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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

5.3.08

O que querem o narco-presidente Uribe e seu patrono George Bush

EDITORIAL 04.03.2008 BRASIL DE FATO Edição 262
O bombardeio do acampamento das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), em território equatoriano, por aviões da Força Aérea colombiana e, em seguida, a invasão daquele país por militares do Exército e da Polícia de Bogotá para seqüestrar corpos e equipamentos de suas vítimas, a soldo e mando do presidente Álvaro Uribe, foi uma operação planejada com antecedência e com alvos políticos bem claros.
A participação do governo dos EUA nesse planejamento, bem como na preparação e desencadeamento da ação, também já é um ponto pacífico: no dia 28 de fevereiro, estava na capital colombiana, o senhor Joseph Nimmich, diretor da Força Tarefa Interagencial do Sul dos Estados Unidos (ler pág. 11).
Qualquer dúvida a respeito da sincronia entre Washington DC e Bogotá DC pode ser tirada com a foto que publicamos acima: às 16h00 da terça-feira, 4 de março, quatro dos tripulantes da nave Discovery estiveram na Casa de Nariño (palácio presidencial da Colômbia), em visita oficial ao presidente Álvaro Uribe. O “pretexto” do encontro foi o fato de um dos astronautas, George Zamka Pérez, ser filho de mãe colombiana. Em nome dos quatro, Zamka entregou ao presidente um certificado, expedido pela Nasa e assinado pelos sete tripulantes do Discovery, onde consta que a bandeira da Colômbia esteve no espaço.
Ou, como perguntaria um “bicho-grilo”: 'De repente rolou o barato deles estarem visitando o cara, meu?'
Os alvos de Bogotá e Washington
A morte de Raúl Reyes, o número 2 e porta-voz das Farc, entre as quase duas dezenas de guerrilheiros assassinados durante o bombardeio, é emblemática dos objetivos da ação. Reyes era o grande interlocutor junto a governos latino-americanos, europeus e mesmo dos EUA (ler pág. 10), na busca de uma saída negociada para o impasse colombiano e para a soltura dos presos em poder da guerrilha. Colocar um ponto final nessas negociações que, não apenas projetavam positivamente as Farc e enfraqueciam o belicismo do narco-presidente colombiano (ler pág. 10), como sobretudo colocavam no centro da cena política outras lideranças da região mais ao Norte da América do Sul, especialmente o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, foi o objetivo da violação da fronteira e do massacre contra as Farc.
Se toda essa política que urdiam a diplomacia das Farc e de alguns governos seria intolerável para Washington e Bogotá em qualquer outro contexto, ela se tornou particularmente perturbadora neste momento, quando o senhor Uribe tenta cavar, junto aos parlamentares do seu país, uma nova reforma da Constituição que lhe permita disputar um terceiro mandato.
Governos e forças progressistas e de esquerda condenam a violação da fronteira e o bombardeio
Quando fechávamos esta edição, ainda não havia se encerrado a reunião da OEA que discutiu a ação do governo de Bogotá contra o Equador e o massacre dos militantes das Farc. No entanto, as primeiras reações dos governos dos principais países da América Latina foi, apesar de nuances, de censura ao gesto, acompanhado da exigência de pedido de desculpas – por parte da Colômbia, ao governo de Quito, dando seqüência à política que vêm desenvolvendo no sentido de encontrar uma saída negociada para o impasse colombiano, o que isola ainda mais o governo Uribe na América do Sul.
A posição do Itamaraty, anunciada pelo ministro Celso Amorim, seguiu esse rumo que, de fato, nos parece, neste momento, o mais adequado para a questão. Mantendo a tradição da luta pela paz internacional, as forças e partidos progressistas e de esquerda manifestaram-se no mesmo rumo. (ler pág. 9)
PS Quem viveu no Brasil a noite da sexta-feira 13 de dezembro de 1968, quando foi anunciado publicamente o Ato Institucional número 5 – AI-5, que já havia sido assinado naquela tarde, sabe muito bem o quanto um final de semana é importante no sentido de surpreender o inimigo, diluir reações e consolidar de antemão uma versão oficial dos fatos. A agressão contra o Equador aconteceu exatamente na madrugada de um sábado, 1º de março.
“Fascista sem máscara” na internet
ALTAMIRO BORGES
A disputa deste ano do Prêmio iBest – baseado no voto direto dos internautas e considerado por muitos como “o Oscar da internet brasileira” – revela que a sociedade também está dividida entre a esquerda e a direita no ciberespaço. Nos primeiros lugares na categoria de “cidadania-política” encontram-se três sites identificados com as idéias progressistas – Conversa Afiada, Vermelho e PT. Mas já na quarta colocação, com estreita diferença, está a página de ultradireita “Mídia Sem Máscara”. Isto não significa que o site seja “cachorro morto”, até porque a votação vai até maio e ele já levou o prêmio no ano passado, quando os critérios do iBest eram bem mais restritivos. Alucinações do “filósofo” Para quem tiver estômago, vale à pena conhecer as teses ultra-reacionárias do site, que é editado pelo “filósofo” Olavo de Carvalho. Já na apresentação da página, o fascistóide escancara a sua esquizofrenia. “Mídia Sem Máscara é um website destinado a publicar idéias e notícias que são sistematicamente escondidas, desprezadas e distorcidas em virtude do viés esquerdista da grande mídia brasileira”. Para este lunático, que teme o perigo comunista até na sobra, a revista Veja, os jornais Folha e Estadão e a TV Globo dão espaço em demasia para a “manipulação esquerdista”. Olavo de Carvalho gostaria que estes veículos, que já são direitistas, pregassem abertamente um novo golpe militar, novas prisões e torturas e o retorno à ditadura, e bradassem: “Hai, Hitler!”. Ridicularizado até por setores conservadores mais hábeis e sutis, ele se ressente do isolamento. “No Brasil, os poucos que tentam enfrentar essa situação são vítimas do ódio, da covardia e da mesquinhez de expedientes a que homens poderosos têm recorrido para nos calar. A má vontade surda e cega – quando não a ironia e a chacota – que os indiferentes e alienados opõem são indescritíveis. O que torna as coisas ainda mais difíceis é que nos últimos anos o estimulo geral à expressão de crenças esquerdistas encorajou todos os analfabetos do país”, resmunga o fascista num linguajar preconceituoso. Mas o fundamentalista é bem persistente: “Pouco nos importa a desproporção de forças. Quando os grandes se acovardam, os pequenos têm de dar o exemplo”. “Minha defesa no Juízo Final” Olavo de Carvalho, que hoje reside em Richmond (EUA), é mesmo um egocêntrico e se acha um enviado de Deus no combate às idéias “diabólicas” da esquerda. Em entrevista recente à Revista Atlântico, ele se jacta de ser um estudioso da “mente revolucionária”. Atormentado, alerta: “A esquerda assume cada vez mais orgulhosamente a sua identidade, ao mesmo tempo em que sua influência política se torna cada vez mais dominante. A direita, por seu lado, se encolhe numa timidez abjeta, negando a sua própria existência... Se eu conseguir lançar toda a claridade que pretendo, creio que terei feito alguma coisa de útil, pelo menos para dar a Nosso Senhor Jesus Cristo um pretexto que ele possa alegar em minha defesa no Juízo Final”. Na mesma entrevista, ele elogia a sangrenta ditadura salazarista em Portugal. “O salazarismo foi uma estranha mistura de conservadorismo cristão com elementos extraídos do fascismo... Não tenho a menor dúvida de que Antonio de Oliveira Salazar foi um homem honesto e um grande administrador”. Também critica a democracia liberal e prega abertamente a ditadura fascista. “O liberalismo acredita que a liberdade é um princípio fundante da política, mas a liberdade é apenas uma regra formal que, elevada à condição de princípio, resulta no esvaziamento relativista de todos os valores, fomentando a mutação revolucionária e a extinção da própria liberdade”. Típico neocon do falido governo George Bush, Olavo de Carvalho defende os conservadores dos EUA. “Mandei seu jornal à merda” “Mídia Sem Máscara” expressa de forma grotesca este pensamento reacionário e doentio. Olavo de Carvalho e seus fiéis seguidores têm ódio do governo Lula. O site afirma, de maneira risível, que o atual presidente é um dos líderes do movimento comunista internacional. A prova seria a presença no Foro São Paulo, que reúne partidos progressistas da América Latina. O tratamento dado ao governo é dos mais desqualificados, com acusações rastaqüeras contra os familiares do presidente, tentativas de ligá-lo ao terrorismo e ao narcotráfico e outras baixarias do gênero. O site não poupa nem os partidos do bloco liberal-conservador, que seriam frouxos na oposição. “O PFL adaptou-se às circunstâncias, aceitou a condição de mero coadjuvante da esquerda light e mudou de nome para ficar parecido com o Partido Democrata americano (partido preferido de Hugo Chávez e Fidel Castro)”. Indignado, Olavo de Carvalho acusa a direita de ter adotado “ao programa esquerdista em todos os pontos, como o gayzismo, o abortismo, as quotas raciais e o anticristianismo militante”. As maluquices deste fascistóide já lhe custaram o emprego no jornal gaúcho Zero Hora. Encerrada a eleição de 2006, este veículo de direita se livrou do seu pitbul. Magoado, Olavo de Carvalho esbanjou a sua filosofia após receber a carta de dispensa. “Ilustre editor, já mandei seu jornal à merda. Sua cartinha é desnecessária, assim como seu dinheiro”. “Mídia Sem Máscara” ataca tudo o que há de progressista no país. Sua ira contra os movimentos sociais chega a ser ilegal, um atentado à democracia. Um artigo recente afirma que “o MST está mais para organização terrorista do que propriamente para o que se convencionou chamar de ‘movimento social’ – ou um é sinônimo do outro... Para quem desconhece, é bom ressaltar que o MST e agregados (Via Campesina, MLST e outros) não são organizações comunistas nacionais. Estão vinculados e recebem dinheiro de organismos e associações internacionais, em especial da Venezuela, China... Para não falar nos bilhões de reais repassados ao ‘movimento’ pelo próprio governo que, a pretexto de assentar os ‘sem terra’, os abastece de afagos, comida e salário”. “Chávez é um artefato de Lula e Fidel” O reacionarismo também é patente nas análises internacionais, inclusive na tradução de notórios fascistas do mundo todo. Nos últimos dias, o site postou o “réquiem para um assassino”, fazendo coro com os gusanos (vermes) contrários a Fidel Castro. Num artigo mentiroso e infame, Graça Salgueiro atacou todos os que apóiam a revolução cubana. “O anúncio do ditador Fidel Castro de que estaria se afastando do poder da ilha-cárcere provocou enorme comoção nos que defendem com unhas, dentes, lagrimas nos olhos e voz embargada a maior miséria humana do século XX, embora não se tenha notícia de que nenhum do defensores do genocídio castrista tenha fugido do seu país para viver no ‘paraíso caribenho’. Que o digam os comunas que vivem como burgueses: Chico Buarque em Paris e o caquético Niemayer numa cobertura em Copacabana”. Outro alvo constante dos ataques histéricos do site é Hugo Chávez, a encarnação do satanás na terra. Ipojuca Pontes, ex-secretário de cultura de Collor de Mello, garante que o presidente da Venezuela é “uma crescente ameaça à estabilidade democrática no continente – um vendaval de poeira tóxica que convém a todo custo neutralizar... Chávez interfere na vida política dos países vizinhos, apóia o terrorismo narcotraficante das Farc, insulta líderes políticos que não rezam da sua cartilha, abastece com dólares e petróleo a ditadura de Fidel Castro, contrabandeia armas...”. Ipojuca prega indiretamente a intervenção militar dos EUA na região e revela toda sua paranóia. “Se a CIA dedicasse o mínimo de atenção aos encontros periódicos em que o Foro de São Paulo trama a implantação do comunismo no Cone Sul, veria que Hugo Chávez não passa de artefato nas mãos de Lula e Fidel Castro para desempenhar o papel de ‘aríete da revolução socialista’”. “Personagem ridículo e troglodita” Como se observa, “Mídia Sem Máscara” é a expressão caricatural do que há de mais reacionário na sociedade brasileira. O sociólogo Emir Sader, outro que é sempre atacado nas páginas do site, ironiza ao dizer que “Olavo de Carvalho não existe”. Seria fruto de uma invenção, “personagem ridículo e troglodita”, usado para ridicularizar o pensamento conservador. Segundo boatos, “esse infamante personagem trabalha financiado por uma rica empresa que explora o polpudo mercado do ensino privado... Os espaços que ele tem em jornais e revistas são comprados, fazendo parte dos custosos contratos de publicidade que a ‘universidade’ faz nos meios de comunicação”. Sader conclui: “Todo país tem um pensador de extrema direita. Mas no Brasil inventaram este grotesco personagem, deram-lhe um tom improvável, ridículo, ignorante e o expõe à execração pública, personagem que a esquerda goza ou, pior, desconhece, diante dos patéticos apelos para polemizar, que ninguém aceita e o deixa na sua solidão exposto ao escárnio”. Os comentários de Emir Sader, como sempre, são consistentes. Mas, diante da boa colocação do site “Mídia Sem Máscara”, que revela que suas idéias ainda têm público, não custa alertar os internautas sobre a importância da votação no prêmio iBest. É preciso derrotar os “fascistas sem máscaras” no país. Altamiro Borges é jornalista, membro do Comitê Central do PCdoB e autor do livro “As encruzilhadas do sindicalismo” (Editora Anita Garibaldi, 2ª edição).
ECUADOR: Iglesia rechaza la violación de las fronteras ecuatorianas
El episcopado ecuatoriano lamentó “profundamente lo ocurrido entre dos naciones hermanas, Ecuador y Colombia, históricamente unidas por múltiples vínculos” y expresó su “dolor, ante Dios y ante ambos pueblos, más allá de consideraciones políticas, por el nuevo episodio de muertes violentas, cuya sangre clama al cielo”. En un comunicado hecho público este martes 4 de marzo, los obispos católicos de Ecuador rechazaron también “la violación de las fronteras ecuatorianas por parte de cuantos han incursionado ilegalmente en nuestro territorio”, según expresa el documento.
Equador quer saber se norte-americanos apoiaram ataque
GENEBRA - O Equador quer saber se a ação contra o acampamento das Forças Revolucinárias da Colômbia (Farc) teve apoio logístico do governo dos Estados Unidos, por meio de sua base em Manta, no território equatoriano. "A embaixada norte-americana em Quito assegurou que não houve esse envolvimento", disse o ministro da Justiça do Equador, Gustavo Jalkh, em Genebra.
O ministro disse, porém, que Quito não renovará em 2009 o acordo que permite aos EUA o uso da base militar. O governo do Equador fez ainda uma crítica velada aos Estados Unidos e ao fato de a Casa Branca não ter condenado os ataques. "Negar evidências não é o melhor caminho. Os fatos são graves e não podemos relativizar nada com argumentos como o do combate ao terrorismo", disse Jalkh.
O ministro nega que o acontecimento desta semana tenha tido algum impacto na decisão de não renovar o acordo com os norte-americanos. "A decisão já tinha sido tomada", assegurou. Manta foi concedida aos EUA em 1999, depois que Washington foi obrigado a se retirar do Panamá. Por ano, cerca de 1.500 missões de vigilância e patrulha são realizadas a partir da base. Sessenta por cento de todas as apreensões de drogas no Pacífico Leste ainda seriam realizadas com base em informação proporcionada pelos aviões que decolam da base militar.
Com a decisão do Equador, a Colômbia já indicou que estaria disposta a oferecer uma de suas bases aos norte-americanos. O governo da Colômbia vem tentando usar a alegação da luta contra o terrorismo como argumento para legitimar sua ação. Quito lembra que a mesma tática foi usada pelos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão."
Mas nós não somos nem o Iraque, nem Cabul. Não estamos isolados e apenas em 2007 destruímos 47 acampamentos das Farc em nosso território. Nada justifica o que ocorreu", disse o ministro equatoriano. Jalkh disse ainda que o Equador é um país que não quer a guerra. "Mas que vai fazer de tudo para defender sua soberania. Um conflito ou não dependerá do outro país (a Colômbia)", afirmou.
Reféns
O Equador adverte que a ação da Colômbia em seu território poderia ter sido uma forma encontrada pelo presidente colombiano, Alvaro Uribe, para evitar a libertação da refém Ingrid Betancourt, há seis anos nas mãos das Farc.
O ministro da Justiça do Equador, Gustavo Jalkh, confirmou ontem em Genebra o governo de seu país estava envolvido em um diálogo com o grupo armado para a liberação de alguns reféns, entre eles Betancourt."
Havíamos informado isso ao governo colombiano, que sabia inclusive dos detalhes da operação", afirmou o ministro, que se negou a revelar onde ocorriam as conversações com as Farc.
Quito afirma que a política do governo é a de não tolerar a existência de acampamentos das Farc em seu território. "Se soubéssemos que esse campo existia, teríamos agido. Mas a questão é saber por que é que a Colômbia não passou essa informação para nós, se estava em nosso território?", questionou Jalkh.
O problema, segundo o ministro, é que o ataque vai paralisar qualquer tipo de ação para a liberação dos reféns. "Os fatos vão mesmo dificultar a liberação dos reféns, como Betancourt. Tudo leva a crer que o ataque foi planejado, dirigido pelo presidente Uribe e que Bogotá avaliou os efeitos que isso teria em várias frentes, inclusive na questão dos reféns", afirmou Jalhk.
Segundo o ministro, um ataque para criar uma crise e evitar a liberação dos reféns "é uma hipótese que não pode ser descartada".
Segundo ele, o governo equatoriano não possui nenhuma espécie de relação política com as Farc, como acusou Uribe. "Os contatos são apenas humanitários, para a libertação de reféns. Isso nós informamos a Bogotá", garantiu o ministro da Justiça.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz