Em 2010, a disputa pelo governo do Rio Grande do Sul promete ser uma das mais sangrentas em todo o país.
A atual governadora tucana, Yeda Crusius, chegará desmoralizada à eleição, sem força pra disputar um novo mandato.
Desde a aprovação da reeleição, os gaúchos nunca reconduziram um governador ao cargo. Antonio Brito perdeu a reeleição para Olivio Dutra em 1998. O petista não disputou novo mandato (foi derrotado nas prévias do partido), e o candidato do PT (Tarso Genro) acabou derrotado nas urnas, em 2002, por Germano Rigotto; que, por sua vez, também fracassou na tentativa da reeleição, perdendo para Yeda Crusius.
O campo está aberto para o velho embate PMDB x PT, sem um favorito claro.
Tarso Genro já foi lançado candidato pelo PT para 2010. Do lado peemedebista, há dois postulantes: o atual prefeito José Fogaça, e o ex-governador Germano Rigotto.
Para apoiar Dilma na eleição federal, o PMDB tentará arrancar de Lula o compromisso de não subir no palanque de Tarso. Difícil imaginar que Lula deixe de apoiar explicitamente seu atual ministro da Justiça. Talvez, o faça de forma discreta.
O maior trunfo das froças que tentarão derrotar Tarso é o anti-petismo. O PT se desgastou no Estado (em parte, por seus próprios erros), e Lula não é tão popular lá, em comparação com outras regiões do país.
A direita gaúcha também conta com a força da dupla RBS/Zero Hora, poderosíssima no Estado. Essa máquina de comunicação ajudou a colar no governo Olivio a pecha de ter "perdido investimentos" para outros EStados. O grande exemplo: a fábrica da Ford, que teria desistido de implantar uma unidade no Rio Grande do Sul para se instalar na Bahia.
Esse é um dos fantasmas que serão reavivados na campanha do ano que vem.
Só que a turma do DEM acaba de entregar o ouro!
O site do partido "contou" a verdade: o DEM confessou que tirou a fábrica dos gaúchos, graças a uma chantagem de ACM contra FHC.
Vejam o que o blog Partisan publicou sobre isso - http://partisanrs.blogspot.com/.
-------
DEM confessa que foi o responsável pela saída da FORD do RS
Nesta segunda-feira, dia 20, a Bahia lembra com saudades do senador Antonio Carlos Magalhães, quando são completados dois anos de sua morte. O polêmico e maior líder político da Bahia será homenageado pela família e por seus admiradores e seguidores, durante cerimônia religiosa. Será apresentado ao povo baiano o novo mausoléu onde estão os restos mortais de ACM, no cemitério Campo Santo. A benção ao mausoléu vai acontecer às 9h desta segunda-feira. O deputado ACM Neto (DEM) estará presente e vai discursar, agradecendo ao carinho dos baianos.
"É uma data para homenagear o senador e também fazer uma reflexão. ACM colocou a Bahia no mapa do desenvolvimento do Brasil, quando o estado assumiu o protagonismo na região nordeste. E hoje, no governo Jaques Wagner (PT), a Bahia retrocedeu. O que vemos é o estado perder investimentos, ser tomado de assalto pela violência, ter a pior educação do Brasil e perder investimentos", declarou o parlamentar. ACM Neto lembrou que o senador era amado por muitos e tinha desafetos. Mas, entre os que o amavam e os seus desafetos, uma coisa era unanimidade: a razão de viver de ACM era a Bahia, e sua luta incansável em defesa dos baianos resultou em conquistas e o transformaram no maior político do estado nos últimos 50 anos. "Hoje, o que vemos é o governo tentando acabar, por incompetência ou má-fé, marcas deixadas por ACM. Uma delas é o Centro Histórico de Salvador, entregue aos bandidos, à sujeira e à escuridão. Centro Histórico que foi restaurado no terceiro governo de ACM e que hoje o governo quer destruir".
"Quem não se lembra que ACM ameaçou romper com o então presidente Fernando Henrique Cardoso, caso o governo federal não ajudasse que a Ford fosse instalada na Bahia, como de fato aconteceu? Hoje, o que vemos é um governador aliado do presidente da República e que deixa o estado perder investimentos para Pernambuco. Um governador que deveria seguir os bons exemplos de ACM, que deveria, pelo menos, amar mais a Bahia", complementou ACM Neto.
Artigo publicado na página dos DEMOs(http://www.dem.org.br) - http://www.blogdemocrata.org.br/?scroller=Y&id=%7B36887400-FED7-4AE8-B50C-9822A64C27DE%7D
Está lá para quem quiser ver. Os DEMOs confessam que tiraram a Ford do RS através de um acordo do ACM com FHC. E se orgulham disso publicamente.
Esse seria um bom tema para o grupo RBS, poderia ter o título "DEMOs assumem que tiraram a FORD do RS".
Se houvesse alguma isenção ou coerência jornalística desse grupo, o assunto renderia por vários dias manchetes e programas de debates na rádio e televisão. As principais lideranças dos DEMOs no Estado (Paulo Feijó, Onix Lorenzoni, Germano Bonow) seriam cobradas publicamente. A responsabilidade do governo Rigotto, integrado pelos DEMOs, e dos governos Fogaça e Yeda, do qual o partido participa ativamente, não seria esquecida ou relativizada. Mas isso nós podemos ficar esperando sentados.
O importante é que, a partir de agora, esse é um fato incontroverso. Está lá declarado na página do partido. O político gaúcho que afirmar o contrário pode ser abertamente chamado de mentiroso sem meias palavras.
Quanto ao velho ACM não é necessário tecer qualquer comentário. Basta ler a matéria e cuidar para não ter uma forte azia.
Ainda sobre o caso DEMOs/FORD, por indicação do nosso leitor Noiran, reproduzo o artigo de Beatriz Fagundes que está publicado na página da Assembléia Legislativa (http://www.al.rs.gov.br/ag/Clipagem/noticias.asp?txtIDMATERIA=160939&txtIdTipoMateria=8&txtIdVeiculo=26). Lendo esse artigo mais a declaração publicada na página dos DEMOs não há como questionar a armação DEMO/Tucana.
A verdade sobre a Ford.
A versão de que Olívio Dutra "correu" com a Ford daqui é fantasiosa e não corresponde aos fatos. Se alguém pode explicar em detalhes a operação este alguém é Yeda Crusius, que votou a favor dos baianos.
A grande acusação contra o candidato Olívio Dutra, sem qualquer dúvida, é a decisão tomada pela Ford de não instalar sua fábrica em Guaíba. Para o Estado, foi uma perda lamentável. Temos aí o resultado positivo da GM em Gravataí, que não permite sequer um comentário que desconsidere o peso econômico de uma montadora instalada em qualquer região do planeta. Apenas um papalvo não sabe disso. Abstraindo a tragédia, temos que trabalhar com a realidade. Ela é bem diferente do que apregoam monotonamente as "viúvas" da Ford. Olívio Dutra não mandou a Ford embora, como se ela fosse um empresinha de fundo de quintal e que, portanto, pudesse ser enxotada aos pontapés, não. Ficamos aqui prisioneiros, fundamentalmente, da versão antipetista do fato.
O fato
O prazo do Regime Automotivo Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997. Para agradar o então poderoso Antonio Carlos Magalhães (presidente do Congresso Nacional), FHC aceitou dar a Ford de presente aos baianos, em detrimento dos gaúchos. O Jornal Gazeta Mercantil, de 21 de outubro de 2001, afirmava: "O fato porem, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com condições de atrair uma montadora de automóveis"; e continuava: "para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal Jose Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP 1740, que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste". Foi aprovado o projeto por voto simbólico das bancadas, transformando-se em lei, no dia 29 de junho de 1999.
Ação e votos
Na mesma sessão em que a prorrogação foi aprovada, o PT de Olívio Dutra apresentou um destaque pedindo votação em separado para o artigo 11, que favorecia diretamente a instalação da Ford na Bahia. Mas os deputados aliados de ACM não quiseram discutir o assunto e rejeitaram o requerimento em votação nominal. O jornal Gazeta Mercantil também revelou que o então secretário executivo do Ministério da Fazenda Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. A versão, repetida à exaustão pelos antipetistas, não resiste a uma mínima pesquisa histórica a respeito do fato. Insistem na versão fantasiosa de que Olívio Dutra "acordou", numa madrugada qualquer, e por capricho simplesmente mandou a Ford embora. Nem uma criança acreditaria que uma transnacional do porte da Ford poderia ser tratada com tamanha arrogância. Os fatos estavam se desenrolando em Brasília e atendiam a interesses políticos dos grandes caciques. A hoje candidata Yeda Crusius votou a favor da Bahia e contra os interesses do Rio Grande à época. Isto é fato histórico, ninguém pode desmentir. Podem apresentar versões, justificativas, mas não podem apagar o que está gravado nos anais do Congresso Nacional.
O que atraiu a Ford para a Bahia
Bilhões em subsídios e renúncia fiscal patrocinados pelo Estado da Bahia. Não nos cabe entrar na discussão sobre as vantagens ou não de implantar uma fábrica do porte de uma montadora como a Ford. Seria desperdício. Podemos trabalhar com dados. O governo baiano, através de incentivos, renúncias fiscais, investimentos e empréstimos para a instalação da montadora dispôs R$ 3 bilhões de reais, o que significa que para cada uma das 2 mil vagas abertas foram destinados R$ 1,5 milhão. Nos contratos conhecidos entre a Ford e o governo baiano não há nenhuma exigência de transferência de tecnologia, formação, nível salarial ou geração de empregos. Propagandeia-se apenas a geração de 5 mil postos diretos e 50 mil indiretos. A decisão da Ford de não se instalar em Guaíba, no Rio Grande do Sul, nem de longe passou pelos maus bofes do governo, mas, sim, pelas generosas vantagens que recebeu do Congresso Nacional ao aprovar fora do prazo um destaque de uma MP do governo de FHC. A versão de que Olívio Dutra "correu" com a Ford daqui é fantasiosa e não corresponde aos fatos. Se alguém pode explicar em detalhes a operação este alguém é Yeda Crusius, que votou a favor dos baianos. Yeda e outros políticos gaúchos foram os que realmente mandaram a Ford embora daqui. Olívio Dutra e o PT nada puderam fazer contra a decisão. Essa é a verdade, o mais é manipulação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário