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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

29.12.16

Desmonte do Estado, ataque aos direitos, mais poder, mas sem enfrentar os privilégios

28/dez/2016, 0h15min

Desmonte do Estado, ataque aos direitos, mais poder, mas sem enfrentar os privilégios 

Maia Rubim/Sul21

Maia Rubim/Sul21


Adão Villaverde e Luiz Fernando Mainardi


O pacote do governador Sartori demonstrou claramente seu objetivo: não resolver a crise das finanças e estabelecer a austeridade como um fim em si mesmo, qual seja, a diminuição do Estado.

A entrega das funções públicas, através da extinção das nossas fundamentais fundações, e as tentativas de privatizações das empresas públicas eram seus objetivos centrais. É, portanto, um pacote ideológico e não para resolução do equilíbrio das finanças do RS e nem das demandas da sociedade. Por isso não tratamos os projetos caso-a-caso, mas sim na sua totalidade.

Sofremos um enorme golpe, porque a sociedade foi derrotada ao não se permitir mais ter instituições públicas reconhecidas de pesquisa, inteligência, criatividade, memória e democratização da informação. Sartori é um exterminador do futuro que joga os gaúchos às trevas e ao obscurantismo.

Conseguimos resistir porque impedimos retrocessos nos direitos e conquistas dos que trabalham no setor público e por termos evitado a subtração do direito da sociedade decidir sobre o que é seu: o patrimônio público. Continua na Constituição Estadual a necessidade de plebiscito para vender estatais. Não permitimos mexer nas licenças prêmios, acabar com liberação de dirigentes sindicais, confiscar datas de pagamento dos salários e atrasar e pedalar o 13° salário, retirar benefícios fiscais dos pequenos, atacar direitos dos servidores da segurança pública, em especial da Brigada Militar, dentre outros.

Nosso balanço geral é de que valeu a resistência. Como o pacote era ideológico, se formou, de um lado, um bloco nacional desenvolvimentista em solo gaúcho, e de esquerda (PC do B, PDT, PSOL, REDE, PT); e de outro, a direita com seu papel a serviço dos interesses privados e a intolerância contra os de baixo e menos favorecidos, com exceção do PPL.

A derrota de Sartori na tentativa de levar o caos aos outros poderes é também emblemática. Por isso toda a raiva da grande mídia no tema do duodécimo e as "lágrimas de crocodilo" cínicas no fechamento das fundações e nas insensíveis mais de 1200 demissões às vésperas do natal.

Logo é fundamental explicar o tema do duodécimo. A autonomia dos poderes é o principal pressuposto do Estado Democrático de Direito. E eles, como os golpistas em Brasília, depois de desconstruírem a política, os partidos e as instituições, queriam tirar também a autonomia e a independência dos poderes. O pacote era só de diminuição de repasses, não enfrentava nada do desequilíbrio, das desigualdades, das injustiças e privilégios salariais no interior de cada poder, que existe e deve ser enfrentado. Mas nós (PC do B, PDT, PSOL, REDE, PT) aceitamos a agenda do repasse dos poderes e propusemos uma regra de transição. O governo, sabendo que ia perder neste tema, e também já estava derrotado no seu objetivo principal, que era desconstitucionalizar os plebiscitos para venda de Estatais, resolveu não negociar, para imputar a este bloco suas fragilidades e responsabilidades e por decorrência sua derrota.

Aliás, a soberba e o autoritarismo deste governo que trouxe de volta métodos repressivos da ditadura para o RS, fica revelado também neste tema. Não conversa, não dialoga e não negocia com ninguém e ainda solta o "cassetete democrático", balas de borracha e bombas de efeito moral nos trabalhadores. É importante que todos saibam: do orçamento do poder Executivo, 65% é para pessoal. Portanto, Sartori não paga em dia seus servidores porque não quer. E tem o apoio da grande mídia para encobrir isto. Olívio e Tarso tinham a mesma condição: não atrasaram nunca o salário e não venderam um parafuso.

Só de receitas especiais até 2018, Sartori receberá R$ 24 bilhões, quando o déficit anual não é mais que R$ 4 bilhões. Afora os R$ 7 bilhões/ano da sonegação que não enfrenta e os R$ 9 bilhões de renúncias fiscais que poderiam ser revisadas.

Podem ter certeza, ele busca materializar seus objetivos desde o primeiro dia de seu governo. Por isto vendeu a ideia do caos, cujo ápice se expressou no não pagamento em dia dos servidores e agora com o confisco do 13°, que aliás, já tem decisões judiciais para ser pago para algumas categorias, como o caso dos professores. Cuidado com a versão única do sartorismo exterminador do futuro, que tem todo o espaço na mídia para se auto-elogiar, enquanto que busca adjetivos escolhidos a dedo para desqualificar os opositores, aqueles que divergem.

E para finalizar, provavelmente digo o óbvio. Pois não poderíamos esperar outra coisa dos defensores do neoliberalismo conservador e atrasado de Sartori – que não deu certo nem aqui, com Britto e outros, nem em vários lugares do mundo – que não esta atitude: estão furiosos porque a mobilização de ruas, mesmo sobre forte repressão, e a aliança democrática, trabalhista e de esquerda impediram que a agenda sartoriana se realizasse por completo na Assembleia Legislativa gaúcha.

O calendário muda, mas a Luta continua!

.oOo.

Adão Villaverde e Luiz Fernando Mainardi são deputados estaduais pelo PT-RS.




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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz