Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

20.10.10

professores universitarios defendem educação publica

Professores lançam manifesto em defesa da educação pública

Nomes como Antônio Cândido, Fábio Konder Comparato, Marilena Chauí, Emília Viotti da Costa, Maria Victoria Benevides, Alfredo Bosi e Carlos Nelson Coutinho estão entre os assinantes

Professores universitários, de faculdade públicas e particulares, lançaram um manifesto e ainda estão colhendo assinaturas contra as propostas e os métodos políticos do candidato a presidência da República José Serra. E defendem um sistema educacional que priorize o ensino superior público.

Leia abaixo a íntegra do manifesto:

Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro do país.

Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das Universidades federais.

Esse "choque de gestão" é ainda mais drástico no âmbito do ensino fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da Rede Pública. São Paulo foi o único Estado que não apresentou, desde 2007, crescimento no exame do Ideb, índice que avalia o aprendizado desses dois níveis educacionais.

Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de manifestação de interesses corporativos e sindicais, de "tró-ló-ló" de grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.

Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida, sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por interesses econômicos privados.

No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de "engavetador geral da república". Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma deseducação política ao imitar práticas da extrema direita norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina a difamação, manipulando  dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa, em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de 1989, de Fernando Collor.

Antonio Candido, USP

Alfredo Bosi, USP

Fábio Konder Comparato, USP

Joel Birman, UFRJ

Carlos Nelson Coutinho, UFRJ

Otávio Velho, UFRJ

Marilena Chaui, USP

Walnice Nogueira Galvão, USP

Renato Ortiz, Unicamp

Laymert Garcia dos Santos, Unicamp

Dermeval Saviani, Unicamp

Laura de Mello e Souza, USP

Maria Odila L. da Silva Dias

Sergio Miceli, USP

Luiz Costa Lima, Uerj

Flora Sussekind, Unirio

João José Reis, UFBA

Ruy Fausto, USP

Franklin Leopoldo e Silva, USP

João Adolfo Hansen, USP

Eduardo Viveiros de Castro, UFRJ

Emilia Viotti da Costa, USP

Newton Bignotto, UFMG

Wander Melo Miranda, UFMG

Juarez Guimarães, UFMG

Heloisa Fernandes, USP

Maria Victoria de Mesquita Benevides, USP

Glauco Arbix, USP

Vera da Silva Telles, USP

Theotonio dos Santos, UFF

Ronaldo Vainfas, UFF

Gilberto Bercovici, USP

Benjamin Abdalla Jr., USP

Enio Candotti, UFRJ

Angela Leite Lopes, UFRJ

Sidney Chalhoub, Unicamp

Arley R. Moreno, Unicamp

Maria Ligia Coelho Prado,USP

Celso F. Favaretto, USP

José Castilho de Marques Neto, Unesp

Emir Sader, Uerj

Scarlett Marton, USP

José Sérgio F. de Carvalho, USP
José Arbex Jr., PUC-SP

Peter Pal Pelbart, PUC- SP

Viviana Bosi, USP

Irene Cardoso, USP

Wolfgang LeoMaar, UFSCar

João Quartim de Moraes, Unicamp

Léon Kossovitch, USP

Vladimir Safatle, USP

Leda Paulani, USP

Ildeu de Castro Moreira, UFRJ

José Ricardo Ramalho, UFRJ

Ivana Bentes, UFRJ

Cibele Saliba Rizek, USP

Afrânio Catani, USP

Sergio Cardoso, USP

Ricardo Musse, USP

Armando Boito, Unicamp

Enid Yatsuda Frederico, Unicamp

Andréia Galvão, Unicamp

Cynthia Sarti, Unifesp

Luiz Roncari, USP

Flavio Aguiar, USP

Iumna Simon, USP

Luis Fernandes, UFRJ

Marcos Dantas, UFRJ

Laura Tavares, UFRJ

Sérgio de Carvalho, USP

Marcos Silva, USP

Alessandro Octaviani, USP

Ligia Chiappini, Universidade Livre de Berlim

Celso Frederico, USP

José Carlos Bruni, USP

José Jeremias de Oliveira Filho, USP

Sebastião Velasco e Cruz, Unicamp

Liliana Segnini, Unicamp

Maria Lygia Quartim de Moraes, Unicamp

Ladislau Dowbor, PUC-SP

Bernardo Ricupero, USP

Adriano Codato, UFPR

Lygia Pupatto, UEL-PR

Henrique Carneiro, USP

Adélia Bezerra de Meneses, Unicamp

Maria Lúcia Montes, USP

Francisco Rüdiger, UFRS

Luís Augusto Fischer, UFRGS

Lúcio Flávio Rodrigues de Almeida, PUC-SP

Gil Vicente Reis de Figueiredo, UFSCar

Carlos Ranulfo, UFMG

Paulo Benevides Soares, USP

André Carone, UFScar

Heloisa Buarque de Almeida, USP

Emiliano José, UFBA

Igor Fuser, Faculdade Cásper Líbero

Nenhum comentário:


Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz