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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

13.11.15

“O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”

"O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão" (Mc 13, 24-32)

Sexta-feira, 13 de novembro de 2015 - 13h00min


Cerezo Barredo<br>Fonte: http://www.godgossip.org/
Este texto nos apresenta diversas dificuldades de interpretação, pois está saturado com conceitos apocalípticos, referências veladas a possíveis eventos históricos, e referências tiradas de escritos do tempo do Antigo Testamento, muitas das quais desconhecidas para nós.  Porém a sua mensagem central fica clara – o triunfo final do Filho do Homem, mandando por Deus para estabelecer o seu Reino.  A linguagem vetero-testamentária de sinais cósmicos, a figura do Filho do Homem e a reunião dos eleitos de Deus são unidas em um contexto novo, em que a vinda escatológica de Jesus como Filho do Homem se torna o evento central.  A sua vinda gloriosa no fim dos tempos servirá como prova da vitória de Deus – e a expectativa desta chegada serve como base da vigilância paciente que é recomendada aos discípulos ao longo de todo o Discurso Escatológico de Marcos.

Os sinais cósmicos que antecederão o fim fazem referência a textos do Antigo Testamento: Is 13, 10, Ez 32,7; Am 8,9; Jl 2,10.31; 3,1.5; Is 34,4; Ag 2,6.21;  Mas nenhum texto do Antigo Testamento se refere à vinda do Filho do Homem – esta é uma novidade do Evangelho.  A lista desses sinais é uma maneira de dizer que toda a citação assinalará a sua vinda final.  A descrição da chegada do Filho do Homem, rodeado das nuvens, é tirada do livro de Daniel 7,13, mas aqui se refere claramente a Jesus e não à figura angélica "em forma humana" do livro apocalíptico de Daniel.  A ação de Jesus em reunir os eleitos é o oposto de Zc 2,10.  Este reunir-se dos eleitos do seu povo por parte de Deus se encontra em Dt 30,4; Is 11,11.16; 27,12. Ez 39,7 etc. – mas nunca é o Filho do Homem que faz esse trabalho no Antigo Testamento.

A segunda parte do texto consiste em uma parábola (vv. 28-29), um ditado sobre a hora do fim (v 30), sobre a autoridade de Jesus (v. 31) e de novo sobre a hora (v 32).   Nem sempre fica claro a que se refere – o que se fala sobre essas coisas acontecerem "nessa geração" tem como contrabalanço o v. 32 que diz que somente Deus sabe a hora exata.  A parábola sobre os sinais claros da chegada do fim (vv. 28-29) tem em contraposição a parábola da vigilância constante (vv. 33-37). Mas continua clara a mensagem básica – a vitória final do projeto de Deus, concretizada através de Jesus, o Filho do Homem. Mas a certeza dessa vitória não dispensa a atitude de vigilância constante por parte dos discípulos, para que não se desviem do caminho.

Pode parecer confuso o nosso texto – e para nós hoje, de certa forma, o é.  Mas, se inserido no contexto do Discurso Escatológico (referente aos tempos finais) do Evangelho, nos traz uma mensagem de esperança e uma advertência.  A esperança nasce do fato de que a vitória de Deus é garantida – um elemento fundamental em todo apocalipticismo.  A advertência está na necessidade de vigilância constante, para que não percamos a hora do Filho. Em um mundo de desesperança e falta de ânimo por parte de muitos, o texto nos convida como discípulos, a uma atitude positiva que nos leve a um engajamento maior em prol da construção do Reino entre nós.  Mas também nos desafia para que estejamos sempre vigilantes para não sermos cooptados pela sociedade vigente, opressora e consumista, que muitas vezes se baseia em princípios contrários aos do Reino de Deus.  As palavras de Jesus têm um valor permanente, para que possamos julgar as diversas propostas de vida que o mundo nos apresenta.  "O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão".
 
Pe. Tomaz Hughes SVD
thughes@netpar.com.br 

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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz