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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

22.11.12

Noam Chomsky escreve manifesto contra cobertura parcial da mídia

   
 Quinta-feira, 22 de Novembro de 2012   |   ISSN 1519-7670 - Ano 17 - nº 721
        
Monitor da Imprensa

CRISE EM GAZA

Noam Chomsky escreve manifesto contra cobertura parcial da mídia

21/11/2012 na edição 721

Tradução e edição: Larriza Thurler

O linguista, filósofo e ativista político Noam Chomsky, a professora de linguística Hagit Borer, o compositor Antoine Bustros, o ativista David Heap, entre outros, escreveram um manifesto, no site Stop the War Coalition [15/11/12], criticando a cobertura da mídia mundial sobre a crise em Gaza. Eles pediram, ainda, a jornalistas de grandes veículos que se recusem a ser instrumentos da política sistemática de dissimulação, assim como a cidadãos que se informem por meio de mídia independente.

Segundo os signatários do manifesto, o grau de terror sentido pelos civis palestinos em Gaza está escassamente sendo noticiado na mídia, em forte contraste à atenção do mundo voltada aos cidadãos israelenses chocados e aterrorizados. “Enquanto países da Europa e América do Norte homenageavam, no dia 11/11, vítimas militares de guerras passadas e presentes, Israel estava atacando civis. No dia 12/11, leitores foram inundados no café da manhã com relatos de baixas militares atuais e passadas. Houve, entretanto, pouca ou nenhuma menção do fato de que a maior parte das vítimas das guerras dos dias de hoje é de civis. Houve quase nenhuma menção dos ataques militares na manhã do dia 12/11 em Gaza, que continuaram ao longo da semana”, denunciaram.

Uma varredura superficial confirma que isso aconteceu nos veículos canadenses CBS, Globe and Mail, Gazette, Toronto Star, assim como no americano New York Times e na rede britânica BBC. Segundo o relatório do Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR) do dia 11/11, cinco civis palestinos, incluindo três crianças, foram mortos na Faixa de Gaza nas 72 horas anteriores, além de dois seguranças palestinos. Quatro das mortes ocorreram como resultado do exército militar israelense disparando contra jovens que jogavam futebol. Além disso, 52 civis ficaram feridos, dos quais seis mulheres e 12 crianças.

De acordo com o manifesto, artigos sobre essas baixas focaram no assassinato de guardas palestinos. Uma matéria da Associated Press, divulgada na CBC, não menciona que houve civis feridos e mortos. Outro artigo da AP relata que os foguetes de Gaza aumentam a pressão sobre o governo de Israel, mas não menciona ou mostra imagens de numerosas vítimas sangrando ou de cadáveres em Gaza. A mesma cobertura pôde ser observada em diversos veículos europeus.

A maior parte das matérias focou nos foguetes disparados de Gaza e nenhum deles provocou mortes. Não foram mencionados, porém, os bombardeios sobre Gaza, que resultaram em diversas vítimas graves e fatais. “Não é necessário ser um especialista em mídia para entender que estamos, na melhor das hipóteses, recebendo uma cobertura distorcida e de má qualidade e, na pior, de manipulação propositadamente desonesta”, escreveram.

Cadeia de baixas civis

Além disso, as matérias que mencionam as vítimas palestinas em Gaza relatam consistentemente que as operações israelenses são em resposta ao lançamento de foguetes a partir de Gaza e à lesão de soldados israelenses. No entanto, a cronologia dos eventos da recente explosão de violência começou no dia 5/11, quando Ahmad al-Nabaheen, um inocente e aparentemente mentalmente incapaz homem de 20 anos, foi baleado quando passava perto da fronteira. Médicos tiveram que esperar seis horas até serem autorizados a buscá-lo e suspeita-se que isso possa ter causado sua morte. Depois, no dia 8/11, um menino de 13 anos que jogava bola em frente à sua casa foi morto pelas forças de ocupação israelenses (IOF), que chegavam em tanques e helicópteros à Gaza. Assim, o ferimento de quatro soldados israelenses na fronteira no dia 10/11 já era parte de uma cadeia de eventos que começou quando os civis de Gaza foram mortos – e não foi o evento que deu início ao conflito.

Os signatários voltaram recentemente de uma visita à Faixa de Gaza e alguns estão mantendo contato, por meio de mídias sociais, com palestinos que moram no local. Por duas noites, estes foram impedidos de dormir pela movimentação contínua de drones, caças F16, e bombardeios indiscriminados sobre vários alvos na Faixa de Gaza. A intenção clara é de aterrorizar a população civil palestina – o que não é relatado na mídia e contrasta com a atenção mundial sobre cidadãos israelenses chocados e aterrorizados. “Preconceito e desonestidade com relação à opressão dos palestinos não é nada novo na mídia ocidental e tem sido amplamente documentado. Todavia, Israel continua seus crimes contra a humanidade com a anuência plena e apoio financeiro, militar e moral de nossos governos, os EUA, o Canadá e a União Europeia”, disparam.

http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/noam_chomsky_escreve_manifesto_contra_cobertura_parcial_da_midia

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"Este é um mundo violento e mentiroso, mas não podemos perder a ESPERANÇA e o ENTUSIASMO pela MUDANÇA." Eduardo Galeano

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz