Sexta-feira, 4 de maio de 2012
Anastasia e PSDB governam para os ricos
Em Minas somos governados pela direita que se associa aos interesses mais conservadores do país
04/05/2012
Editorial
Os sinais de turbulência da crise capitalista estão afetando a vida dos trabalhadores em todo o mundo. Assistimos a governos impostos pelo FMI e Banco Mundial na Itália e Grécia, retirada de direitos sociais em todos os países, repressão à população que não aceita perder direitos conquistados, e governos que insistem em aplicar novas medidas neoliberais.
A economia de Minas Gerais atende aos interesses internacionais. Ao invés de produzir para o povo, nossa economia está centrada na produção de matéria-prima para exportação, produtos agrícolas e minerais. Diminuindo a demanda externa por conta da crise, haverá desemprego, recessão, e a conta ficará com o povo.
Para sustentar o modelo que privilegia o lucro das grandes empresas e investidores, o governo mineiro aumenta seu endividamento. De acordo com a Secretaria do Tesouro Nacional, a dívida consolidada líquida de Minas Gerais com a União passou de R$ 13,6 bilhões, em 2000, para R$ 62,1 bilhões em 2011 – crescimento de 356,30%, enquanto a média de todos os estados foi de 110,51%. Paralelamente, a população enfrenta crescentes cortes nos gastos com políticas públicas sociais como educação, saúde e segurança.
Em Minas somos governados pela direita que se associa aos interesses mais conservadores do país. Temos uma elite que construiu tanta hegemonia na sociedade a ponto de aprofundar a agenda neoliberal e dar novo fôlego à privatização do Estado e dos serviços públicos. É o que se vê nos recentes projetos de Parcerias Público-Privadas (PPPs) nos serviços de abastecimento de água e saneamento, segurança e saúde.
O modelo implementado em Minas, tido pelos ricos do Brasil como vitrine para os demais estados, mostra-se incapaz de financiar e promover um desenvolvimento que seja justo e solidário e de satisfazer as necessidades do povo, como terra, moradia, emprego, educação pública, transporte público, saúde pública de qualidade.
Mas o povo não é bobo. As lutas do último ano foram importantes demonstrações de força dos trabalhadores brasileiros. Ainda que constituam passos iniciais de um longo e contínuo processo de acúmulo, as movimentações abalaram a enorme hegemonia das forças conservadoras no nosso país.
O povo de Minas também foi protagonista nessa conjuntura, realizando ações que descortinaram as contradições do projeto político da direita e trouxeram para mais perto a possibilidade de construção de outro projeto, a serviço dos interesses populares.
Nesse sentido, foi emblemática a luta dos profissionais da educação pelo cumprimento da Lei do Piso Salarial Nacional, que, no nosso estado, resultou na mais longa greve de 2011, de 112 dias. Bem como a ampla rede de movimentos sociais e sindicatos que se articularam em apoio à luta pela educação e pela valorização dos profissionais – denominada “Quem luta educa” – e que seguem juntos, desde então, no planejamento e execução de lutas conjuntas e na solidariedade às ações das categorias e organizações.
Precisamos de um Projeto Popular, que significa a solução dos problemas do povo com mudanças estruturais. Essas mudanças somente serão possíveis com força própria da classe trabalhadora. Para isso, movimentos sociais, populares, sindicais, estudantis e lideranças do nosso estado realizam o IV Encontro dos Movimentos Sociais de 27 a 30 de abril.
As manifestações do poder popular devem ser fortalecidas e, para isso, nada melhor do que resgatar o sentido combativo do 1º de maio, como dia de luta das trabalhadoras e dos trabalhadores em Minas, no Brasil e no mundo.
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