por Luiz Fernando Mainardi
Eventos realizados em vários locais do mundo, neste mês, assinalaram o Dia Internacional da Alimentação. O tema do combate à fome mundial centralizou debates dos mais variados. Aqui em Porto Alegre, em conjunto com a FAO, promovemos o Seminário Internacional Água, Irrigação e Alimentação.
De cada oito habitantes do mundo, um passa fome. Mais estarrecedor é o que vemos na África, onde uma em cada três pessoas está nesta situação. Encontrar mecanismos que minimizem este quadro, revoltante para todos, é tarefa ética diante da vida. Para além de nossas ações e gestos, individuais e coletivos, é imperativo aos governos um engajamento efetivo.
O Brasil pratica, na última década, modelo de desenvolvimento que, se não promove o crescimento no mesmo ritmo da China, concilia o aumento da riqueza com distribuição de renda, cria 14 milhões de novos empregos, promove ganho real de 60% no salário mínimo, garante renda mínima para pelo menos 12 milhões de famílias através do Bolsa Família e faz com que mais de 40 milhões ascendam à classe média. Retiramos pelo menos 10 milhões de pessoas da desnutrição. Estamos cumprindo com nosso papel.
Nosso desafio é aumentar a produção de alimentos, elevando os índices de produtividade, já que dispomos de poucos espaços territoriais para ocupar com a produção agropecuária. É fundamental, portanto, além de melhorar o manejo, investir em novas tecnologias e fazer o correto uso da água.
O seminário girou em torno destes temas. Água, irrigação e alimentação. Um dos exemplos do potencial da irrigação que mais salta aos olhos é o do milho, produto fundamental para toda a cadeia agropecuária. A produtividade média gaúcha é de 40 sacos por hectares, a menor do Brasil. Nos Estados Unidos, obtém-se 170 sacos. Eles irrigam. Nós, não.
Para continuar avançando com o Mais Água, Mais Renda temos que vencer barreiras culturais que ainda impedem o aumento da área irrigada. Por isso, promoveremos seminários regionais em busca do convencimento do produtor sobre os efeitos econômicos e sociais do bom uso da água. Irrigando, aumentamos a produtividade, produzimos mais alimentos, geramos mais riquezas e colaboramos para diminuir a fome de milhões de irmãos que vivem em condições indignas. Contribuímos, ainda, para o aumento da renda dos produtores e, com maior oferta, para a diminuição do preço dos alimentos.
A água pode saciar a fome do mundo.
Luiz Fernando Mainardi
Secretário Estadual da Agricultura, Pecuária e Agronegócio
http://www.estado.rs.gov.br/master.php?int=noticia¬id=107340&tpace=2
Nenhum comentário:
Postar um comentário