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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

17.4.12

Há 16 anos, sem-terra eram massacrados em Eldorado dos Carajás - Rede Brasil Atual

Há 16 anos, sem-terra eram massacrados em Eldorado dos Carajás

Jornada de lutas, no mês de abril, lembra os 21 trabalhadores rurais mortos e os 67 feridos por policiais militares no Sul do Pará em 1996

Por: Redação da Rede Brasil Atual

Publicado em 17/04/2012, 02:00

Última atualização às 10:26

Castanheiras secas formam monumento para lembrar os trabalhadores mortos em Eldorado dos Carajás, no Pará (Foto: ©Moacyr Lopes Júnior/Folhapress)

São Paulo – Há 16 anos, a rodovia BR-155, no município de Eldorado dos Carajás, no sul do Pará, era paralisada por sem-terras. Cerca de 1.500 trabalhadores acampavam pela região. Em 17 de abril de 1996, eles realizaram uma marcha exigindo a desapropriação de diversas terras locais, em especial, a da Fazenda Macaxeira. O secretário da Segurança do Pará, Paulo Sette Câmara, autorizara a Polícia Militar a fazer uso da força necessária para acabar com a obstrução da rodovia, que cumpre papel fundamental na ligação de Belém ao sul do estado e, portanto, ao resto do Brasil. 

De início, os policiais, comandados pelo coronel Mário Pantoja de Oliveira, usaram bombas de gás lacrimogêneo para afastar os sem-terra dali. Estes resistiram e, providos de foices, facões e enxadas, permaneceram no local. Os policiais, então, passaram a atirar contra os sem-terra. Dezenove foram mortos no momento, outros dois, anos depois, e sessenta e sete foram gravemente feridos, constituindo o Massacre de Eldorado dos Carajás.

Pouco tempo depois do ocorrido, o então presidente da República, Fernando Henrique Cardoso, proclamou o dia 17 de abril como Dia Nacional da Luta pela Reforma Agrária. A Via Campesina onomearia como Dia Mundial da Luta Campesina. Desde o massacre, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, passou a realizar a Jornada de Lutas todo mês de abril - que veio a ser chamado pela imprensa de “Abril Vermelho” - para protestar em favor da reforma agrária e contra a impunidade dos 155 policiais envolvidos.

Até hoje, somente dois dos policiais foram condenados. Foram absolvidos 153 nesses 16 anos de processo, e, nesse momento, o coronel Pantoja e o major Maria Pereira, acusados, recorrem em liberdade. No final de março deste ano, entretanto, o ministro Gilmar Mendes, em decisão liminar, afastou as alegações da defesa e decidiu que os autos do processo retornassem ao Pará imediatamente para cumprirem as penas. Pantoja e Oliveira foram condenados a 228 e a 154 anos de prisão, respectivamente.

O governador do Pará, à época, Almir Gabriel, juntamente com toda a cúpula do governo do estado foi isentado pelo encarregado do inquérito policial militar, o coronel João Paulo Vieira, de qualquer responsabilidade pelo massacre, de acordo com o MST.

Neste mês de abril, o MST já realizou mais de 100 atos em todo o país. Em São Paulo, o movimento realizará uma manifestação hoje (17), em frente ao Tribunal de Justiça de São Paulo, no período da tarde, exigindo o fim da impunidade dos envolvidos no massacre. Além disso, no km 26,5 da rodovia Anhanguera, haverá uma paralisação pela manhã. A Anhanguera é uma das diversas rodovias que serão ocupadas em todo o país, segundo Gilmar Mauro, da direção nacional do movimento. “Vamos paralisar diversas rodovias por 21 minutos, em memória aos 21 trabalhadores assassinados em Eldorado dos Carajás”, disse Mauro.

Ainda no estado de São Paulo, sem-terras ocupam desde domingo (14) a Fazenda São Domingos, em Saldovina, na região do Pontal de Paranapanema. A disputa pela terra nessa fazenda ocorre desde 1995.

Ontem (16), em Brasília, o movimento ocupou o Ministério de Desenvolvimento Agrário. Alexandre Conceição, da direção nacional do MST, disse que o ato é em memória aos assassinados pelos policias em 1996. “Reivindicamos o que os 21 trabalhadores assassinados 16 anos atrás desejavam: a Reforma Agrária”, afirmou Conceição.

http://www.redebrasilatual.com.br/ha-16-anos-sem-terras-eram-massacrados-em-eldorado-dos-carajas

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz