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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

26.4.12

STF extingue cotas de 100% para brancos nas universidades | Blog da Cidadania

STF extingue cotas de 100% para brancos nas universidades

 

Senhor Deus dos desgraçados!

Dizei-me Vós, Senhor Deus

Se é loucura, se é verdade

Tanto horror perante os céus

(…)

Quem são estes desgraçados

Que não encontram em Vós

Mais que o rir calmo da turba

Que excita a fúria do algoz

Quem são?

Se a estrela se cala,

Se a vaga à pressa resvala

Como um cúmplice fugaz,

Perante a noite confusa…

(…)

São os filhos do deserto,

Onde a terra esposa a luz

Onde vive em campo aberto

A tribo dos homens nus…

São os guerreiros ousados

Que com os tigres mosqueados

Combatem na solidão.

Ontem simples, fortes, bravos.

Hoje míseros escravos,

Sem luz, sem ar, sem razão. . .

Navio Negreiro, de Castro Alves

*

Assusta viver em um país em que é preciso apresentar números sobre a situação da maioria negra de seu povo apesar de que todos a encontram em cada rua, a cada esquina, a todo tempo.

É o vizinho que habita a calçada

Com mulher, filhos e humilhação

Oriunda de mera decisão

Da sociedade, do patrão e da madame

Do jovem rico e de sua indolência infame

Que rouba a vaga do que anseia pela razão

Que para o mancebo rico não faz noção

Eis que brindado com o direito de herança

Que pisoteia do negro a esperança

A pobreza que atinge brancos não é igual à que atinge negros. Desonestidade intelectual devia dar cadeia tanto quanto a material.

A mentira mais hedionda sobre cotas “raciais” que um partido que deveria servir ao povo esgrimiu na Suprema Corte de Justiça foi a de que a política afirmativa cotas não beneficia “pardos”, ainda que centenas de milhares deles já sejam beneficiados.

É mentira que a pobreza que a negros atinge seja a mesma que atinge ao branco. A do negro é muito maior e pior, como IBGE e IPEA comprovam.

97 milhões, entre 190 milhões de brasileiros, declaram ao IBGE que são afrodescendentes. Os negros, pois, somam 51% da população.

O IPEA diz que o salário médio do branco é de R$ 1,8 mil e o do negro, R$ 0,8 mil. Diz também que os que se declaram afrodescendentes são 70% dos pobres, 70% dos indigentes e quase 80% dos jovens que morrem por violência.

A Suprema Corte de Justiça de um país que tem 51% de afrodescendentes, tem 1 único magistrado negro e, no Congresso, só 8 % dos deputados são negros.

Na propaganda, nas novelas, nos bunkers dourados da elite branca, ditos “condomínios”, onde o egoísmo se resguarda da pobreza matizada, erigida pela mais pura vilania, a unanimidade racial de tons rosados e louros com um frio olhar azul ou verde deu o primeiro passo rumo à lata de lixo da história.

Não faltam números para provar que a pobreza, no Brasil, tem cor. Não faltam cenas que comprovam a cor da pobreza, a cor da humilhação, a cor da injustiça. O que falta é vergonha na cara a um setor minoritário e rico da sociedade. Vergonha de mentir impiedosamente e, ainda, afetando indignação.

A Suprema Corte do Brasil marca mais um tento no ranking da pacificação social, da igualdade, da verdade e da Justiça. Que cada voto, de cada magistrado, seja um libelo contra a hipocrisia desumana que pisoteia a imensa maioria deste povo brasileiro. Um libelo acusatório a uma minoria microscópica que tem a audácia de negar uma realidade que lhe lambe as faces a cada passo nas ruas.

Eliminado o produto da hipocrisia e da desonestidade intelectual, resta descobrir como instilar ética e sinceridade nessa parcela diminuta da nação que tanto mal vem produzindo à sua quase totalidade ano após ano, década após década, século após século.

http://www.blogcidadania.com.br/2012/04/stf-extingue-cotas-de-100-para-brancos-nas-universidades/

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz