimentista e na admiração por Marx.

Nos anos 1970, travamos um debate porque ele e outro querido amigo, Luiz Antonio de Oliveira Lima, criticaram minha teoria da tecnoburocracia. Uma teoria na qual eu utilizava instrumentos teóricos marxistas para chegar a conclusões marxistas.

Na virada dos anos 1970 para os 1980 nos juntamos na luta pela democracia e na tentativa bem-sucedida de formar um pacto democrático-popular, no qual os empresários industriais tivessem um papel de liderança associados aos trabalhadores e à burocracia pública.

A crise desse pacto e a minha decisão de participar da fundação do PSDB enquanto Belluzzo continuava no PMDB provocaram um inevitável afastamento, mas, quando o partido que julgara ser social-democrático caminhou para a direita e rejeitou o desenvolvimentismo, nossos caminhos voltaram a se cruzar.

Belluzzo é um analista e um crítico insuperável da financeirização do capitalismo. Em conjunto com Luciano Coutinho, escreveu um trabalho pioneiro sobre o tema em 2004, Financeirização da Riqueza, Inflação de Ativos e Decisão de Gastos em Economias Abertas.

Nesse livro, além de voltar a fazer a crítica do capitalismo e da sua inerente instabilidade, ele se vale de Lukács para nos propor uma ontologia do capitalismo, para vê-lo como um ser social que não está dentro de nós, que não é produto de nossas elucubrações lógicas, mas é um ser objetivo, que está aí fora de nós. Um ser complexo que podemos procurar entender em suas múltiplas determinações, sem perder de vista sua objetividade e unidade.

A economia política de Belluzzo está, assim, a quilômetros de distância do método hipotético-dedutivo usado pelos economistas neoclássicos ou ortodoxos, e dos seus modelos matemáticos vazios de realidade.

O que lhe interessa é compreender o mundo no qual estamos inseridos. E para isso ele se vale de uma gama de autores extensa e ilustre. Além de Marx e Keynes, que estão no centro do seu pensamento, temos Lukács, Berman, Marcuse, Boltanski, Polanyi, Mannhein, Kalecki e muitos outros.

Todos o ajudam a compreender as infinitas faces do capitalismo. Faces que ficam mais claras nos momentos de crise como o que vivemos desde 2007-2008. Quando os capitalistas rentistas assistem à desvalorização de seu capital devido às taxas de juro negativas. E quando a ortodoxia liberal não tem nada a oferecer para superar a crise.

Esse momento de crise é um momento de transição – uma transição que poderá ser para um capitalismo mais democrático e mais social, se formos capazes de aproveitar essa oportunidade não apenas para criticar, mas, como fez Keynes nos anos 1930, para pensar o novo e oferecer opções que façam sentido para uma coalizão de classes desenvolvimentista. O Capital e Suas Metamorfoses é uma contribuição nessa direção que saúdo com alegria.


http://www.cartacapital.com.br/revista/765/a-busca-de-sentido-3543.html

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz