Trabalhadores aderem em massa ao protesto convocado pelas centrais sindicais contra a reforma laboral do governo Rajoy. Perto de completar dois meses de mandato, o PP tenta fazer todo o mal de uma vez e enfileira o arrocho contra os trabalhadores na sequência de um draconiano corte de gastos fiscais. A austeridade trouxe, por exemplo, um efeito desconcertante na esfera da saúde pública: de um lado, filas que só fazem crescer; de outro, alas inteiras de hospitais fechadas com leitos ociosos, por medida de economia. A revista 'Nature' denuncia, ainda,o "suicídio científico espanhol", fruto dos cortes de gastos que incentivam a debandada de pesquisadores para o exterior. A reforma laboral que levou 500 mil às ruas de Madrid ,outros 400 mil em Barcelona, barateia a demissão e autoriza a redução unilateral de salários pelos patrões. A relevancia desse cabo de guerra extrapola as fronteiras do país. A economia espanhola é a pinguela frágil que interliga nações pobres e ricas no interior do quebra-cabeças do euro. Se o arrocho fracassar aí pela pressão das ruas, abre-se um avenida de bandeiras comuns para a unificação dos protestos na zona do euro, capaz de mudar a relação de forças e a agenda dominante nos pós- crise em todo o mundo. |
(Carta Maior; 2ª feira, 20/02/ 2012)
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