Legislativo | 10/03/2011 | 21h38min
Oposição pede explicações sobre liberação de residencial perto do aeroporto de Caxias
Ex-secretário municipal da Habitação Francisco Rech afirma que denúncia da vereadora petista é absurda
Juliana Bevilaqua | juliana.bevilaqua@pioneiro.com
A interdição do residencial Puerto Vallarta, perto do Aeroporto Regional Hugo Cantergiani, voltou à pauta da Câmara de Vereadores, na noite desta quinta-feira. Isso por causa da denúncia do suposto envolvimento de um funcionário da prefeitura, em cargo de confiança, para a liberação da obra.
A liberação foi tema de pedido de informações da vereadora Ana Corso (PT), aprovado por unanimidade. Antes da votação, a petista insinuou que a liberação pode ter sido facilitada pelo fato de o diretor-geral da Secretaria de Obras e Serviços Públicos e ex-secretário da Habitação, Francisco Rech, ser sócio-proprietário da Imobiliária Itaperu, empresa que comercializa imóveis do condomínio.
A petista apresentou imagens do site da imobiliária, onde há fotos do ex-secretário em eventos da Itaperu.
— Isso é um escândalo. Eu espero que a prefeitura abra uma sindicância. Se fosse no nosso governo (PT), já tinha sido aberta uma CPI — revoltou-se Ana.
Rech desmente qualquer facilidade que o cargo de confiança possa ter proporcionado. Ele garante ter sido pego de surpresa pela denúncia:
— A vereadora agride os servidores públicos. Um absurdo. A Itaperu é credenciada pela Caixa Econômica Federal e existe desde 1979. Quem deu as diretrizes para a liberação da obra não foi nem o Zé (José Ivo Sartori, prefeito, PMDB) nem o Rech, foi um técnico da prefeitura. A construção do condomínio residencial Puerto Vallarta está interditada desde que técnicos do Departamento Aeroportuário do Estado (DAP) enviaram ofício à prefeitura apontando os prédios como obstáculos a pousos e decolagens.
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CCC, ou cargo de confiança corretor
Na tese, não pode um CC da prefeitura (um diretor da Secretaria de Obras) integrar uma empresa que comercializa unidades habitacionais em um residencial, o Puerto Vallarta, cuja liberação para construção até agora é nebulosa. Nesse caso, ele seria um CCC – ou cargo de confiança e corretor. A vinculação do CC à empresa fica surgerida pelo que transparece do site da empresa.
A denúncia chegou pela vereadora Ana Corso (PT) na sessão desta quinta-feira da Câmara.
Configurada a situação descrita pela vereadora, como fica explícito no site da empresa, um CC da prefeitura estará representado dos dois lados do balcão, visto que há uma parceria nesse projeto do Minha Casa, Minha Vida. Não interessa que sua vinculação seja a uma secretaria não envolvida com a liberação do residencial. Simplesmente não pode.
O barulho e os dividendos políticos, isso deve vir depois. É indispensável, para todos, clarear bem tais procedimentos.
Fonte: Blog do Ciro
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