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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

15.6.18

politicamente, golpe fracassou

BARBÁRIE OU HUMANIDADE

Dilma no Sindicato dos Bancários: politicamente, golpe fracassou

"Não conseguiram nos destruir", disse a ex-presidenta, que apontou "três nós" para o país: bancos, mídia e petróleo. Para ela, anular o impeachment é "exigência histórica". E é preciso "repartir riqueza"
por Vitor Nuzzi, da RBA publicado 15/06/2018 09h21
TVT/REPRODUÇÃO
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São Paulo – Depois de identificar as leis 13.467 (de "reforma" trabalhista, "o momento mais triste da pauta") e 13.429 (terceirização ilimitada) como principais derrotas impostas aos trabalhadores, a ex-presidenta Dilma Rousseff considerou o impeachment politicamente fracassado, por não ter continuidade do  ponto de vista eleitoral e não ter conseguido "destruir" seus adversários, como o PT, ela própria, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o movimento sindical. "Acho que o golpe é um fracasso político", afirmou, durante visita ao Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, na região central da capital paulista, na noite desta quinta-feira (14).

Dilma abriu um ciclo de debates na entidade, que teve como primeiro apresentador o ex-ministro da Previdência Carlos Gabas. "Duas visões de mundo irão polarizar a disputa eleitoral, uma que imprime a barbárie ao focar apenas no capital especulativo em detrimento do bem-estar das pessoas, e outra que defende a humanidade, as liberdades e as conquistas do povo", disse Gabas. Também estavam presentes a ex-ministra Eleonora Menicucci, da Secretaria de Políticas para as Mulheres, e o vereador paulistano e ex-senador Eduardo Suplicy.

Segundo a ex-presidenta, o país tem "três nós" a desatar: a concentração da mídia e do setor financeiro, além da estratégica do petróleo. Ela inclui a tentativa de reduzir o spread bancário como um dos fatores de sua queda.

Dilma afirmou que o "partido golpista" não tem candidato. Além disso, conseguiu trazer de volta "a caixa dos monstros, que é a extrema-direita", segmento que ocupa uma parte do espaço conservador. Mas "não conseguiram nos destruir", acrescentou, referindo-se ao "lulopetismo" e lembrando que os embates vão continuar. "Só temos uma saída: lutar e resistir".

Lava Jato e instituições

Referindo-se ao chamado lawfare, "o uso da lei como forma de destruir o inimigo", ela disse considerar absurda a Operação Lava Jato em relação ao ex-presidente. A "terceira fase do golpe", como disse, que foi a prisão de Lula. "Esse processo está em curso." Mas Dilma acrescentou que, ainda assim, ele aumentou sua popularidade e reduziu a rejeição. Também considerou um "momento forte" o recente movimento dos caminhoneiros: "Não pelo que eles expressam na sua ideologia, mas porque eles sofrem, como todos os trabalhadores, e se manifestaram". 

Segundo a ex-presidenta, além do ataque a direito, o golpe destruiu as instituições. "A barbárie é não reconhecer que a política é importante, que a democracia é possível sem partidos, sem lideranças políticas, sem iniciativas comunitárias, sindicais, das mulheres", disse, referindo-se ao tema do debate. "Não podemos achar bom passar a Embraer para a boeing, que é a grande concorrente da Embraer. Não podemos achar bom que destruam o estado nacional", afirmou.

Depois do golpe em 2016, quando "éramos apedrejados", Dilma acredita que "já demos um pouco a volta por cima". Para ela, depois das eleições talvez seja necessário convocar uma assembleia constituinte "ou um processo muito duro dentro do próximo parlamento". A eleição, acrescentou, deve demonstrar a capacidade de resistência. "Aposto todas as minhas fichas, boto a minha mãozinha no fogo por nós. Jamais fomos os intolerantes, aqueles que destilaram ódio, que criaram o confronto, o conflito e a briga."

Dilma considera "extremamente difícil" não haver eleições neste ano, como alguns receiam. "Teriam um problema de legalidade e legitimidade maior do que eles têm hoje, e olha que eles têm um problemão", comentou. A ex-presidenta disse não ter "pretensão" de voltar à Presidência, mas reiterou que "anular o impeachment é uma exigência histórica".

Ela também refutou o que citou como tese neoliberal, "uma característica do Aécio Neves", que é o chamado choque de gestão. "Se eu tiver uma única conclusão, depois de ter sido ministra-chefe da Casa Civil do presidente Lula e meus anos de presidência, só tem uma conclusão, que é absolutamente incrustada em mim: não é possível fazer mais com menos só por conta da gestão. É mentira", afirmou Dilma. "Gerir melhor não é fazer alquimia e mágica, é gastar o dinheiro público de forma correta, honesta e límpida. Gerir melhor não faz o milagre dos pães e dos peixes. Esta é uma das maiores, já que a palavra é moda, fake news que eu já vi."

Defensora de uma reforma tributária, ela se manifestou favoravelmente à CPMF e à tributação sobre dividendos, heranças e grandes fortunas. E lembrou, em comparação com "planos-piloto tucanos", que "nunca fizemos programa social para 100 ml pessoas, mas para milhões". Mas falou em uma "nova etapa" nesse campo: "Isso é renda. Temos de dar um passo a mais. Vamos ter de repartir riqueza".

Depois de Gabas, que disputará uma vaga na Câmara dos Deputados, deverá participar do ciclo de debates o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli. "Vamos demonstrar que o Brasil pode e deve continuar com as políticas de crescimento econômico e inclusão social iniciadas pelo presidente Lula", afirmou o ex-ministro da Previdência.

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2018/06/dilma-no-sindicato-dos-bancarios-politicamente-golpe-fracassou


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz