Lixão irregular funciona há quase 3 anos em São Luís da 6ª Légua
por Paulo Pasa | 26/03/2012 às 10:21
Aterro improvisado em área de preservação ambiental, que deveria servir apenas para descarte de material de construção, polui córrego e transtorna vizinhos com alagamentos e mau cheiro.
Foto: Maurício Concatto, Divulgação/ O Caxiense.
Um espaço que deveria servir apenas para descarte de restos de construção, em São Luís da 6ª Légua, transformou-se há 3 anos em um lixão a céu aberto. A situação foi denunciada pela vereadora Denise Pessôa (PT), que levou ao plenário da Câmara um apelo para a remoção do depósito irregular.
De acordo com a parlamentar, o lixão está localizado em terras de preservação ambiental, às margens de um arroio parcialmente canalizado. Segundo Denise, o serviço de canalização do córrego não foi feito de acordo com as regras de proteção ambiental e a água está sendo contaminada pelos líquidos provenientes da lixiviação dos materiais.
“A área está sofrendo grande impacto ambiental e há muita reclamação por parte dos moradores, em razão das inúmeras queimadas e do mal cheiro”, diz Denise.
A parlamentar afirma que desde 2010 cobra da prefeitura a resolução do problema. Denise também propõe, em outro local, a implantação de uma Central de Triagem e Transbordo (CTT) adequada à reciclagem de materiais da construção civil e separação de resíduos orgânicos. Segundo ela, a maior parte do lixo jogado no terreno da 6ª Légua provém de empresas que coletam esse tipo de sobra.
“Multas já foram aplicadas na tentativa de suprimir a ação de empresas no lixão, porém, os valores são insignificantes e elas continuam a depositar resíduos no local”, relata Denise.
Além dos frequentes incêndios provocados pelos catadores, liberando fumaça e mau cheiro, os moradores da região também reclamam de enchentes provocadas pelo excesso de entulho que obstrui o encanamento do riacho. Eles contam que parte da tubulação foi instalada pelos próprios vizinhos do córrego e parte é composta por aros de pneus, colocados pelo proprietário do terreno onde se encontra o lixão como alternativa para isolar a corrente d’água do lixo.
“Toda vez que chove forte desce muita sujeita. São sacos plásticos, latas e entulhos diversos. Temos parreiras plantadas por aqui, mas não podemos ocupar a água, é muito poluída e todo o encanamento feito pelo vizinho foi esmagado pela sujeira que invade o barranco”, comenta o vinicultor Rômulo Paulo Demori, de 60 anos.
Claudino Antônio Demori, de 80 anos de idade, habita a área há mais de 60 anos e também comenta que, quando chove demais, parte dos fundos de seu terreno fica alagado.
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