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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

7.3.08

Via Campesina faz mobilizações contra o agronegócio e a monocultura

A Via Campesina Brasil realizou protestos e marchas por Reforma Agrária e contra o agronegócio, nesta quinta-feira (06/03), em diversos estados, dentro das atividades organizadas em torno da semana do Dia das Mulheres. Já aconteceram atividades em Rio Grande do Sul, Pernambuco, Alagoas, Bahia e Rondônia. "A Via Campesina está tentando ao longo dos anos, juntos com alguns movimentos de mulheres da cidade, resgatar o dia das mulheres como um período de lutas. Hoje essa luta tem crescido por causa do avanço do agronegócio no campo, que atinge principalmente as mulheres e as crianças", afirma a integrante da coordenação setor de gênero, Lourdes Vicente. As manifestações contra a violência da Brigada Militar do Rio Grande do Sul e a denúncia de compra de terras ilegais em área de fronteira pela empresa sueco finlandesa Stora seguiram com protestos no interior do estado e audiência em Brasília. As mulheres receberam também mensagens de apoio de diversas entidades e personalidades, que condenaram a violência da polícia (veja em http://www.mst.org.br/mst/pagina.php?cd=5000). Em Santana do Livramento, as 900 trabalhadoras rurais fizeram caminhada à Praça Binacional, na fronteira com Rivera, onde realizaram um ato político contra a Stora Enso, que descumpre a legislação brasileira e usa empresas laranja para comprar terras a menos de 150 km da fronteira, como determina a Constituição Federal.Em Encruzilhada do Sul, 600 camponesas fizeram marcha até a Fazenda Bota, da Aracruz Celulose, para denunciar os prejuízos ambientais do plantio de pinus e eucaliptos e a violação de direitos trabalhistas dos funcionários que atuam no corte da madeira. Cerca de 250 mulheres realizaram caminhada em direção à Superintendência Regional da Polícia Federal, em Porto Alegre, para cobrar informações sobre a investigação da compra ilegal de terras na faixa de fronteira pela Stora Enso. Em Brasília, mulheres da Via Campesina denunciaram truculência do governo do RS e ilegalidade da Stora Enso a ministros, parlamentares e diplomatas. Em audiência com o ministro da Justiça, Tarso Genro, militantes da Via Campesina e parlamentares encaminharam no início da manhã o depoimento da militante ferida durante o conflito com a Brigada Militar Gaúcha em Rosário do Sul, Maraísa Talaska. Funcionários da Secretaria de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça devem encaminhar a denúncia aos órgãos responsáveis. Durante a audiência com o ministro da Justiça, foram apresentados os documentos que comprovam a situação irregular da empresa Stora Enso no Brasil. Maraísa, ainda pela manhã, também foi ao Senado Federal participar da abertura da subcomissão de "Defesa da Mulher" da Comissão de Direitos Humanos da casa. Na presença de senadores e artistas, a militante da Via Campesina mostrou em sua pele o resultado da ação violenta da Polícia Militar do Rio Grande do Sul. A senadora Ideli Salvati (PT/SC) e o senador Paulo Paim (PT/RS) se comprometeram em realizar audiências públicas sobre o tema. Na Embaixada da Suécia, a comitiva formada por integrantes da Via Campesina e parlamentares entregou o dossiê sobre a atuação ilegal da Stora Enso no país e sobre a violência contra as mulheres cometida pelo governo gaúcho. Ao receber os documentos, os secretários das embaixadas da Suécia e da Finlândia revelaram um quadro bastante preocupante para o povo brasileiro: a Stora Enso está fechando suas fábricas na Suécia para passar a atuar exclusivamente no chamado "Terceiro Mundo". Em Pernambuco, as mulheres camponesas fizeram três manifestações contra o agronegócio e a monocultura da cana-de-açúcar. Cerca de 500 mulheres da Via Campesina ocuparam a sede da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco), em Petrolina, sertão de Pernambuco, em protesto contra o modelo de desenvolvimento implantado na região, que beneficia empreendimentos de irrigação de empresas do agronegócio, como o projeto de transposição do Rio São Francisco, o Pontal Sul, em Petrolina, e o Projeto Salitre, na cidade vizinha de Juazeiro, na Bahia. No município de Gameleira, 600 mulheres ocuparam o Engenho Pereiro Grande da Usina Estreliana para denunciar a violência utilizada dos usineiros da região. Há dez anos, foi decretada a falência da usina por dívidas com órgãos públicos. Na cidade de Água Preta, na mata sul, foi ocupada casa grande do engenho Cachoeira Dantas. Em fevereiro, cerca de 66 famílias de trabalhadores rurais que moravam e plantavam no engenho foram despejados por decisão liminar sem possibilidade de defesa dos camponeses. Os trabalhadores foram demitidos pelo antigo proprietário e não tiveram seus direitos trabalhistas pagos. Em Alagoas, 3.000 famílias de trabalhadores rurais da Via Campesina fizeram grande marcha de mulheres pelas principais ruas de Maceió e entregaram pauta de reivindicações ao ao governo do estado e ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). Na Bahia, a Via Campesina promove a partir de hoje o 8º Acampamento de Mulheres com o lema: "Mulheres Sem Terra e Indígenas em defesa da soberania alimentar, contra o agronegócio e as transacionais no campo", na Escola Parque, bairro Caixa D´Água, em Salvador, com 1.500 mulheres, para debater a necessidade de mudanças nas relações de gênero no campo No estado de Mato Grosso, dois encontros reúnem mulheres da Via Campesina, que discutem as conseqüências do avanço do agronegócio sob a perspectiva feminina. No município de Cáceres, região sudoeste, participam 200 mulheres e, em Sinop, na região norte, 150 mulheres. Os encontros pretendem debater . "O ânimo e a determinação de luta é a marca dos encontros. Todas estamos indignadas com a ação da Brigada Militar e do governo do Rio Grande do Sul e solidárias às mulheres que mais uma vez demonstram coragem e determinação nessa nossa luta permanente contra o agronegócio e o deserto verde", diz Itelvina, da direção do MST. Em Rondônia, cerca de 300 mulheres da Via Campesina fizeram marcha até as Centrais Elétricas de Rondônia S.A (Ceron), em Porto Velho, onde entregaram coletivamente as autodeclarações que garantem a Tarifa Social de energia para as famílias que consomem até 140 kwh por mês. O protesto denuncia o subsídio energético dado às empresas e multinacionais pela Eletronorte, que é a principal acionista da Ceron. A Alcoa e a Vale, por exemplo, possuem indústrias de alumínio e ferro no norte do país (a Alumar e a Albrás) e, desde 1984, recebem energia subsidiada (a preço real de custo) da Eletronorte.
Yeda Persegue Agricultores da Região Palmeira e destrói alimentos do Fome Zero
O deputado Dionilso Marcon (PT) denunciou da tribuna da Assembléia (06/03) a perseguição do governo Yeda contra os agricultores familiares da região de Palmeira das Missões. Segundo Marcon, a Cooperativa Regional Camponesa de Seberi, que compra produtos da agricultura familiar de pequenos agricultores de 18 municípios da região Palmeira e faz a distribuição dos alimentos para centenas de famílias carentes e também para a merenda escolar das escolas públicas da região pelo programa Conab – Fome zero está sendo perseguida pela Inspetoria Veterinária do Estado. Segundo ele, pela segunda vez, o escritório de inspeção veterinária Estadual, com sede em Seberi, apreendeu o caminhão que levava esses produtos e enterrou todos os alimentos do projeto que é coordenado pela governo federal. Segundo Marcon havia um entendimento de que o transporte desses alimentos entre os municípios estaria livre porque todos já possuíam a inspeção municipal de seus municípios de origem (SIM) devido a importância desse projeto. Segundo Marcon, foram mais de 2 mil e 500 cestas básicas que deixaram de chegar para crianças e famílias carentes. Foram destruídos somente nesta operação centenas de litros de leite, milhares de ovos, 700 quilos de banha e 100 quilos de mel. A Associação dos municípios da região entrará com representação contra o governo do Estado, repudiando essa situação insustentável e solicitará audiência como governo do Estado. Para Marcon esse é o verdadeiro Novo Jeito de Governa no RS, patrocinado pelo governo Yeda.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz