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pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

17.5.10

Carta Maior - Blog do Emir Sader - Viva o Brasil! Viva nossa política externa soberana e independente!



17/05/2010

Viva o Brasil! Viva nossa política externa soberana e independente!

Corvos, urubus, tucanos, todos torcendo contra uma negociação pacífica do conflito em torno do Irã, porque é Lula quem conduziu essas negociações, o que fortaleceria ainda mais sua imagem. Enquanto que um eventual fracasso, mesmo que levasse a um novo conflito bélico de proporções, contanto que pudesse ser explorado internamente em termos eleitorais, favoreceria a oposição, nos seus mesquinhos e desesperados cálculos eleitorais.

Não importa o destino do Oriente Médio, do mundo, contanto que Serra possa ter alguma esperança de se eleger. Eleger um candidato que disse que o Mercosul é uma "farsa", que o Brasil fez "uma trapalhada" em Honduras, que o ingresso da Venezuela no Mercosul era "uma insensatez", que "não convidaria o primeiro ministro do Irã para vir ao Brasil, nem iria ao Irã".

Dane-se a paz no mundo, contanto que a candidata de Lula não siga sua curva ascendente, que a faz superar a seu candidato na pesquisa do Vox Populi. Dane-se a paz no Oriente Médio, contanto que se possa consignar alguma "gafe" de Lula na viagem ao Irã. Dane-se o mundo, contanto que os interesses da direita brasileira sejam preservados.

Essa visão estreita, provinciana, se choca abertamente com a importância do acordo conseguido e com suas repercussões internacionais. Ainda mais porque contradiz o ceticismo do governo norteamericano – Hillary mencionou o tamanho da montanha que Lula teria que escalar para conseguir o acordo e dos porta-vozes da militarização dos conflitos em escala mundial. Onde outros fracassaram ou apostaram que nem valia a pena buscar negociações, o Brasil triunfou.

O Brasil soube buscar aliados – Rússia, China, Turquia, França – para abrir um espaço de negociação política, que se revelou possível e correto. A posição brasileira de que os EUA – e outras potências – possuindo imensos arsenais nucleares, não tinham moral para buscar acordos que limitem a disseminação de armamento nuclear, abre caminho para outras iniciativas de paz.

Em Israel e na Palestina, Lula deixou claro que os EUA não são o bom negociador para a paz na região, tanto porque são parte integrante do conflito, ao definir a Israel como seu aliado estratégico, como porque fracassou ao longo do tempo, sem que se tenha obtido a concretização do acordo da ONU de garantir a existência de um Estado palestino nas mesmas condições do Estado israelense.

Faltava que a candidatura de Lula fosse lançada ao Prêmio Nobel da Paz, para que uma imensa grita se estendesse por aqui, para que esse merecido reconhecimento internacional não projetasse de vez o Brasil como um novo sujeito em negociações de paz, projetando-nos como país que contribui efetivamente para sairmos de um mundo unipolar, sob hegemonia imperial de uma única super potência e para a criação de um mundo multipolar.

Devemos sentir-nos orgulhosos da diplomacia brasileira e da política internacional do Brasil, da atuação de Lula e de Celso Amorim. Devemos lutar ainda mais para consolidar essas diretrizes da política exterior brasileira e contribuir para que ela não apenas prossiga, mas se estenda e ajude ainda mais a construir um mundo em que os conflitos não sejam mais objeto de intervenções militares, mas de negociações políticas, pacíficas, que respeitem o direito de todos, especialmente dos que, até aqui, foram oprimidos pelas potências que concentram os maiores arsenais do mundo e pretendem perpetuar seu domínio sobre uma ordem mundial injusta.

Postado por Emir Sader às 04:03

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz