MST manifesta solidariedade às famílias do Pinheirinho e condena a violência do PSDB
23 de janeiro de 2012
Da Secretaria Nacional do MST
A resposta do governo do estado de São Paulo para enfrentar o problema da falta de moradia para a população paulista, mais uma vez, é a violência policial.
O governo tucano de Geraldo Alckmin mandou para expulsar 1.600 famílias de trabalhadores, crianças, jovens e idosos, que vivem desde 2004 no bairro Pinheirinho, em São José dos Campos (97 km de SP), dois helicópteros, carros blindados e 2 mil soldados do Batalhão de Choque, neste domingo (22/1).
O despejo dessas famílias em uma ação de guerra da Polícia Militar, que foi educada pela Ditadura, é mais um exemplo da postura do Estado diante das lutas do povo brasileiro para encontrar alternativas à insuficiência de políticas para resolver os problemas estruturais do país, como falta de moradia, terra, escola e hospital.
O terreno de 1,3 milhões de metros quadrados pertence à massa falida do megaespeculador Naji Nahas. Na operação Alckmin, foram presas 30 pessoas, enquanto Nahas goza de liberdade no seu apartamento na zona Sul do Rio de Janeiro e beneplácito da Justiça, apesar de praticar crimes contra o sistema financeiro, registrados na Operação Satiagraha, deflagrada pela Polícia Federal em 2008.
O MST manifesta solidariedade às famílias do Pinheirinho, condena a violência do governo do PSDB e conclama todos a participar dos atos de repúdio. A ação da PM que despejou essas famílias é a regra em São Paulo, que se repete cotidianamente na repressão às ocupações de terra e greves de diversas categorias, violência contra estudantes universitários da Universidade de São Paulo (USP), humilhação de negros, mulheres, moradores de rua e dependentes químicos nas periferias.
Mais de 5,5 milhões de moradias precisam ser construídas para acabar com o deficit habitacional no Brasil, segundo dados de 2008 utilizados pelo Ministério das Cidades. As favelas e áreas em situação de risco abrigam 7 milhões de pessoas (esse número aumentou 42% nos últimos 15 anos, segundo análise do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).
O número de déficit habitacional aumenta com a inclusão das famílias que moram de aluguel, que estão em torno de 12 milhões de famílias (de acordo com o Sindicato da Habitação do Estado de São Paulo-Secovi-SP).
Assim como o Brasil precisa de uma Reforma Agrária que garanta terra e políticas para a produção de alimentos pelos camponeses, é urgente a realização de uma Reforma Urbana que resolva o problema da falta de moradia, mas que assegure também saneamento básico, serviços públicos (saúde, educação, cultura e lazer), reorganização do sistema de transporte e, especialmente, a refundação da polícia para adaptar seus procedimentos ao regime democrático.
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