RESISTÊNCIA
Bancários confirmam participação na greve geral de sexta-feira
Na quadra dos bancários, representantes confirmaram adesão da categoria ao movimento
São Paulo – Bancários de São Paulo cruzarão os braços na próxima sexta-feira (30), aderindo à paralisação convocada pelas principais centrais sindicais e movimentos sociais contra as reformas do governo Temer. A categoria se reuniu nesta segunda (26) em assembleia na quadra do sindicato e decidiu por unanimidade paralisar as atividades.
"Contra o desmonte de todos os direitos dos trabalhadores, vamos participar desse dia de luta, paralisações e mobilizações, que é a greve geral", afirmou Ivone Silva presidenta eleita do Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, que toma posse em 8 de julho.
Ivone destacou que a assembleia referendou consulta feita pela entidade nos locais de trabalho, em que 80% de 13.666 bancários ouvidos votaram optaram pela paralisação contra a retirada de direitos promovida pelo governo Temer.
A atual presidenta, Juvandia Moreira, classificou as propostas de reforma trabalhista e da Previdência como "contrarreformas que desmontam direitos" e destacou suas consequências para os trabalhadores.
"Uma acaba com a aposentadoria. A outra, acaba com a carteira de trabalho. Vai transformar todo trabalhador em alguém que faz bico", afirmou Juvandia, que destacou ainda que, com a proposta fragilização dos vínculos trabalhistas, o trabalhador vai poder se associar a várias empresas sem saber ao certo a sua carga de trabalho e a remuneração ao final do mês. Ela criticou também outra cláusula da reforma que pretende excluir das convenções coletivas os trabalhadores que ganham mais R$ 11 mil.
Por sua vez, o presidente da Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto von der Osten, conclamou os bancários de todo o Brasil a cruzar os braços. "Se todos paralisarmos as atividades, construiremos uma grande greve."
A proposta de reforma trabalhista segue em tramitação no Senado. Após derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na semana passada, o projeto pode ser apreciado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) nesta quarta-feira, última etapa antes de ser apreciado pelo conjunto dos senadores em plenário.
Já a reforma da Previdência está ainda em fase preliminar. O governo admite o desgaste com o atraso na votação e declarou que espera levar a proposta ao plenário em agosto, após o recesso parlamentar. Já os trabalhadores e movimentos pretendem resistir a esse calendário e barrar as mudanças pretendidas.
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