Moradores se organizam contra novo Pinheirinho
Famílias que vivem no Assentamento Milton Santos, em Americana, interior paulista, pretendem resistir a uma possível ação policial para a desocupação da área. Em nota, o Incra diz que buscará "todos os meios recursais disponíveis" para impedir o despejo. No início de 2012, ação semelhante no acampamento Pinheirinho (fotos), em São José dos Campos, causou comoção nacional, gerando inúmeras críticas ao governo paulista
Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – As famílias que vivem no Assentamento Milton Santos, em Americana, no interior paulista, estão se organizando para resistir a uma possível ação policial para a desocupação da área. Desde o final de novembro do ano passado, a Justiça Federal decidiu pela retirada dos moradores em uma ação de reintegração de posse. O Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que instalou as 66 famílias no local, em 2006, tenta reverter a decisão.
Em nota, o Incra disse que não foi comunicado da decisão e que buscará " todos os meios recursais disponíveis" para impedir o despejo. Segundo o órgão, "foram seguidos todos os procedimentos legais para transformar a área em um projeto de assentamento".
Vandré Paladini Ferreira, advogado que representa as famílias, disse que os moradores do assentamento estão decididos a ficar no local. "Eles não têm para onde ir. É a casa deles. O ganha pão deles todo é ali. Não tem uma família que vai pegar as suas coisas e vai sair", declarou. A assentada Luciana Silva manifestou a sua posição de não sair do assentamento. "Todo mundo já construiu casa, tem porco, galinha. Não tem para onde levar tudo isso", ressaltou.
O Incra sustenta que o terreno foi incorporado, em 1976, ao patrimônio do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), precursor do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), atual proprietário do terreno. Também reivindicam a posse da área a família Abdalla, que perdeu o terreno para o INPS, e a Usina Açucareira Ester S/A, que ocupava as terras quando o assentamento foi instalado. O Grupo Abdalla alega que readquiriu judicialmente a propriedade, que teria sido confiscada irregularmente.
Em dezembro passado os moradores do assentamento chegaram a ocupar o prédio da Presidência da República, na Avenida Paulista, em São Paulo, para protestar contra o despejo. Os assentados cobram que a área seja desapropriada de forma a garantir a permanência das famílias de forma definitiva.
http://www.brasil247.com/pt/247/sp247/89883/Moradores-se-organizam-contra-novo-Pinheirinho-Moradores-organizam-contra-novo-Pinheirinho.htm
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