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"Até quando vamos ter que aguentar a apropriação da ideia de 'liberdade de imprensa', de 'liberdade de expressão', pelos proprietários da grande mídia mercantil – os Frias, os Marinhos, os Mesquitas, os Civitas -, que as definem como sua liberdade de dizer o que acham e de designar quem ocupa os espaços escritos, falados e vistos, para reproduzir o mesmo discurso, o pensamento único dos monopólios privados?"

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Animações argentinas explicam ditadura para crianças — CartaCapital

Cultura

Educação

Animações argentinas explicam ditadura para crianças

Desenho 'A Surpreendente Excursão de Zamba' mescla aventura com história para falar de episódios como a Guerra das Malvinas
por Marsílea Gombata publicado 02/07/2013 08:43

Em uma viagem pelo tempo até a ditadura, a principal missão é resgatar o amigo das mãos militares e fazer a democracia voltar ao país com a ajuda das "urnas mágicas". A ficção dá o tom fantasioso à aventura vivida pelo personagem Zamba, mas o roteiro do desenho animado La Asombrosa Excursión de Zamba (A Surpreendente Excursão de Zamba) tem um contexto amargo do passado argentino: o regime militar que vigorou entre 1976 e 1983.

Voltado para crianças de 6 a 12 anos, a série de animações é uma aposta do canal estatal argentino Paka Paka para ambientá-las a temas geralmente relegados aos livros de história nas salas de aula. Além do capítulo sobre a ditadura, entram no repertório episódios emblemáticos como a Guerra das Malvinas, no qual um soldado argentino explica ao pequeno Zamba que "há países que se sentem os reis do mundo" ao se referir à Grã Bretanha.

"Zamba convida as crianças a fazerem perguntas e refletirem sobre o que veem", explica Cielo Salviolo, ex-diretora e atual consultora do canal Paka Paka. "São temas mais complexos, que não são contestados muito nas escolas, mas que quisemos contar em um formato mais atrativo e inovador para as crianças", explica ela sobre a estética de videogame presente na animação - que até agora possui 14 capítulos.

No episódio sobre a ditadura, o menino José, cujo apelido é Zamba, tem contato com o regime militar durante uma excursão à Casa Rosada. Ainda dentro da sede de governo, seu amigo desaparece e, ao dizer que precisará voltar no tempo para resgatá-lo, o busto que remete ao classicismo e representa a "República" explica que a ditadura começou em 1976 com os militares tomando o poder e "disseminou o terror por todo o País". Zamba precisará voltar à "época mais escura" da história argentina para ajudar seu amiguinho, mas sem a "República" por lá para defendê-lo. Depois do contato com os militares – que falam ao telefone com os EUA para garantir que o "plano de ditadura em toda a América Latina será um êxito" Zamba é detido, mas consegue sair vitorioso com com a ajuda das urnas eleitorais, símbolo das eleições diretas. No final do episódio, Zamba, seus amigos e até mesmo as "Mães de Maio" celebram o fim do período repressor.

 

 

Regionalismo. Além de resgatar passagens da história argentina, o desenhos traz características comuns a qualquer criança – como o sonho de ser astronauta – e uma série de elementos regionais. No início de cada capítulo, o protagonista explica que vive na cidade de Clorinda, na província de Formosa, e que sua comida preferida é o chipá, cuja massa é semelhante ao nosso pão de queijo. Ele tem como animal de estimação uma capivara, e na escola interage com outras crianças e com a professora, que veste o clássico avental branco.

O projeto, explica Cielo, surgiu pela necessidade do Ministério da Educação em fazer um desenho pensado para meninos e meninas argentinas. "Temos um problema comum a todos os países da América Latina. Tínhamos nos canais daqui produções feitas nos EUA para México, Brasil, Argentina. O ministério resolveu apostar em uma produção nacional como política de educação e cultura para as nossas crianças", conta. O canal funciona desde 2010. Para alcançar a verossimilhança com o universo argentino, a produção conta com a supervisão de historiadores e educadores.

Desde que começou a produzir e distribuir as animações nas escolas públicas do país, o canal estatal se viu envolto em polêmicas e críticas. Historiadores e sociólogos acharam precoce tratar determinados temas entre os pequenos. Alguns condenaram a "versão oficial" contida na animação, feita pela produtora Perro en la Luna e dirigida por Sebastián Mignona.

Os produtores rebatem as críticas. "Na verdade, mostramos que é possível contar uma história de maneira divertida e reflexiva. E isso sempre gerará polêmica", avalia Cielo. "Mas o importante é não subestimarmos as crianças e lembrarmos que elas também são capazes de compreender os processos históricos."


http://www.cartacapital.com.br/cultura/desenhos-argentinos-752.html/view


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Cancion con todos

Salgo a caminar
Por la cintura cosmica del sur
Piso en la region
Mas vegetal del viento y de la luz
Siento al caminar
Toda la piel de america en mi piel
Y anda en mi sangre un rio
Que libera en mi voz su caudal.

Sol de alto peru
Rostro bolivia estaño y soledad
Un verde brasil
Besa mi chile cobre y mineral
Subo desde el sur
Hacia la entraña america y total
Pura raiz de un grito
Destinado a crecer y a estallar.

Todas las voces todas
Todas las manos todas
Toda la sangre puede
Ser cancion en el viento
Canta conmigo canta
Hermano americano
Libera tu esperanza
Con un grito en la voz