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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

19.2.08

A crise e a globalização

Escrito por Wladimir Pomar 18-Fev-2008 Tornou-se recorrente a suposição de que a crise norte-americana está associada a uma possível crise da própria globalização. Há quem recorra à situação da Europa e do Japão para procurar confirmar a tese de que a globalização capitalista, do mesmo modo que o capitalismo norte-americano, estaria passando por uma crise terminal. A estagnação japonesa, a perda de competitividade da indústria européia, a explosão dos preços do petróleo e a volatilidade das bolsas de valores seriam outros sinais evidentes de uma situação crítica. Essa análise talvez não leve em conta que o petróleo teve seus preços elevados, tanto pelo aumento da demanda internacional, maior do que o aumento da oferta, quanto pela desvalorização do dólar e por manobras especulativas. Nem que o Japão apresenta sinais de recuperação industrial. E que a Europa, apesar de tudo, tem conseguido manter um certo crescimento e participação ativa no comércio mundial. Mais do que isso, porém, talvez não tenha percebido que a globalização não é mais pautada exclusivamente pelos Estados Unidos, Europa ou Japão. Ela também é pautada pelos países emergentes, que elevaram sua participação na produção e no comércio mundial de forma considerável. A globalização mercantilista começou, no século XV, buscando especiarias para a Europa. Descobriu regiões de grande densidade populacional, que produziam o que os mercadores europeus procuravam, e também regiões de baixa densidade populacional, passíveis de serem ocupadas por migrantes europeus e escravos africanos, para a implantação de atividades produtivas em larga escala. Essa globalização criou as condições para a acumulação das riquezas que, três a quatro séculos depois, levou ao surgimento da manufatura e da indústria, e a profundas transformações sociais e políticas em quase todo o mundo. A globalização imperialista teve início no século XIX, buscando matérias-primas minerais e agrícolas para as fábricas, e mercados para os produtos das novas potências industriais. Reorganizou o mundo colonial da primeira globalização, e subjugou países e regiões antes não dominados, liquidando sua manufatura artesanal e grande parte de sua agricultura tradicional. Por outro lado, combateu o tráfico e o trabalho escravos, e transferiu elementos do modo de produção capitalista para aqueles países e regiões subjugados, implantando ferrovias, portos, oficinas de reparos, certas unidades industriais e o trabalho assalariado. Criou, assim, as condições, tanto para as guerras imperialistas, quanto para as revoluções anti-coloniais, nacionais e socialistas, que marcaram profundamente o século 20. A globalização do final de século 20 e início do século 21, ainda em curso, tem diferenças significativas em relação a essas globalizações anteriores, e nada indica que ela esteja se esgotando. Mas isso é assunto para o próximo comentário.
Wladimir Pomar é escritor e analista político.

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz