Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

19.11.12

SAMORA MACHEL: As circunstâncias da morte do líder que ainda vive. • PR, Armando Emílio Guebuza nas cerimónias dos 25 anos da morte de Marechal Samora Machel

SAMORA MACHEL: As circunstâncias da morte do líder que ainda vive. • PR, Armando Emílio Guebuza nas cerimónias dos 25 anos da morte de Marechal Samora Machel
O Presidente da República e Comandante-Chefe das Forças de Defesa e Segurança, Armando Guebuza disse, no passado dia 19 de Outubro, em Maputo, que Samora Machel ainda vive porque o seu sangue não derramou em vão uma vez que os ideais pelos quais lutou estão a tornar realidade. São exemplos a paz que dura 19 anos em Moçambique, a liberdade regional sobre o Apartheid e as forças de desestabilização, a paz que se vive no Uganda e Timor-Leste e a liberdade que se vive no Chile.
Para o efeito, Guebuza disse que devemos em honra desse ideal reafirmar o nosso apoio à luta justa do povo Saharawi, pela sua auto-determinação e independência, e ao povo palestino, pela consagração do seu direito inalienável e um Estado soberano, membro das Nações Unidas.
O Chefe de Estado que falava para milhares de populares na Praça da Independência, na Cidade de Maputo, após o descerramento da placa da estátua de Samora Machel, disse que a escolha daquele local para o efeito a 19 de Outubro de 2006 visa cristalizar o vínculo entre esta Praça da Independência e o Presidente Samora Moisés Machel, bem assim com alguns dos momentos mais marcantes de Moçambique e da região por ele protagonizados. Com efeito, disse ele, esta praça foi palco de grandes realizações políticas, intrinsecamente ligadas ao percurso da liderança do Fundador do Estado Moçambicano e que sublinhavam o seu carácter internacionalista. Entre outras realizações de Samora Machel na Praça da Independência, Guebuza destacou os discursos proferidos na qualidade do primeiro Chefe de Estado de Moçambique independente, decisões importantes anunciadas em comícios públicos que tiveram grandes implicações políticas, económicas e sociais para a vida do povo moçambicano, anúncios de importantes medidas de apoio aos povos oprimidos da África Austral, acolhimento de estadistas e outras importantes personalidades da vida política regional e internacional e foi o local onde o povo moçambicano, do Rovuma ao Maputo e do Zumbo ao Índico, disse o seu derradeiro adeus ao seu carismático presidente, nobre filho de Moçambique e de África e cidadão de todo o mundo, reafirmando que, à terra só entregava o seu corpo porque a sua vida e obra e os seus ideais ainda manter-se-iam vivos.
Noutro desenvolvimento, o Presidente Guebuza disse que falar de Samora Machel é render homenagem à clarividência, coragem e determinação de um nacionalista e de líder de guerrilha, é sublinhar a frontalidade e verticalidade de um Estadista perante os inimigos do povo e é destacar a encarnação da integridade e firmeza de carácter, reunidos numa só figura.
"O Presidente Samora Machel encarnou os mais sublimes sonhos do nosso povo heróico e, de corpo e alma, entregou-se, ele próprio, como mecanismo para a sua realização. Ele era um homem do povo e fiel intérprete das suas aspirações", disse Presidente Guebuza. Acrescentou ainda que o sonho de liberdade e independência com o tamanho da nossa Pátria Amada apoderou-se no Samora Machel e nele se assumiu a sua realização como uma missão patriótica, como uma responsabilidade histórica. Palmilhou planícies e vales, galgou montanhas, consentiu sacrifícios, correu riscos mas persistiu porque a busca dessa liberdade e independência para o seu Povo, para a sua Pátria Amada ocupada eram imperativos insubstituíveis. Dentro do movimento de libertação, o Presidente Samora Machel voltaria a revelar grandes qualidades de liderança. Com tenacidade, determinação e bravura destacou-se como um estratega militar de primeira água, um líder político de grande craveira e um diplomata de tacto inquestionável.
Disse o Chefe de estado Moçambicano que Samora Machel liderou-nos até à vitória final sobre a dominação estrangeira e a ele coube a histórica missão de proclamar a nossa irrepetível independência nacional, naquele 25 de Junho de 1975. Excelente pedagogo, carismático comunicador e exímio leitor das dinâmicas políticas e sociais, o Presidente Samora Machel tinha uma maneira muito peculiar de interagir com o seu povo, de mobilizá-lo para a acção e de levá-lo a vencer obstáculos. Arrastador e magneto de multidões, distinguia-se pela forma simples, clara mas profunda e incisiva como se dirigia ao seu Povo para lhe incutir a auto-estima, o patriotismo, a cultura de trabalho e a solidariedade com outros povos do mundo. Ele interagia, horas a fio, com o seu Povo e de forma directa interpelava-o com a sua célebre e recorrente expressão discursiva. "É OU NÃO É?", frisou Armando Guebuza.
O Presidente Samora Machel liderou os moçambicanos na defesa, valorização e consolidação da nossa independência nacional, duramente conquistada. Sob sua direcção concebemos e materializámos políticas públicas para que o sonho de 25 de Junho de 1962 ganhasse expressão e realização.
Por isso, disse Guebuza, em cada canto da nossa Pátria Amada, em cada passo que damos, e em cada sector de actividade, lemos mais um capitulo dessa sua obra, nomeadamente, a luta pelo bem-estar, maneira de estar como um Povo muito especial, o profundo sentido de auto-estima, de Unidade Nacional e de compromisso com a Paz, bem como a firme convicção de que nesta Pátria de Heróis, os moçambicanos serão os heróis da própria libertação da pobreza, têm o timbre do Presidente Samora Machel. Como líder do nosso processo de libertação e como Chefe do nosso Estado, ele aprofundou o nosso sentido de solidariedade para com os povos do mundo. O Presidente Samora Machel destaca-se, assim, pela sua omnipresença.
"Notamos, com agrado, que os eventos que estão a ser organizados para celebrar a vida e obra do Presidente Samora Machel destacam-se pela diversidade de actividades e pela grande aderência que registam. Isto é possível porque da Nação Moçambicana e do Mundo, o Presidente Samora Machel granjeou respeito e admiração e fez muitos amigos. A presença, entre nós, de Chefes de Estados e de Governo e outras personalidades sublinha este facto. Esses eventos apresentam-se oportunos e necessários pois, permitem-nos buscar na nossa História, o seu exemplo de heroísmo e dedicação ao seu Povo e aos povos de outros quadrantes do mundo, ensinamentos e inspiração indispensáveis para continuarmos nesta caminhada rumo à libertação do Homem Moçambicano do flagelo da pobreza, a etapa que complementa a libertação, total e completa, da terra, que alcançámos a 25 de Junho de 1975", disse o Presidente da República.
Referindo-se ao itinerário que o levou a morte, Presidente Guebuza lembrou que no dia 19 de Outubro de 1986, a Nação Moçambicana e o Mundo foram colhidos de surpresa, pela notícia do desaparecimento físico do Presidente Samora Machel e dos membros da sua delegação, nas colinas de Mbuzini, do lado sul-africano. Esta triste noticia concretizava as ameaças directas ao nosso Chefe de Estado, feitas publicamente e de forma reiterada, por membros seniores do Governo do Apartheid da África do Sul.
O Presidente Samora Machel regressava de Mbala, na Zâmbia, onde participara numa Cimeira que reunira outros Chefes de Estado da Linha da Frente, nomeadamente da Zâmbia e de Angola com o Chefe do Estado do Zaire. Estes três Chefes de Estado da Linha da Frente tinham sido mandatados pelos seus pares, no fim da Cimeira desta organização realizada a 12 de Outubro, aqui em Maputo, para falarem com o Presidente do Zaire. A Cimeira de Maputo condenara, com veemência, o regime do Apartheid e os seus aliados, pela agressão e destabilização da nossa Pátria Amada.
Especificamente, a sua missão era tratar da questão da Paz em Angola, com o Presidente do Zaire, pessoalmente, porque a Maputo, ele enviara o seu Primeiro-Ministro. Na altura, o Zaire dava apoio directo à UNITA que, em aliança com o regime do Apartheid, estava a ceifar vidas humanas em Angola e a destruir aquele Pais, nosso irmão. Já no dia 11 de Setembro, o Presidente Samora Machel e os seus pares da Zâmbia e do Zimbabwe tinham-se reunido, em Blantyre, com o Presidente Kamuzu Banda, do Malawi, para tratar das questões da paz em Moçambique e na região.
O avião que transportava o Presidente Samora Machel foi desviado da sua rota, tendo ido embater, de forma violenta, nas colinas de Mbuzini, às 21 horas, 21 minutos e 39 segundos, do dia 19 de Outubro, despedaçando-se de seguida. O Apartheid assassinava, assim, e de forma bárbara, o nosso Presidente cuja aterragem em Maputo estava prevista para as 21: 30. Para o efeito, o Presidente da República reiterou que sejam conhecidas as circunstâncias da sua morte e que a justiça seja feita.
Com apenas 53 anos de idade, desapareceu do nosso convívio físico quotidiano, o nacionalista recto, o destemido comandante da guerrilha, o proclamador da nossa independência, o dirigente do nosso Moçambique, livre e independente, o internacionalista solidário com os povos oprimidos de África e do Mundo.
Cerimónia central iniciou logo pela manhã com a deposição de uma flores na Praça do Heróis, seguida de descerramento da gigantesca estátua com 9m de altura, 4.800kg colocada num betão de 2.7m de altura. Depois de orações e discursos intercalados com exibições culturais, a cerimónia terminou com uma decepção na Ponta-Vermelha oferecida pelo Chefe de Estado Moçambicano aos convidados nacionais e estrangeiros.
Participara na cerimónia da passagem dos 25 anos da morte de Samora Machel, altas figuras da África Austral, destacando-se, Presidentes do Zimbabwe, África do Sul, Botswana, respectivamente, Roberto Mugabe, Jacob Zuma e Seretsi Khama, do Brasil Dilma Rosifel, ex-estadistas moçambicano, Joaquim Chissano, zambiano, Keneth Kaunda, para além de outras figuras representantes dos seus respectivos países. (Texto: Major: Benjamim M. Chabualo)

http://www.mdn.gov.mz/index.php?option=com_content&view=article&id=184%3Asamora-machel-as-circunstancias-da-morte-do-lider-que-ainda-vive-pr-armando-emilio-guebuza-nas-cerimonias-dos-25-da-morte-de-samora-machel&catid=45%3Anoticias&Itemid=27

Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz