Páginas

pergunta:

"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

Emir Sader

27.9.13

A tragédia da civilização do automóvel | Brasil de Fato

A tragédia da civilização do automóvel

O carro promete liberdade, mas se tornou uma espécie de cárcere privado. A tragédia da ‘civilização do automóvel’ é resultado das políticas do Estado que sempre foram generosas com a indústria automotiva

 

27/09/2013

 

Cesar Sanson

 

Há exatos 40 anos, num ensaio considerado visionário, André Gorz publicou um texto intitulado ‘Le Sauvage’ [O Selvagem]. O ensaio, datado de 1973, é considerado pelos ambientalistas como o ‘Manifesto contra o carro’ por antecipar a tragédia da civilização do automóvel. No texto, Gorz afirma que “o carro fez a cidade grande inabitável, a fez fedorenta, barulhenta, sufocante, empoeirada, congestionada”.

O carro instaurou uma lógica e um estilo de vida que promete liberdade, mas no lugar de ir e vir se tornou uma espécie de cárcere privado. Paradoxalmente, promete agilidade, mas proporciona a lentidão dos tempos pré-industriais. Promete ganhar tempo, mas na realidade faz perder tempo.

Eles entopem os estacionamentos das universidades privadas e públicas, dos aeroportos, dos shoppings, dos supermercados. Estacionar já se tornou um drama. Ter uma vaga cativa – e gratuita – é um privilégio que se assemelha ao da casa própria. Nos grandes centros já é mais caro estacionar do que almoçar.

O estresse no trânsito é alto, os engarrafamentos enormes, a irritação é grande, mas ninguém quer abrir mão do carro. E ainda tem mais: quanto mais potente, belo e equipado, melhor. O sociólogo Richard Sennett, em seu livro A nova cultura do capitalismo, afirma que as pessoas se movem pela "paixão consumptiva" que assume as formas de "envolvimento em imagística e incitação pela potência", ou seja, as pessoas quando consomem não compram apenas produtos, mas prazer e poder.

O fantástico e maravilhoso mundo prometido pelo carro tem um outro lado menos edificante. O carro provoca o caos, confusão, barulho, estresse, poluição, perdas econômicas e, o pior, mata. E mata muito. As estatísticas dão conta de que mata em média mais de 50 mil pessoas por ano, apenas no Brasil.

A tragédia da ‘civilização do automóvel’ tem como um dos responsáveis as políticas do Estado que sempre foram generosas com a indústria automotiva. No caso brasileiro, o modelo de desenvolvimento ancorou nas montadoras a sua base crescimentista. Desde Juscelino Kubistchek, a indústria automotiva recebe incentivos, subsídios e isenções.

Erigimos o ‘Império do automóvel’ e agora - da prometida sociedade do bem-estar -, ele, o carro, nos empurra para um crescente mal-estar. A mobilidade prometida pelo carro aos indivíduos se tornou fonte de angústia, estresse e sofrimento.

Outra mobilidade e cidade são possíveis, porém é preciso superar a cultura carrocentrista e promover ousadas políticas públicas que invistam pesado no transporte coletivo.

 

Cesar Sanson é professor de sociologia da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)



http://www.brasildefato.com.br/node/26086


Dilma Rousseff reativa sua conta no Twitter | Tecnologia | EBC

Dilma Rousseff reativa sua conta no Twitter

Portal EBC 27.09.2013 - 13h01 | Atualizado em 27.09.2013 - 14h22


Dilma Rousseff e Jeferson Monteiro, criador do perfil humorístico Dilma Bolada (Blog do Planalto/Instagram)

Inativa desde 2010, a conta da presidenta Dilma Rousseff no Twitter foi reativada nesta sexta-feira (27), mesmo dia em que entrou no ar o novo Portal Brasil (entenda).

Na rede social, Dilma já publicou mensagens sobre temas como o projeto do Marco Civil da internet, as denúncias de espionagem dos Estados Unidos sobre o Brasil e o programa Mais Médicos.

Pelo Twitter, a presidenta também dialogou com o perfil humorístico Dilma Bolada, que tem 144 mil seguidores (superiror ao perfil oficial, que soma 1,9 milhão). O personagem narra situações inusitadas da presidenta, como se fossem contadas pela própria presidenta. Tanto o perfil no Twitter quanto a página no Facebook foram criados pelo estudante Jeferson Monteiro.

Portal Brasil

Como página oficial do governo federal, o Portal Brasil passou por uma reformulação com o objetivo de facilitar o acesso do internauta à informação e padronizar a navegação pelos sites ligados ao executivo. O vídeo de apresenção institucional do novo portal destaca recursos de  acessibilidade a pessoas com deficiência e a adaptação do portal a smartphones e tablets.

 

 

 

  • Direitos autorais: Creative Commons - CC BY 3.0


http://www.ebc.com.br/noticias/brasil/2013/09/dilma-rousseff-reativa-sua-conta-no-twitter

Realizada Aula Inaugural de curso oferecido numa parceira entre UFFS e Incra

Realizada Aula Inaugural de curso oferecido numa parceira entre UFFS e Incra

Um grupo de 50 jovens participou, na última segunda-feira (23) da aula inaugural do curso de História-Licenciatura em Veranópolis (RS). A graduação é resultado do convênio entre o Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (Pronera), do Incra, e a Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS), em parceria com o Instituto Técnico de Capacitação e Pesquisa da Reforma Agrária (Iterra). O curso é vinculado ao Campus Erechim.

 A aula inaugural foi realizada no salão de atos do Instituto de Educação Josué de Castro.

O curso superior de História foi um dos aprovados pelo Incra em chamada pública realizada no ano passado. O superintendente substituto do Incra/RS, Francisco Lemos, comentou que as parcerias com as instituições de ensino são fundamentais para ampliar o acesso à educação. "Estamos construindo juntos caminhos para modificar a própria sociedade", observou.

O reitor da UFFS, Jaime Giolo, que participou da atividade, destacou a relevância da parceria – primeira com o Pronera – para a qualificação do meio rural, especialmente pela metodologia diferenciada que o programa oferece (tempos específicos para teoria e prática).

Etapas
O ato de abertura marcou a primeira fase das aulas, iniciadas no dia 16. Em regime de alternância – dividido entre tempo escola e tempo comunidade – o primeiro período será de 60 dias, quando os educandos receberão noções teóricas e também se ambientarão com as instalações do instituto onde ficam hospedados. As aulas do tempo escola são ministradas no Iterra.

A turma é composta por jovens de nove estados brasileiros (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Rondônia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia e Pará), em sua maioria filhos de assentados e que atuam em escolas do campo, como educadores ou colaboradores.

O coordenador pedagógico do curso, Miguel Stedile, explicou que a base é o projeto curricular da universidade vinculado à demanda política-pedagógica da sociedade. "Não queremos apenas acessar o conhecimento, mas também a que ele serve: para a formação de uma sociedade baseada em seres mais plenos e humanos, feita através da educação".



http://www.uffs.edu.br/index.php?site=uffs&option=com_content&view=article&id=5200:realizada-aula-inaugural-de-curso-oferecido-numa-parceira-entre-uffs-e-incra&catid=288:noticias&Itemid=844


Barão de Itararé

"O homem que se vende recebe sempre mais do que vale."

Ibope: hoje Dilma seria eleita no primeiro turno — CartaCapital

Política

Eleições 2014

Ibope: hoje Dilma seria eleita no primeiro turno

Ela soma mais intenções de voto que seus três adversários juntos, mas 30% votariam em branco/nulo ou estão indecisos
por Redação — publicado 26/09/2013 20:00, última modificação 26/09/2013 20:09

Uma pesquisa realizada pelo Ibope e pelo jornal O Estado de S.Paulo indica que, no cenário mais provável das eleições presidenciais de 2014, a presidenta Dilma Rousseff seria reeleita em primeiro turno. De acordo com o levantamento, Dilma tem hoje uma intenção de voto superior à soma das intenções de seus três adversários.

Segundo os números, Dilma passou de 30% de intenções de voto em julho para 38% em setembro, enquanto a ex-senadora Marina Silva (que tenta fundar o partido Rede Sustentabilidade) caiu de 22% para 16%. O senador Aécio Neves (PSDB-MG) oscilou de 13% para 11% e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), de 5% para 4%. Neste cenário, Dilma tem 38% dos votos, contra 31% de Marina, Aécio e Campos, mas quase um terço dos eleitores (31%) dizem não ter candidato.

Quando o candidato do PSDB é o ex-governador de São Paulo José Serra, a vantagem de Dilma sobre seus rivais é de 37% a 32%. Neste cenário, Dilma tem 37%, contra 16% de Marina, 12% de Serra e 4% de Eduardo Campos.

Segundo turno

Dilma também avançou nas pesquisas para o segundo turno. Em julho, segundo o Ibope, Dilma e Marina estavam praticamente empatadas, com 35% para a presidenta e 34% para a ex-senadora. Agora, Dilma foi a 43%, enquanto Marina caiu para 26%. Contra os tucanos Aécio Neves e José Serra, Dilma venceria no segundo turno por 45% a 21%. Contra Eduardo Campos, a vitória se daria por 46% a 14%.

O Ibope entrevistou 2002 pessoas entre 12 e 16 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.



http://www.cartacapital.com.br/politica/ibope-hoje-dilma-seria-eleita-no-primeiro-turno-459.html


Carta Maior - Blog do Emir Sader - A linha do Equador



27/09/2013

A linha do Equador



O Equador não existia para nós. No máximo a linha – imaginária – do Equador, que nós nem assimilávamos bem a um país. E na pergunta reiterada nas provas do colégio:

- Quais os dois países da America do Sul que não tem fronteira com o Brasil?

Pergunta que por si só buscava reduzir a importância desses dois "paisinhos" que sequer fronteira tinham com um país continente como o nosso.

Às vezes algum time de futebol, algum jogador que se destacava por um tempo. Nada mais do que isso era o Equador para nós.

Nem a pintura extraordinária de Guayasamin era conhecida por nós, nem a literatura, nem a música. O Equador era um espaço em branco na nossas cabeças. Ninguém vinha ao Equador. Se fosse perguntado sobre o país, no máximo saberíamos o nome da sua capital.

Hoje a personagem equatoriana mais conhecida no mundo – a ponto de nós também sermos obrigados a conhecê-lo – é Rafael Correa, o presidente e líder do formidável processo de transformações que o Equador vive já por seis anos e que seguirá, dado que Correa foi eleito no primeiro turno, com uma enorme maioria de votos este ano, para seguir dirigindo o país.

Não sabíamos que o Equador é um país muito bonito, que Quito, com seu centro belamente restaurado, é uma das cidades mais bonitas da América Latina. Que o Guayasamin é um dos pintores mais importantes do continente.

Mas agora saber do Equador, conhecer o país, acompanhar o processo que, junto com o boliviano, é o que de mais avançado temos hoje na America Latina.

A linha do Equador agora deixa de ser imaginária para nós. Vai dando o compasso de como se constrói alternativas conscretas ao neoliberalismo, enfrentando a feroz oposição da direita – em torno da velha mídia – e da ultra esquerda – derrotados fragorosamente nas eleições -, com Rafael Correa com apoio superior a 70%.


Postado por Emir Sader às 04:58, em:
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=1&post_id=1327


26.9.13

IFRS - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul



Processo Seletivo 2014/1


Os 12 câmpus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) terão processo seletivo unificado no dia 1º de dezembro de 2013.

Serão oferecidos cursos técnicos de nível médio, nas modalidades integrado, concomitante e subsequente (veja definições abaixo); e cursos superiores, nas modalidades tecnológico, bacharelado e licenciatura, todos gratuitos.

Os detalhes estão divulgados nos editais:
> Edital concessão de isenção da taxa de inscrição
> Edital processo seletivo cursos técnicos concomitantes e integrados ao Ensino Médio
> Edital processo seletivo cursos técnicos subsequentes ao Ensino Médio
> Edital processo seletivo cursos de nível superior

O IFRS possui os câmpus de Bento Gonçalves, Canoas, Caxias do Sul, Erechim, Farroupilha, Feliz, Ibirubá, Osório, Porto Alegre, Restinga (Porto Alegre), Rio Grande e Sertão.

A prova será única, com realização nos câmpus. Os conteúdos a serem cobrados estarão especificados no edital.

As inscrições ocorrerão de 7 de outubro até 11 de novembro, neste sítio eletrônico. O período para solicitar isenção da taxa de inscrição será de 23 até 30 de setembro.

Das vagas para cursos técnicos subsequentes, 50% terão ingresso mediante as notas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e das vagas para os superiores, 50% serão com ingresso via Sistema de Seleção Unificada (Sisu).

Esta será a primeira vez que o IFRS realizará seleção de forma unificada entre todos os seus câmpus, dando ainda mais agilidade ao processo.

O IFRS é uma instituição federal de ensino público e gratuito. Foi criado em 29 de dezembro de 2008, pela lei 11.892, e pertence à Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Atua para promover a educação profissional e tecnológica gratuita e de excelência, em todos os níveis, e impulsionar o desenvolvimento sustentável da região.

Atualmente, conta com aproximadamente 17 mil alunos, em 91 cursos técnicos e superiores de diferentes modalidades. Atua também com a oferta de cursos de pós-graduação e nos programas do governo federal Pronatec, Mulheres Mil e Formação Inicial Continuada (FIC).

 
Fique atento ao calendário do processo seletivo 2014/1:
- Pedido de isenção da taxa de inscrição: 23 a 30 de setembro
- Inscrições: 7 de outubro a 11 de novembro
- Prova: 1º de dezembro
- Acompanhe todas as informações no site www.ifrs.edu.br
 

Conheça as modalidades de cursos oferecidos:

Técnicos de nível médio integrado - permite a formação de Ensino Médio e técnica profissional simultaneamente.

Técnicos de nível médio subsequente - formação técnica profissional para os alunos que já concluíram o Ensino Médio.

Técnicos de nível médio concomitante - formação técnica profissional para os alunos que estão cursando o Ensino Médio e desejam complementar a formação.

Superior tecnológico - cursos superiores cuja vocação é atender a demandas específicas do mercado de trabalho. Quem conclui, é profissional de nível superior, denominado tecnólogo.

Bacharelados - cursos superiores que formam para atuar de forma mais ampla no mercado.

Licenciaturas - cursos superiores indicados para quem quer atuar como professor de Ensino Fundamental e Médio, com disciplinas ligadas à didática, psicologia e pedagogia.

http://www.ifrs.edu.br/site/conteudo.php?cat=88



CURSOS OFERECIDOS NO CÂMPUS CAXIAS:

CURSOS SUPERIORES:

    Licenciatura em Matemática: 40 vagas (noite)
    Tecnologia em Processos Metalúrgicos: 35 vagas (tarde)

CURSOS TÉCNICOS:

Integrados ao Ensino Médio:

    Fabricação Mecânica: 60 vagas (manhã e tarde)
    Plásticos: 60 vagas (manhã e tarde)
    Química: 60 vagas (manhã e tarde)

Subsequente ao ensino médio:

    Plásticos: 35 vagas (noite)

http://www.caxias.ifrs.edu.br/site/conteudo.php?cat=8



cursos superiores e técnicos do Instituto Federal, em Caxias!

Ifrs Câmpus Caxias

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA



25.9.13

Médicos do programa ” Mais Médicos” são aprovados por pacientes de comunidade rural | Maria Frô

Médicos do programa " Mais Médicos" são aprovados por pacientes de comunidade rural

setembro 25th, 2013 by mariafro


Feliz e brincando com o espanhol Abraham Alba, Maria Igraci disse que a pressão arterial ficou alterada depois de receber a visita de um médico " tão bonito" (Clóvis Miranda)

Médicos do programa " Mais Médicos" são aprovados por pacientes de comunidade rural

Pacientes de Unidade Básica de Saúde da Família que moram na comunidade Pau Rosa aprovam novos profissionais

Por: JÉSSICA VASCONCELOS, A Critica

Manaus, 25 de Setembro de 2013

Os moradores da comunidade rural do Pau Rosa, localizada no km 21 da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista), que há duas semanas contam com um médico do programa "Mais Médicos" na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), consideram que a vida está muito melhor com o profissional por perto.

Segundo Gregório Jansen, 62, agora quem precisa de atendimento tem todos os dias. O aposentado, morador da região há 15 anos, conta que quando a unidade foi inaugurada não havia médicos todos os dias e a dificuldade para obter tratamento era grande. "As pessoas tinham que ir até Manaus para conseguir atendimento", conta.

De acordo o agente de endemias Ruy Sena, 35, hoje a unidade conta com três médicos clínicos gerais, além de dois dentistas, enfermeiros e assistente social.

Para ele, com a equipe atual é possível atender as 1,1 mil moradoras da comunidade e manter a frequência nas visitas as casas. Ruy diz ainda que são realizados todos os dias 45 atendimentos.

A dona de casa Maria Tereza conta que tem gostado muito do atendimento do novo médico e diz que ele foi bastante atencioso, olhou nos olhos e conversou bastante.

Na UBSF 55, na rua 25, bairro Nova Cidade, Zona Norte, o médico espanhol Abraham Alba teve o primeiro contato com os moradores do local onde vai trabalhar a partir de segunda-feira. Ele está muito animado com o trabalho e espera poder ajudar bastante a comunidade.

O médico diz que se inscreveu no programa "Mais Médicos" por que acredita no modelo de saúde da família, onde o objetivo é aproximar a saúde do povo.

Alba conta ainda que antes de vir para o Brasil trabalhava na cidade de Valença na Espanha, em um hospital e quando viu a oportunidade de vir para cá, trabalhar em um local distante dos grandes centros ficou bastante entusiasmado.

A dona de casa Maria Igraci Souza, 62, foi a primeira a receber a visita do doutor Abraham. Durante a visita a técnica de enfermagem, Claudia Felix aferiu a pressão da idosa que estava alterada. Para justificar, a idosa disse que estava nervosa com a visita de um médico tão bonito.

Maria Igraci, que é diabética e hipertensa, é acompanhada pelos agentes de saúde da unidade todas as semanas e diz com alegria que pretende ir bastante até o local para consultar com o novo médico.

Nova turma começa a trabalhar

Na próxima segunda feira os médicos estrangeiros que chegaram no último 15 assumem os cargos nas unidades de saúde da familia de Manaus.

Entre os cinco profissionais que irão atuar no município, dois são da Bolívia, um da Venezuela, um de Portugal e um da Espanha.

Os médicos irão receber na sexta-feira do Conselho Regional de Medicina (CRM) o número que dá direito a iniciar o trabalho.

Segundo a assessoria de comunicação da Secretária Municipal de Saúde (Semsa) o CRM não colocou dificuldades para o cadastramento deles, que vão iniciar o trabalho tranquilamente.

A assessoria disse ainda, que o treinamento coordenado pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) está ocorrendo dentro previsto.

De acordo com a Semsa o Ministério da Saúde já disponibilizou uma nova lista de profissionais que irão atuar no Estado e em breve novos médicos devem chegar ao Amazonas.

A capacitação tem a proposta de ampliar os conhecimentos dos profissionais quanto às políticas de saúde preconizadas pelo Governo do Amazonas .

Equipe da UBSF conta com o reforço do médico

Na Unidade Básica de Saúde da Família do bairro Nova Cidade, Zona Norte, 4,8 mil pessoas estão cadastradas para receber atendimento. Há ainda usuários não cadastrados que vem de outro bairro. Para atender toda a comunidade treze funcionários trabalham de segunda-feira a sexta-feira. Segundo a enfermeira, Paula Schmidt, o médico espanhol Abraham Alba terá muito trabalho quando assumir a unidade que ficou sem um profissional por duas semanas.

A enfermeira explica que o trabalho no local é muito grande e as estratégias montadas para conseguir atender a todos são diversificadas. Ela conta que em alguns casos os agentes chegam a fazer cartazes com os horários dos medicamentos e a dieta do paciente. "Para os pacientes que não sabem ler, por exemplo, as técnicas desenham uma lua se o remédio é a noite, um sol pela manhã, um prato antes do almoço. Nós precisamos atender a necessidade de todos", diz.

De acordo os funcionários que trabalham com a estratégia da familia é preciso ter vocação, pois diariamente o atendimento é diferenciado. "Tem familias que seguem a risca as orientações, mas tem outras que você precisa está presente para conseguir fazer a diferença", acrescentou a técnica Cláudia Felix.

Para a equipe da UBSF a chegada de Alba representa reforço importante, pois o trabalho poderá ser melhorado e as pessoas vão ser melhor atendidas. "Disposição para a ajudar o novo médico nós temos", disse a enfermeira Paula Schmidt.



http://mariafro.com/2013/09/25/40234/

Alternativas de ensino na educação brasileira | | TV Brasil

Alternativas de ensino na educação brasileira

Pais questionam a forma convencional de ensino e buscam alternativas para a educação dos filhos

Horário(s) do episódio

Nacional

26/09/2013 às 22:00

Como garantir um futuro promissor a crianças e jovens, contribuindo para a formação de indivíduos críticos e conscientes? A resposta pode estar em escolas públicas e privadas que saíram do modelo tradicional e inovaram.

Além da matemática e do português, um colégio adicionou aulas de circo, costura, gastronomia e até educação financeira ao currículo escolar. Outra novidade é ensinar instrumentos musicais complexos, como violino e piano, para ajudar na aprendizagem de crianças menores de seis anos. O programa visita uma escola que derrubou as paredes das salas de aula e acabou com a divisão de séries.

Apesar das alternativas, muitos pais ainda optam por escolas tradicionais, preocupados com a aprovação dos filhos no vestibular e a inserção destes no mercado de trabalho.

O Caminhos da Reportagem ainda aborda como a inovação tecnológica está presente nas escolas, sejam públicas ou privadas. 

 

Reportagem: Carla Maia

Edição de texto: Marieta Cazarré

Produção: Naitê Almeida e Beatriz Abreu

Imagens:  Mauro Zambrotti, Silvana Nietzke, Osvaldo Alves, Carlos Almeida, Sigmar Gonçalves

Auxiliares: Alexandre Souza, Rafael Calado, Lion Arthur, Rafael Nascimento, Severino Alves, Thyago Brandão

Edição de imagens: Davi Lima, Hugo Carmelo

Arte: Dinho Rodrigues


http://tvbrasil.ebc.com.br/caminhosdareportagem/episodio/alternativas-de-ensino-na-educacao-brasileira



Terceiro mandato | Brasil de Fato

Terceiro mandato



http://www.brasildefato.com.br/node/26056

A missa da libertação

Notícias » Notícias


A missa da libertação

A história começa no dia 22 de julho de 1968, na costa do Pacífico, em Chimbote, uma cidade de pescadores no norte do Peru, e encontra uma espécie de cumprimento em Roma, na quarta-feira, 11 setembro, 2013, na Domus Sanctae Martae, onde o papa, que renunciou ao Apartamento apostólico, se hospeda.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no caderno La Lettura, do jornal Corriere della Sera, 22-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No hotel vaticano, há a capela em que Francisco celebra todas as manhãs uma missa aberta a vários grupos de pessoas. Só no domingo e na quarta-feira é em forma privada. Naquela manhã, porém, há um convidado especial do pontífice, um frei dominicano de traços que revelam a sua origem quechua, a antiga população nativa que preserva a língua dos incas.

É um homem de porte pequeno e embranquecido pelos anos, mas nos olhos brilha o olhar do jovem teólogo peruano que, naquela cidade portuária, há 45 anos, havia sido convidado para dar uma conferência sobre a "teologia do desenvolvimento". A Gustavo Gutiérrez, então com nem 40 anos, o tema não agradava: ele falou aos catequistas de "teologia da libertação".

Três anos mais tarde, publicou em Lima um livro que se intitulava assim, Teología de la liberación, o texto que batizaria a corrente teológica mais discutida no fim do século XX.

E agora ei-los aqui, o pai da teologia da libertação e o papa. Do Vaticano, vazou a confirmação da ''audiência privada", mas a concelebração da missa é algo mais. Décadas de tensões, contrastes com a alma mais conservadora da Igreja, obras sob processo pela Congregação para a Doutrina da Fé, o ex-Santo Ofício (mas Gutiérrez nunca foi condenado).

Não que isso tenha acontecido de improviso. Quem anunciou o encontro, aliás, poucos dias antes, foi o arcebispo Gerhard Ludwig Müller, o prefeito do dicastério chefiado por Joseph Ratzinger durante 23 anos. Müller falava no Festivaletteratura de Mântua e, ao seu lado, o amigo e mestre Gutiérrez: eles apresentavam juntos o livro Dalla parte dei poveri [Do lado dos pobres] (Edizioni Messaggero de Pádua-Emi), a edição italiana de um livro a quatro mãos publicado na Alemanha em 2004.

Eis: justamente o sucessor de Ratzinger no ex-Santo Ofício é a figura-chave para compreender o que aconteceu nos últimos anos. Nascido em Mainz-Finthen e filho de um operário, Müller é um teólogo do altíssimo perfil, por 16 anos professor da Universidade Ludwig-Maximilian de Munique. O próprio Bento XVI tinha desejado que justamente ele, o aluno de Gutiérrez, fosse o editor da sua opera omnia em 16 volumes (Joseph Ratzinger, Gesammelte Schriften), que é publicada na Alemanha.

Ficou claro que algo estava se movendo quando ele ainda era bispo de Regensburg, e o L'Osservatore Romano, no dia 23 de dezembro de 2011, publicou um artigo seu que agitou a parte mais conservadora da Cúria: Müller comentava dois textos escritos nos anos 1980 por Ratzinger sobre a teologia da libertação, para explicar como o então prefeito do ex-Santo Ofício não a havia condenado em si mesma, mas sim nos seus desvios (Müller escrevia sobre "teologias" da libertação) que "perderam de vista o sobrenatural" para se tornarem "somente uma superestrutura de um projeto marxista" e "revolucionário". Desse modo, escrevia o bispo, Ratzinger "prepara o caminho para uma verdadeira teologia da libertação que está ligada à doutrina social da Igreja e que, justamente hoje, deve levantar a sua voz". Esse artigo no jornal da Santa Sé era a premissa do golpe de cena, com tantas saudações a quem, em voz baixa, questionou a sua "ortodoxia".

Pouco tempo depois, e justamente Ratzinger, que como "guardião da fé" colocou na linha vários teólogos da libertação e que Leonardo Boff descrevia como o mais temível dos inquisidores ("Eu tive que me sentar na cadeira onde haviam se sentado Galileu Galilei e Giordano Bruno!"), justamente ele nomeou Müller, no dia 2 de julho de 2012, à cúpula do ex-Santo Ofício. Para dizer a estima que os une, Ratzinger deixou a ele o seu apartamento de cardeal, em Borgo Pio, com parte dos amadíssimos livros.

A última passagem é o conclave, com a eleição de Jorge Mario Bergoglio, o cardeal que andava de ônibus e, à noite, visitava incógnito a favela Villa 21 de Buenos Aires, o bispo de Roma que escolheu se chamar Francisco ("Lembre-se dos pobres!", lhe disse na Capela Sistina o cardeal franciscano Cláudio Hummes, seu grande amigo) e, recém-eleito, declarou que queria "uma Igreja pobre e para os pobres".

Na formação do papa jesuíta, a "teologia do povo" argentina tem uma parte importante, cuja relação com a teologia da libertação é objeto de discussões taxonômicas entre os especialistas. Mas o padre Juan Carlos Scannone, máximo teólogo argentino, além de aluno de Karl Rahner, outro jesuíta, explicou ao jornal Corriere: "Muitos consideram a teologia argentina do povo como uma corrente da teologia da libertação com características próprias, assim como Gutiérrez. Eu mesmo já defendi isso em um artigo de 1982, retomado por Dom Quarracino" (Nota da IHU On-Line: cardeal argentino, foi arcebispo de Buenos Aires)

Palavras importantes, até porque o padre Scannone, 81 anos, foi professor de grego e de literatura do jovem Bergoglio no seminário da Companhia de Jesus em Buenos Aires e desde então permaneceu como um ponto de referência no pensamento do ex-aluno. O padre Scannone lembra que, em 1984, foi o arcebispo Antonio Quarracino, antecessor e mentor de Bergoglio em Buenos Aires, que explicou "por que a Instrução da Congregação para a Doutrina da Fé falava no plural de 'teologias' da libertação: não criticava todas elas, criticava aquelas que usavam a análise marxista da sociedade e da história". A "teologia do povo", em suma, "não usa a análise social marxista, mas sim uma análise histórico-cultural, sem ignorar o socioestrutural". Também por isso "outros a distinguem da teologia da libertação".

Em todo caso, "todas as correntes assumem a 'opção preferencial pelos pobres' das conferências do episcopado latino-americano de Medellín e Puebla", a mesma "reiterada por Bento XVI no discurso inaugural de Aparecida e pela própria conferência": a da qual o cardeal Bergoglio escreveu as conclusões.

Assim, o livro de Müller e Gutiérrez tem um subtítulo significativo: "Teologia da libertação, teologia da Igreja". Quando foi publicado, o L'Osservatore Romano lhe dedicou as duas páginas centrais. O artigo do padre Ugo Sartorio começa assim: "Com um papa latino-americano, a teologia da libertação não podia permanecer por muito tempo no cone de sombra a que foi relegada há alguns anos, ao menos na Europa...".

No livro, Müller escreve: "A teologia da libertação não morrerá enquanto houver homens que se deixem contagiar pelo agir libertador de Deus e fizerem da solidariedade para com os sofredores, cuja humanidade é pisoteada, a medida da sua fé e a motivação do seu agir na sociedade". E fala do "mal-entendido que une simpatizantes e adversários", a ideia de uma teologia que se concentra na "dimensão social e política" e perde de vista "a relação entre homem e Deus". Mas Jesus disse, lembra Müller: "Tudo o que vocês fizeram a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram". O capítulo 25 de Mateus que Francisco, juntamente com as Bem-Aventuranças, indicava como "plano de ação" aos jovens do Rio: "Ali está tudo".

Certamente, haverá aprofundamentos e não faltarão resistências. O cardeal peruano Juan Luis Cipriani, membro do Opus Dei e adversário histórico de Gutiérrez, há poucos dias definiu Müller como "um bom alemão, um bom teólogo, um pouco ingênuo", repetindo seco: "A teologia da libertação causou danos à Igreja".

Mas a audiência e a missa em Santa Marta são a imagem de uma nova temporada. No dia do encontro com Francisco, o L'Osservatore voltava a celebrar Gutiérrez com uma entrevista. "O que eu vou dizer a Francisco? Obrigado pelo seu testemunho".

O dominicano citava ironicamente uma piada do arcebispo brasileiro Hélder Câmara: "Quando dou um pão a uma pessoa com fome, dizem que eu sou um santo. Quando eu pergunto por que essa pessoa tem fome, dizem que eu sou um comunista".

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/524048-a-missa-da-libertacao

▶ Luís Landricina, Fiesta Navideña

> Luís Landricina
Fiesta Navideña

https://www.youtube.com/watch?v=VY6jiIYjJVg


A missa da libertação

Notícias » Notícias


A missa da libertação

A história começa no dia 22 de julho de 1968, na costa do Pacífico, em Chimbote, uma cidade de pescadores no norte do Peru, e encontra uma espécie de cumprimento em Roma, na quarta-feira, 11 setembro, 2013, na Domus Sanctae Martae, onde o papa, que renunciou ao Apartamento apostólico, se hospeda.

A reportagem é de Gian Guido Vecchi, publicada no caderno La Lettura, do jornal Corriere della Sera, 22-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

No hotel vaticano, há a capela em que Francisco celebra todas as manhãs uma missa aberta a vários grupos de pessoas. Só no domingo e na quarta-feira é em forma privada. Naquela manhã, porém, há um convidado especial do pontífice, um frei dominicano de traços que revelam a sua origem quechua, a antiga população nativa que preserva a língua dos incas.

É um homem de porte pequeno e embranquecido pelos anos, mas nos olhos brilha o olhar do jovem teólogo peruano que, naquela cidade portuária, há 45 anos, havia sido convidado para dar uma conferência sobre a "teologia do desenvolvimento". A Gustavo Gutiérrez, então com nem 40 anos, o tema não agradava: ele falou aos catequistas de "teologia da libertação".

Três anos mais tarde, publicou em Lima um livro que se intitulava assim, Teología de la liberación, o texto que batizaria a corrente teológica mais discutida no fim do século XX.

E agora ei-los aqui, o pai da teologia da libertação e o papa. Do Vaticano, vazou a confirmação da ''audiência privada", mas a concelebração da missa é algo mais. Décadas de tensões, contrastes com a alma mais conservadora da Igreja, obras sob processo pela Congregação para a Doutrina da Fé, o ex-Santo Ofício (mas Gutiérrez nunca foi condenado).

Não que isso tenha acontecido de improviso. Quem anunciou o encontro, aliás, poucos dias antes, foi o arcebispo Gerhard Ludwig Müller, o prefeito do dicastério chefiado por Joseph Ratzinger durante 23 anos. Müller falava no Festivaletteratura de Mântua e, ao seu lado, o amigo e mestre Gutiérrez: eles apresentavam juntos o livro Dalla parte dei poveri [Do lado dos pobres] (Edizioni Messaggero de Pádua-Emi), a edição italiana de um livro a quatro mãos publicado na Alemanha em 2004.

Eis: justamente o sucessor de Ratzinger no ex-Santo Ofício é a figura-chave para compreender o que aconteceu nos últimos anos. Nascido em Mainz-Finthen e filho de um operário, Müller é um teólogo do altíssimo perfil, por 16 anos professor da Universidade Ludwig-Maximilian de Munique. O próprio Bento XVI tinha desejado que justamente ele, o aluno de Gutiérrez, fosse o editor da sua opera omnia em 16 volumes (Joseph Ratzinger, Gesammelte Schriften), que é publicada na Alemanha.

Ficou claro que algo estava se movendo quando ele ainda era bispo de Regensburg, e o L'Osservatore Romano, no dia 23 de dezembro de 2011, publicou um artigo seu que agitou a parte mais conservadora da Cúria: Müller comentava dois textos escritos nos anos 1980 por Ratzinger sobre a teologia da libertação, para explicar como o então prefeito do ex-Santo Ofício não a havia condenado em si mesma, mas sim nos seus desvios (Müller escrevia sobre "teologias" da libertação) que "perderam de vista o sobrenatural" para se tornarem "somente uma superestrutura de um projeto marxista" e "revolucionário". Desse modo, escrevia o bispo, Ratzinger "prepara o caminho para uma verdadeira teologia da libertação que está ligada à doutrina social da Igreja e que, justamente hoje, deve levantar a sua voz". Esse artigo no jornal da Santa Sé era a premissa do golpe de cena, com tantas saudações a quem, em voz baixa, questionou a sua "ortodoxia".

Pouco tempo depois, e justamente Ratzinger, que como "guardião da fé" colocou na linha vários teólogos da libertação e que Leonardo Boff descrevia como o mais temível dos inquisidores ("Eu tive que me sentar na cadeira onde haviam se sentado Galileu Galilei e Giordano Bruno!"), justamente ele nomeou Müller, no dia 2 de julho de 2012, à cúpula do ex-Santo Ofício. Para dizer a estima que os une, Ratzinger deixou a ele o seu apartamento de cardeal, em Borgo Pio, com parte dos amadíssimos livros.

A última passagem é o conclave, com a eleição de Jorge Mario Bergoglio, o cardeal que andava de ônibus e, à noite, visitava incógnito a favela Villa 21 de Buenos Aires, o bispo de Roma que escolheu se chamar Francisco ("Lembre-se dos pobres!", lhe disse na Capela Sistina o cardeal franciscano Cláudio Hummes, seu grande amigo) e, recém-eleito, declarou que queria "uma Igreja pobre e para os pobres".

Na formação do papa jesuíta, a "teologia do povo" argentina tem uma parte importante, cuja relação com a teologia da libertação é objeto de discussões taxonômicas entre os especialistas. Mas o padre Juan Carlos Scannone, máximo teólogo argentino, além de aluno de Karl Rahner, outro jesuíta, explicou ao jornal Corriere: "Muitos consideram a teologia argentina do povo como uma corrente da teologia da libertação com características próprias, assim como Gutiérrez. Eu mesmo já defendi isso em um artigo de 1982, retomado por Dom Quarracino" (Nota da IHU On-Line: cardeal argentino, foi arcebispo de Buenos Aires)

Palavras importantes, até porque o padre Scannone, 81 anos, foi professor de grego e de literatura do jovem Bergoglio no seminário da Companhia de Jesus em Buenos Aires e desde então permaneceu como um ponto de referência no pensamento do ex-aluno. O padre Scannone lembra que, em 1984, foi o arcebispo Antonio Quarracino, antecessor e mentor de Bergoglio em Buenos Aires, que explicou "por que a Instrução da Congregação para a Doutrina da Fé falava no plural de 'teologias' da libertação: não criticava todas elas, criticava aquelas que usavam a análise marxista da sociedade e da história". A "teologia do povo", em suma, "não usa a análise social marxista, mas sim uma análise histórico-cultural, sem ignorar o socioestrutural". Também por isso "outros a distinguem da teologia da libertação".

Em todo caso, "todas as correntes assumem a 'opção preferencial pelos pobres' das conferências do episcopado latino-americano de Medellín e Puebla", a mesma "reiterada por Bento XVI no discurso inaugural de Aparecida e pela própria conferência": a da qual o cardeal Bergoglio escreveu as conclusões.

Assim, o livro de Müller e Gutiérrez tem um subtítulo significativo: "Teologia da libertação, teologia da Igreja". Quando foi publicado, o L'Osservatore Romano lhe dedicou as duas páginas centrais. O artigo do padre Ugo Sartorio começa assim: "Com um papa latino-americano, a teologia da libertação não podia permanecer por muito tempo no cone de sombra a que foi relegada há alguns anos, ao menos na Europa...".

No livro, Müller escreve: "A teologia da libertação não morrerá enquanto houver homens que se deixem contagiar pelo agir libertador de Deus e fizerem da solidariedade para com os sofredores, cuja humanidade é pisoteada, a medida da sua fé e a motivação do seu agir na sociedade". E fala do "mal-entendido que une simpatizantes e adversários", a ideia de uma teologia que se concentra na "dimensão social e política" e perde de vista "a relação entre homem e Deus". Mas Jesus disse, lembra Müller: "Tudo o que vocês fizeram a um dos menores de meus irmãos, foi a mim que o fizeram". O capítulo 25 de Mateus que Francisco, juntamente com as Bem-Aventuranças, indicava como "plano de ação" aos jovens do Rio: "Ali está tudo".

Certamente, haverá aprofundamentos e não faltarão resistências. O cardeal peruano Juan Luis Cipriani, membro do Opus Dei e adversário histórico de Gutiérrez, há poucos dias definiu Müller como "um bom alemão, um bom teólogo, um pouco ingênuo", repetindo seco: "A teologia da libertação causou danos à Igreja".

Mas a audiência e a missa em Santa Marta são a imagem de uma nova temporada. No dia do encontro com Francisco, o L'Osservatore voltava a celebrar Gutiérrez com uma entrevista. "O que eu vou dizer a Francisco? Obrigado pelo seu testemunho".

O dominicano citava ironicamente uma piada do arcebispo brasileiro Hélder Câmara: "Quando dou um pão a uma pessoa com fome, dizem que eu sou um santo. Quando eu pergunto por que essa pessoa tem fome, dizem que eu sou um comunista".

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/524048-a-missa-da-libertacao

Muitas teologias da libertação: agora, uma delas subiu ao papado. Artigo de Alberto Melloni

Notícias » Notícias

Muitas teologias da libertação: agora, uma delas subiu ao papado. Artigo de Alberto Melloni

Quando se conseguir fazer uma história das teologias da libertação, talvez será possível captar um pluralismo negado e também entender por que uma dessas teologias subiu ao papado e que efeitos isso trouxe para a Igreja universal.

A análise é Alberto Melloni, historiador da Igreja, professor da Universidade de Modena-Reggio Emilia e diretor da Fundação João XXIII de Ciências Religiosas de Bolonha. O artigo foi publicado no caderno La Lettura, do jornal Corriere della Sera, 22-09-2013. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Eis o texto.

No início do século XX, Pio X se convenceu de que uma série de fermentações disseminadas na exegese, na historiografia, na filosofia, na política pertenciam a uma única grande "heresia", à qual deu o nome de Modernismo, e que, contra essa heresia, não era preciso hesitar em mobilizar todas as energias da Igreja, em inventar um sistema de espionagem, em fazer uso da delação e em perseguir o clero culto daquela belle époque. O Papa Sarto não imaginava que aquela decapitação intelectual contribuiria para desarmar a Igreja diante da guerra, dos fascismos, do antissemitismo.

Mas assim foi. E somente no Vaticano II é que se pôde dizer que essa temporada de "terror" teológico (do qual também foi vítima o jovem Joseph Ratzinger, cuja tese de doutorado foi injustamente suspeitada) estava concluída. Do mesmo modo, quando a máquina repressiva da Igreja Católica iniciou, em 1983-1984, a sua campanha contra a "teologia da libertação" latino-americana, ela não se deu conta de que estava unificando sob um único rótulo modos muito diferentes de compreender o sentido da fé cristã em um continente marcado por injustiças profundas.

Ela não imaginava que o desenraizamento violento dessas experiências, incriminadas coletivamente por um ingênuo recurso à análise marxista do mecanismo capitalista, abriria a porta para um evangelismo fundamentalista, que, com o seu devastador crescimento, impôs à agenda dos melhores bispos do continente aquela ideia de pobreza, de vida cristã, de ministério que hoje faz o consenso do Papa Francisco em escala planetária.

Agora que Gustavo Gutiérrez – o decano dos teólogos da libertação, forçado a viver exilado para se proteger dos inimigos que ele tinha dentro e fora da Igreja – é recebido pelo Papa Francisco, é mais fácil decifrar esse equívoco dramático. Mas, nos últimos 50 anos, não foi assim.

O episcopado latino-americano tinha sido protagonista do Vaticano II, também pela sua experiência de trabalho colegial. Os seus expoentes tinham captado a profecia roncalliana sobre a "Igreja dos pobres", o parágrafo da Lumen gentium que fixa na pobreza de Cristo a medida da pobreza da Igreja, e muitos tinham aderido àquele "Pacto das Catacumbas", assinado antes do fim do Concílio, que viu alguns bispos prometerem uma pobreza de vida que hoje todos chamam de "estilo Bergoglio". Depois do Concílio, eles tiveram uma assembleia plenária em Medellín: e nesse seu "concílio" de 1968, comprometeram a Igreja a ouvir "o surdo clamor dos pobres".

Ir "rumo a uma teologia da libertação" torna-se a linha do episcopado e se concretizaria na escolha da Igreja de ver os pobres não como indivíduos miseráveis, mas como um sujeito histórico unitário. Uma geração de estudiosos e religiosos militantes reflete sobre isso: o peruano Gutiérrez é quem tem uma visão teológica mais profunda e uma produção mais intensa, até aquele Bere al proprio pozzo (Ed. Queriniana, 1984; Beber no seu próprio poço, Vozes), a partir do qual surgirá a primeira tomada de posição do ex-Santo Ofício. Outras obras também têm mais sorte: o ensaio de Leonardo Boff sobre Jesus Cristo Libertador de 1972 (Ed. Vozes), o de Hugo Assmann, Opressão-libertação de 1971.

Enquanto isso, em 1975, a experiência das comunidades de base de leitura popular da Bíblia aflora em todo seu frescor no Vangelo a Solentiname (Ed. Cittadella, 1976-1978) de Ernesto Cardenal, o resistente torturado pelos capangas de Somoza na Nicarágua, exilado e ministro do governo sandinista censurado por Wojtyla debaixo da escada do avião durante a visita a Manágua em 1983.

Essa opção teológica, para a qual a Companhia de Jesus, da qual o geral é Pedro Arrupe, atua como pioneira, vai correr por muitos caminhos: reduções sociológicas, adoções do léxico marxista, orientação revolucionária, reflexões espirituais e exegéticas, cautelas e mediações que já se assomam no documento aprovado pela posterior grande assembleia plenária dos bispos, realizada em Puebla, em 1979. A promoção de bispos politicamente conservadores leva Roma a ler como um desvio marxista esse conjunto de esforços e a premiar quem ideologiza o debate.

Uma campanha repressiva, anunciada por uma entrevista com Ratzinger publicada na revista 30 Giorni, atravessa assim, no início dos anos 1980, países devastados pelo perverso domínio das ditaduras e dos esquadrões da morte. Por isso, permanece como renegado o martírio de bispos como Dom Angelelli, morto em um "acidente" na Argentina em 1976, ou o do arcebispo Romero em El Salvador, assassinado na consagração durante a missa em 1980; torna-se teologicamente invisível o martírio de milhares de católicos vítimas repressão; a luta armada, à qual Paulo VI tinha dado crédito e aval evocando a doutrina do tiranicídio lícito na encíclica Populorum Progressio, e uma radicalização da militância revolucionária fazem o resto.

Como mostrou um belo ensaio de Silvia Scatena, publicado na coleção Le Bussole de Carocci (La teologia della liberazione in America Latina), a condenação de Roma amadurece entre ingenuidades e manobras muito obscuras, e, acima de tudo, se sincroniza perigosamente com as políticas do governo Reagan na América Central e do Sul: e, no fim, impõe aquela linguagem simplista que vê apenas uma única teologia onde há muitas e uma única condenação para puni-las.

Cria-se, assim, uma linguagem da qual todos fomos testemunhas no dia 13 de março de 2013: quem queria elogiar o novo papa dizia, como escreveram tantos jornais, que Bergoglio tinha sido "avesso à teologia da libertação". Quando, ao contrário, ele tinha sido, seja como jesuíta, seja como bispo, um vivaz antagonista de "uma" corrente dessa teologia – convencida de que a politização da Igreja à esquerda, em apoio a reivindicações pró-soviéticas, era necessária, assim como tinha sido a politização à direita em favor dos militares nas décadas anteriores.

Mas de outra teologia da libertação, a de Lucio Gera, que vê na fé popular a alavanca de emancipação dos pobres e a chave de uma própria reforma da Igreja, Bergoglio tinha sido até mesmo filho.

Quando se conseguir fazer uma história das teologias da libertação, talvez será possível captar um pluralismo negado e também entender por que uma dessas teologias subiu ao papado e com que efeitos para a Igreja universal.



http://www.ihu.unisinos.br/noticias/524047-muitas-teologias-da-libertacao-agora-uma-delas-subiu-ao-papado-artigo-de-alberto-melloni



Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz