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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

31.3.12

O golpe no Brasil e a doutrina de segurança nacional

27/03/2012

O golpe no Brasil e a doutrina de segurança nacional

O golpe e a ditadura militar no Brasil foram aplicação direta da Doutrina de Segurança Nacional. Esta foi a doutrina elaborada pelos EUA e que comandou suas ações durante a guerra fria.

Seu conteúdo totalitário vem das concepções positivistas, que buscam transferir modelos da biologia para as sociedades contemporâneas. O modelo de funcionamento de um corpo humano saudável daria o critério para o funcionamento harmônico das sociedades, com seu critério finalista, em que cada parte contribui para o bom funcionamento do todo. Como consequência, qualquer segmento que não esteja nessa lógica, estaria sabotando o funcionamento harmônico da totalidade e deveria ser extirpado.

Essa lógica deu numa proposta totalitária, que não comporta o conflito, a divergência, a diversidade. A Doutrina de Segurança Nacional recolheu essa concepção e lhe deu um caráter militar, em que as FFAA (Forças Armadas) de cada país – e as dos EUA no plano internacional – seriam os responsáveis pelo funcionamento harmônico das sociedades.

Inserida na lógica da guerra fria, significava que qualquer divergência faria o jogo dos que queriam destruir o corpo social, sua ação deveria ser atribuída a uma inserção de vírus de fora para dentro do organismo social, deverá ser combatida com toda a força e ser extirpada.

A harmonia interna estava identificada com economias de mercado e com os valores da ideologia liberal. As ameaças, aos perigos do comunismo internacional, a que deveriam ser associadas todas as ações, organizações e pessoas que objetivamente estivessem obstaculizando o livre funcionamento do mercado e das instituições liberais.

Na sua aplicação concreta no Brasil, os opositores eram catalogados como agentes da subversão internacional, patrocinada pela URSS, pela China e por Cuba. Os editoriais do Estadão usavam a expressão de governo “petebo-castro-comunista” para catalogar o governo do Jango. Os outros órgãos da mídia seguiam a mesma linha, consideravam que a democracia estava em risco e pregavam uma ação militar para resgatar a liberdade. As marchas que todos apoiavam se auto intitulavam “Marchas da família com Deus pela propriedade” e organizavam rezas domésticas com o lema “Família que reza unida, permanece unida”. Estariam em perigo os valores mais tradicionais do país: a família (as crianças poderiam ser mandadas para a Rússia e Cuba), a religião (que seria perseguida e proibidas as escolas religiosas) e a propriedade (que seria abolida e expropriada pelo Estado).

A concepção funcionalista desembocou no lema da ditadura: “Brasil, ame-o ou deixe-o”, com plásticos em carros dos adeptos do Brasil apropriado pelos militares. O Estado foi militarizado e transformado no quartel general das FFAA, desde onde controlavam o país através do SNI – Sistema Nacional de Informações –, buscando transformar o país numa caserna sob controle dos militares.

Foi em nome dessa concepção totalitária que a ditadura militar buscou expurgar os que considerava riscos para seu controle militar do país. Prendia arbitrariamente, interrogava com os mais brutais métodos de tortura, fuzilava e fazia desaparecer os corpos dos que considerava opositores.

Essa mesma doutrina comandou a golpe e a ditadura na Guatemala, desde 1954, fazendo do país o mais massacrado de todo o continente. Valeu para as ditaduras militares no Chile, no Uruguai, na Argentina e orientou a ação da direita por todo o continente.

Postado por Emir Sader às 14:02

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz