Víctor Jara (16 de septiembre de 1973)
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Victor Jara - El Derecho de Vivir en Paz
Álbum completo
https://www.youtube.com/watch?v=WSg53srhQyQ
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Efemérides: Víctor Jara (16 de septiembre de 1973)
Canal Encuentro
https://www.youtube.com/watch?v=cSXEt12HVs4
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O último poema de Victor Jara
O dia 11 de setembro de 1973, quando o golpe militar comandado pelo ditador Augusto Pinochet derrubou do poder a Salvador Allende, o compositor e cantor Victor Jara foi preso com outros 600 estudantes na Universidade onde trabalhava. Levado para o Estádio Nacional em Santiago, nesse mesmo dia foi torturado e assassinado pelos militares. Dias depois, sua mulher, Joan Jara, identificou o corpo do poeta, fuzilado e com as mãos amputadas.
No estádio, escreveu seu último poema.
Introdução de Joan Jara: "... Quando mais tarde me trouxeram o texto do último poema de Víctor, soube que ele queria deixar seu testemunho, seu único meio de resistir ainda ao fascismo, de lutar pelos direitos dos seres humanos e pela paz".
Somos cinco mil
nesta pequena parte da cidade.
Somos cinco mil.
Quantos seremos no total,
nas cidades e em todo o país?
Somente aqui, dez mil mãos que semeiam
e fazem andar as fábricas.
Quanta humanidade
com fome, frio, pânico, dor,
pressão moral, terror e loucura!
Seis de nós se perderam
no espaço das estrelas.
Um morto, um espancado como jamais imaginei
que se pudesse espancar um ser humano.
Os outros quatro quiseram livrar-se de todos os temores
um saltando no vazio,
outro batendo a cabeça contra o muro,
mas todos com o olhar fixo da morte.
Que espanto causa o rosto do fascismo!
Colocam em prática seus planos com precisão arteira,
sem que nada lhes importe.
O sangue, para eles, são medalhas.
A matança é ato de heroísmo.
É este o mundo que criaste, meu Deus?
Para isto os teus sete dias de assombro e trabalho?
Nestas quatro muralhas só existe um número
que não cresce,
que lentamente quererá mais morte.
Mas prontamente me golpeia a consciência
e vejo esta maré sem pulsar,
mas com o pulsar das máquinas
e os militares mostrando seu rosto de parteira,
cheio de doçura.
E o México, Cuba e o mundo?
Que gritem esta ignomínia!
Somos dez mil mãos a menos
que não produzem.
Quantos somos em toda a pátria?
O sangue do companheiro Presidente
golpeia mais forte que bombas e metralhas.
Assim golpeará nosso punho novamente.
Como me sai mal o canto
quando tenho que cantar o espanto!
Espanto como o que vivo
como o que morro, espanto.
De ver-me entre tantos e tantos
momentos do infinito
em que o silêncio e o grito
são as metas deste canto.
O que vejo nunca vi,
o que tenho sentido e o que sinto
fará brotar o momento..."
(Victor Jara, Estádio de Chile, Setembro 1973).
http://www.adital.com.br/site/noticia2.asp?lang=PT&cod=25825
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