Freiras reagem às declarações do Papa sobre mulheres que abortaram
"Ele precisa se sentar conosco e com outras mulheres e ouvir o que elas estão dizendo, porque ele ainda não entendeu". Papa Francisco anunciou que padres poderão perdoar mulheres que abortaram. Grupo de freiras reconhece avanços, mas quer que o líder da igreja católica dê um passo a mais
Depois que o papa Francisco anunciou que irá permitir que todos os padres perdoem as mulheres que realizaram abortos e buscarem perdão durante o Ano Santo da Igreja Católica (dez/2015 a nov/2016), um grupo de freiras norte-americanas reagiu com uma proposta que vai além: que as mulheres passem a ser tratadas como iguais dentro da própria Igreja Católica.
Leia abaixo a carta da Coalizão Nacional das Freiras Norte-Americana:
Ao ouvir o pronunciamento de ontem (01/09/2015) do Papa Francisco, de que permitirá que todos os padres (homens) perdoem todas as mulheres que fizeram aborto, a Coalizão Nacional das Freiras Norte-Americanas (NCAN – National Coalition of American Nuns) gostaria de responder.
A Coalizão Nacional de Freiras Norte-Americanas reconhece o desejo do Papa em ser pastoral e que fazer essa declaração sobre o aborto possa parecer positivo, ao remover a excomunhão e a necessidade de se confessar a um bispo. Entretanto, as mulheres não consideram esta nova diretriz muito afirmativa porque:
1. Não respeita a autoridade moral que as mulheres têm para tomar decisões sobre suas próprias anatomias reprodutivas.
2. Ainda considera essas decisões tomadas por uma mulher como pecaminosas.
3. Não reconhece que o esperma dos homens produziu essa gravidez não planejada.
4. Apenas serve para destacar o fato de que as mulheres deveriam ser consideradas dignas de todos os sacramentos.
5. Dá continuidade à pratica de homens proclamarem o que é certo e justo para as mulheres.
A Coalizão Nacional de Freiras Norte-Americanas gostaria de convidar o Papa Francisco para uma reunião, seja em Roma ou nos Estados Unidos, para ver como podemos nos ajudar sobre questões de Justiça para as mulheres.
A Coalizão Nacional das Freiras Norte-Americanas iniciou suas atividades em 1969 e continua a estudar e pronunciar-se sobre questões de Justiça na Igreja e na sociedade."
"Ele precisa se sentar conosco e com outras mulheres e ouvir o que elas estão dizendo, porque ele ainda não entendeu", declarou a irmã Donna Quinn, coordenadora da Coalizão Nacional de Freiras Norte-Americanas, ao jornal Independent.
Leia o documento original em inglês
Agência Patrícia Galvão
Nenhum comentário:
Postar um comentário