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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

23.9.07

Quem tem medo de Lula e Hugo Chávez?

Pânico nos arraiais da direita – a cabocla e a globalizada: Lula e Hugo Chávez se entendem. Depois de acalentar tanto as desavenças – saudá-las, aumentá-las, extrapolá-las -, volta o alarme. “Recaída populista, chavista de Lula?” “O Brasil se rende à petrodiplomacia venezuelana?” “Estamos cutucando onça com vara curta?” – entendendo por onça a águia do império estadunidense.
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Um coro que vai da direita a setores da ultra-esquerda, acalenta os conflitos entre o Brasil e a Venezuela. Os dois representariam estratégias contraditórias, incompatíveis, quanto mais conflitos houver, melhor. Se frearia a liderança de Hugo Chavez no continente, para uns; se revelaria o caráter direitista do governo Lula, para outros.
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Na reunião de Manaus, foram retomados acordos pendentes, que se referem à refinaria Abreu Lima, em Pernambuco, e à exploração do campo de Carabobo, na faixa venezuelana do Orinoco, pela Petrobrás e pela Pdvsa, com 60% e 40% de capitais de uma e outra, em cada um dos investimentos. Assumiram também compromissos para acelerar a construção do gadosuto continental, já iniciado na sua primeira parte, que vai até Belém e Recife, bem como em relação ao ingresso da Venezuela no Mercosul – desmentindo que haveria resistências mtuas insuperáveis.
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Quem ganha e quem perde com o entendimento entre o Brasil e a Venezuela? Como reafirma sempre Hugo Chávez, o interesse primordial em dividir o bloco sulamericano é dos EUA, de sua política imperial de tratados de livre comércio, de militarização dos conflitos, de dividir para tentar manter sua dominação. Perdem os EUA.
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Perdem os setores empresariais intrinsecamente vinculados ao livre comércio, à exportação para os mercados centrais, os que se opõem à prioridade da integração regional, os que temem a unidade do continente, os que se subordinam à política imperial dos EUA. Perde a direita, interessada em desfazer a frente do Mercosul e de outros espaços de integração relativamente autônomos diante dos EUA, que privilegiam o Sul do mundo.
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Perdem os que querem agudizar as diferenças entre Hugo Chávez e Lula, que levaria à divisão do bloco sulamericano e ao fortalecimento da ofensiva pelos tratados de livre comércio por parte dos EUA. Ganharia a política estadunidense, ganhariam as elites empresariais do continente que se incomodam e têm interesses seus contrariados pelos processos de integração regional.
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Continuam temas pendentes entre os governos do Brasil e da Venezuela. Continuam a haver políticas econômicas diferentes – de ruptura com o modelo neoliberal de parte da Venezuela e de manutenção, ainda que com adequações, por parte do Brasil. Os dois participam do Mercosul, a Venezuela também participa de uma forma superior de integração – a Alba.
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No entanto, os dois têm em comum – assim como o Uruguai, a Argentina, a Bolívia, o Equador, Cuba, Nicarágua, Paraguai – privilegiar a integração regional, em detrimento dos tratados de livre comércio com os EUA. Mais do que isso, os acordos reafirmados na reunião entre Lula e Hugo Chávez, estendem a integração regional para o plano energético. Acordos e bom entendimento entre os governos da Venezuela e do Brasil, que têm que ser saudado por todos os que entendem que a integração regional é um espaço de autonomia em relação à hegemonia dos EUA e aos projetos de livre comércio, apontando para a construção de um mundo multipolar, integrado e solidário.
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Postado por Emir Sader em 22/09/2007 às 09:25

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz