Charge do ótimo Carlos Latuff expõe a verdadeira relação do MST com certos setores da sociedade. Faltou apenas a mídia
Chargista de ZH repete fórmula para atacar MST, PT, Executivo, Legislativo, Judiciário…
27 abril 2011
Peças iguais, formas iguais, conteúdos apenas superficialmente diferentes. É o que se encontra em uma rápida busca no Google pelas charges de Iotti, funcionário do jornal Zero Hora. Este post não pretende discutir o todo do trabalho do chargista, que tem bons personagens e algumas boas piadas, mas partimos do seu desenho publicado na edição desta quarta-feira de Zero Hora para notar uma falta de criatividade que parece epidêmica nos traços de quem desenha para o Grupo RBS.
Na charge que Iotti publicou nesta quarta no mesmo jornal, está, como de costume, a formação de estereótipos acerca do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Como Zero Hora costuma fazer em suas reportagens, os rabiscos de Iotti limitam o MST a um movimento de baderneiros, de “invasores”. A simplificação criando estereótipos, preconceitos, ignorância. A superficialidade como lema no caminho da alienação.
A tal charge é sobre a decisão do governo do Rio Grande do Sul de reativar as escolas itinerantes do MST desativadas pela antiga governadora, Yeda Crusius (PSDB). O posicionamento de Zero Hora sobre o assunto pode ser relembrado em um post do Jornalismo B em março de 2009. Iotti não deixa por menos, e desenha uma criança já com certo ar criminoso. Na parede, ao lado do quadro negro, está o início da conjugação do verbo “invadir”, e o símbolo do MST. No chão, o que parece ser uma cruz arrancada da parede.
Além da óbvia simplificação, do óbvio preconceito e ignorância embutidos ali, essa charge nada mais é do que a repetição de outras tantas já feitas pelo mesmo funcionário do Grupo RBS. Uma para atacar Lula e o Estado (na figura dos impostos), outra para atacar a classe política (na figura do Legislativo), outras duas para atacar o Judiciário e defender a polícia (AQUI e AQUI). Repare: movimentos sociais (MST), partidos políticos (PT), Executivo, Legislativo e Judiciário atacados frontalmente, apenas a polícia resguardada. Esse é o entendimento de Iotti, representado através de cinco charges formalmente iguais (criatividade zero) e de conteúdo apenas superficialmente diferente: a falência de todas as instituições, a repressão como única arma social.
Postado por Alexandre Haubrich
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