Por mais agrotóxicos, ruralistas apelam a 'fake news' e a Nizan Guanaes
Apesar de serem maioria na comissão especial na Câmara que analisa mudanças propostas para afrouxar as regras para toda a cadeia dos agrotóxicos, aumentando assim sua produção e consumo, os ruralistas enfrentam forte resistência para aprovar o chamado Pacote do Veneno. Tentam, sem sucesso, desde 16 de maio. A minoria formada por deputados do PT, PSB, Psol, PCdoB, PDT e SD tem conseguido segurar o avanço do trator ruralista, usando de todos os recursos legislativos previstos no regimento da Casa para forçar mais debates.
Os argumentos dessa minoria resistente vêm de mais de 250 notas técnicas e relatórios assinados pelas maiores autoridades em termos de saúde, meio ambiente, direitos humanos, nutrição, consumidor e produção agrícola do país. Anvisa, Instituto Nacional do Câncer, Fundação Oswaldo Cruz, Ibama, Idec, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Ministério Público Federal e do Trabalho e mais de outras 200 entidades, associações e conselhos se manifestaram contra.
Se fosse pouco, a própria Organização das Nações Unidas enviou carta ao governo brasileiro advertindo sobre os perigos do Pacote do Veneno e as ameaças reais a diversos direitos humanos, entre eles à alimentação, à água de qualidade e a um meio ambiente equilibrado.
Sem argumentos e sem saída, os ruralistas e as empresas de agrotóxicos resolveram apelar. Segundo o site G1, contrataram o publicitário Nizan Guanaes para "trabalhar a imagem do setor em meio à polêmica do projeto de lei que afrouxa o controle de agrotóxicos".
Outra iniciativa provavelmente do setor é espalhar pelos grupos de WhatsApp um vídeo em que, por meio de informações, conceitos e dados incorretos, atacam um vídeo da organização 342 Amazônia.
No vídeo original, artistas como Zezé Motta, Alinne Moraes, Maitê Proença, Bruna Marquezine, Caetano Veloso, Guta Stresser e Paula Burlamaqui, entre outros, alertam a sociedade para os perigos dos agrotóxicos e do Pacote do Veneno.
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