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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

18.5.14

A crise do neoliberalismo - Boitempo Editorial




A crise do neoliberalismo: origens, desenvolvimento e perspectivas

24.04.2014 - 09.05.2014

O renomado economista francês Gérard Duménil estará no Brasil entre abril e maio para um ciclo de conferências de lançamento de seu mais recente livro A crise do neoliberalismo. Escrito em conjunto com Dominique Lévy, outro influente pesquisador do neoliberalismo, o livro reconta a história desse novo estágio do capitalismo: do colapso dos subprimes à dita “Grande Contração”. Ao discutir a financeirização econômica, a reestruturação produtiva, as lutas de classes e as relações internacionais às portas de uma nova ordem global multipolar, os autores propõem uma reflexão fundamental à compreensão da história e dos rumos da economia.

http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/events/view/42

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A crise do neoliberalismo

"Um tratamento ambicioso e original da atual crise econômica global" – Thomas R. Michl

autor Dominique Lévy Gérard Duménil
tradução
Paulo Cesar Castanheira
orelha
Armando Boito Jr.
título original The crisis of neoliberalism
ano de publicação 20144

Em A crise do neoliberalismo, Gérard Duménil e Dominique Lévy, dois dos mais influentes pesquisadores sobre o neoliberalismo, recontam a história desse novo estágio do capitalismo: do colapso dos subprimes à dita “Grande Contração”. Ao discutir a financeirização econômica, a reestruturação produtiva, as lutas de classes e as relações internacionais às portas de uma nova ordem global multipolar, os autores propõem uma reflexão fundamental à compreensão da história e dos rumos da economia.

O livro traz uma análise da chamada “Grande Contração” de 2007-2010 no contexto da globalização neoliberal iniciada nos primeiros anos da década de 1980. Com uma abordagem crítica não dogmática, Duménil e Levy articulam uma enorme quantidade de dados perturbadores para revelar, como saldo da globalização neoliberal, o enriquecimento dos 5% norte-americanos mais ricos, em paralelo à redução de 40% para menos de 10% do PIB dos Estados Unidos em trinta anos. A queda do investimento interno na indústria, uma dívida doméstica insustentável e a crescente dependência de importações, aliados ao financiamento e ao desenvolvimento de uma estrutura financeira global frágil e impraticável, ameaçam a força do dólar. A menos que haja uma alteração radical da organização político-econômica do país, os autores preveem um declínio agudo da economia norte-americana – e não hesitam em diagnosticar: “Sair da crise vai ser muito difícil”.

A do neoliberalismo é a quarta crise estrutural do capitalismo desde o fim do século XIX. A comparação com as crises anteriores – das décadas de 1890, 1930 e 1970 – coloca em perspectiva a análise profunda e detalhada que os autores fazem da situação atual. Contrapondo-se a diversas explicações sobre a crise econômica vigente, eles defendem a tese ousada de que a contração econômica em curso, à semelhança da Grande Depressão de 1929, é uma crise da hegemonia financeira.

Em vez de lançar a culpa sobre indivíduos isolados, como o fazem, por exemplo, Alan Greenspan e Ben Bernanke, Duménil e Levy concentram-se nas forças estruturantes da economia. Para eles, a presente crise é resultado direto das contradições inerentes ao próprio projeto neoliberal. Suas tendências abalaram as fundações da economia da “base segura” – isto é, a capacidade dos Estados Unidos de crescer, manter a liderança de suas instituições financeiras em todo o mundo e assegurar a posição dominante de sua moeda –, uma estratégia imperial e de classe que resultou em um impasse. Segundo os autores, consertar a quebra da economia norte-americana exige a imposição de limites sobre o livre comércio e a livre movimentação de capitais, além de políticas destinadas a aprimorar a educação, a pesquisa e a infraestrutura; a reindustrialização e a fixação de tributação das rendas mais altas.

Como observa Armando Boito Jr. no texto de orelha, “Diferentemente da maioria dos economistas, e inclusive de boa parte dos economistas críticos, Duménil e Lévy articulam a análise econômica com a sociológica e a política”. Assim, esboçam a natureza de um novo modelo – que, após essa crise estrutural, viria substituir o capitalismo neoliberal – a partir das dinâmicas da luta de classes e da correlação política de forças nos diferentes países e em escala internacional.

A crise do neoliberalismo conta ainda com um prefácio inédito escrito especialmente para a edição brasileira, em que os autores atualizam sua análise com considerações acerca do lugar da União Europeia e do Brasil no cenário global, fazendo um balanço das políticas econômicas brasileiras a partir de 2000.

Crítica

A crise do neoliberalismo é um relato criterioso dos fatores que levaram ao declínio econômico. Como Duménil e Lévy deixam claro, a economia não pode mais retornar à sua trajetória pré-crise”.
– Dean Baker, Center for Economic and Policy Research

“Esta discussão político-econômica original e rigorosa do capitalismo neoliberal global mostra a profundidade das raízes da crise atual e até que ponto ela será obstinadamente resistente aos remédios convencionais”.
– Duncan K. Foley, New School for Social Research

“Um tratamento ambicioso e original da atual crise econômica global. Duménil e Lévy oferecem uma profunda narrativa estatística e histórica e uma estrutura analítica abrangente".
– Thomas R. Michl, Colgate University

Trecho do livro

“Com relação à fase mais recente do neoliberalismo, a partir do ano 2000, a economia brasileira é típica dos países que encontraram uma posição muito satisfatória na globalização neoliberal. O país evitou uma dependência excessiva da economia mundial. Um aspecto importante foi o grande superávit no comércio externo na meia década depois do ano 2000, o período de crescimento relativamente rápido mencionado anteriormente. A economia brasileira conseguiu redirecionar o seu comércio externo para a China. (Durante os últimos anos, as exportações brasileiras para esse país foram maiores que aquelas para os Estados Unidos.) Outra questão, mais controversa, é a natureza da ordem social prevalente no país. O Brasil é um país neoliberal? De um lado, desde o final da década de 1990, a renda per capita a preços constantes aumentou de R$ 15 mil para R$ 20 mil (preços de 2010), com algum impacto positivo nas “classes médias”. O componente de welfare das novas políticas é aplaudido. Porém, por outro, o setor financeiro do Brasil é muito poderoso, como geralmente se dá em situações neoliberais típicas, e o aumento das grandes riquezas foi enorme. Durante os últimos anos, o número de bilionários aumentou muito mais no Brasil que em outros grandes países latino-americanos. Os protestos recentes, exigindo mais democracia e maior compromisso do Estado para resolver os problemas do povo, levarão o governo para a esquerda?" 

http://www.boitempoeditorial.com.br/v3/titles/view/394

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz